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9 de maio de 2019

12 anos de Vida & Letras: um dia para abrir meu coração


.♥️.
Devia ser 13h quando sentei na frente do computador que havia acabado de ganhar para acessar a internet. Eu estava triste naquele dia. Aliás, eu estava triste naquele período. Era bom estar com minha mãe, foi bom ter ganhado o computador. Mas ainda faltava algo. Algo mais importante que bem material, eu estava precisando falar de mim, ser fiel a mim, gostar de mim. Eu estava preso dentro de uma pessoa que não era e isso estava sendo angustiante. Então, quando minha foto apareceu na tela do computador eu decidi abrir meu coração e criei um diário virtual. O que hoje você conhece como Vida & Letras.


Doze anos depois ele ainda está aqui comigo, vivo. Passou por tantas mudanças, eu mudei. E como todo ser humano permaneço em constante mudança. Eu tinha 17 anos de idade quando comecei a escrever nesse mesmo lugar e hoje aos 29 anos de idade posso ver também através do que leio aqui o quanto evoluí como pessoa e o quanto me orgulho disso. Então, não! Esse lugar aqui nunca foi uma obrigação, sempre foi amor. E quando começou a ser obrigação, tratei de cuidar melhor para que continuasse a ser AMOR. Afinal, cuidemos bem de nossos filhos. E é isso que o Vida & Letras representa para mim. Um filho. Algo que coloquei no mundo e de alguma forma me salvou de minhas angústias. Me permitiu a conexão com pessoas e sentimentos parecidos, e a essas pessoas eu dei as mãos. Umas já nem sei por onde andam; outras permanecem comigo. Pessoas novas chegaram e são importantes na minha vida - e talvez nem imaginem o quanto. Então, além de ser amor, o Vida & Letras é também amizade. Sempre foi.

Mas assim como eu cresci, amadureci, me sinto e me vejo muito diferente daquele garoto inseguro e cheio de medos, sinto também que o Vida & Letras chegou num ponto em que se sente exatamente como eu me sentia naquele período em que o transformei no MEU CANTINHO. E entendo que eu e ele já fizemos tudo o que poderíamos fazer juntos. E foi especial. Com ele pude conquistar tantas coisas, tantas experiências sem igual. Amo tanto esse lugar e só tenho a agradecer por tudo! Por isso, decidi deixar que ele viva sua liberdade para ser e não ser. Para ser o que foi e para ficar na memória como o lugar onde pude me ver crescer. Ele está livre para não ser mais também. As lembranças que quero levar daqui são as melhores: aquelas em que eu contruí com amor. Eu não quero sair daqui olhando para o VIDA & LETRAS como uma obrigação, um fazer por necessidade.

É por isso que hoje, completos 12 anos de existência, eu começo a me despedir, não do Blog, mas do Vida & Letras. Chegou o momento de transformar, de me permitir, de ousar. O blog não vai sair do ar, mas será modificado. Pretendo mudar de nome, mudar o formato. Trarei os lugares por onde andei e as coisas que vi por lá; trarei minhas emoções em forma de palavras, meus olhar amoroso em forma de fotografia. Trarei também os livros que li e os livros que irei ler porque jamais os abandonarei. Mas não quero mais contar a vocês como a história se configura. Eu quero contar a sensação e os sentimentos que a história me causou. Tenho tanto pra dizer e mostrar, meu corpo e meu momento pedem isso.

A partir de hoje começo a pensar nomes, ideias para o layout, formato de postagens. O instagram também vai continuar, mas vai ter suas modificações. Até lá, estarei por aqui cumprindo meu dever de postar todas as resenhas de parcerias, entre outras coisas. Até o dia em que finalmente vamos estar prontos para nos revelar para você outra vez. Renovado. Reconstruído. Vivendo meu devir.

Até mais,
♥️ 

1 de agosto de 2018

NÃO CRIE DISPUTAS, CRIE ALIADOS


Olá você, leitor / leitora ♥️

Hoje eu gostaria de ter uma conversa com você, de amante de livros para amantes de livros. Aceite com carinha minhas palavras, discorde se achar necessário e acrescente se assim for da sua vontade. Se você tem blog e decidiu optar pela extensão dele, produzindo conteúdo também no instagram poderá se identificar com o post de hoje.



Para começar, quero dizer que o amor pelo que você faz é o que irá movimentar tudo na sua vida. Se você ama o que faz, com certeza terá motivos e incentivos de sobra para iniciar um trabalho, para correr atrás de uma profissão, e assim por diante. No outro post (CLIQUE) escrevi sobre humildade, sobre dar a mão, sobre apoiar o outro e não apoiar-se no outro. Aqui, vou comentar algumas coisas voltadas para as atitudes alheias que tenho observado no instagram e muitas vezes aqui no Blog também.

Há alguns dias, não sei se por coincidências, li comentários de pessoas enaltecendo o trabalho de uma pessoa e desmerecendo o trabalho dos demais em alto e bom tom. E isso me deixou indignado: 1) pela atitude imatura; 2) pela falta de respeito com os demais que comentaram nas publicações e que leram tais comentários. Nesse momento parei um pouco e pensei o por quê, qual a necessidade de agir dessa maneira no espaço onde o leitor encontrou para enaltecer a leitura, incentivá-la e de certa for usar sua voz para expor opiniões? Trocar ideias e opiniões é tão bonito; são maneiras de crescimento e amadurecimento como pessoa. Mas voltando para o acontecido, dadas as circunstâncias me levaram a desabafar nos stories e senti a necessidade de escrever sobre isso aqui também.

Estamos todos juntos nessa, ou pelo menos deveríamos.

Os blogs literários e IGs também estão aqui para escrever e falar de livros, comentar nossas experiências, entre outras coisas relacionadas a esse mundo lindo dado pelo prazer da leitura. Portanto, tenho uma questionamento: se a gente quer mostrar o quanto é belo, o quanto nos liberta e nos eleva o ato de ler, qual o sentido de formar grupos, criar disputadas de quem é melhor, quem tem mais seguidores, mais likes? A ideia é alimentar a vaidade alheia ou incentivar as pessoas a lerem? Sou professor e vivo a realidade na sala de aula, uma realidade dura só por perceber que muitos jovens, crianças e adolescentes ainda mantém distância da leitura, muitas vezes por não ter o incentivo dos pais ou por não terem contato com livros, principalmente pela seu contexto social. Então, acredito que se nos uníssemos em prol do incentivo à leitura, ao invés de medir forças conseguiríamos, aos poucos, mudar essa realidade. 

É comum olhar para o outro e criticar. Eu faço isso muitas vezes, não seria hipócrita de dizer que não. Mas não vejo dificuldade de analisar meus atos perante as situações que envolve o coletivo. Todo mundo erra, o que nos diferencia uns dos outros é que há pessoas que são humildes a ponto de reconhecer e tentar melhorar suas atitudes refletindo e olhando para dentro de si, enquanto outros caminham  com a ideia de que são melhores, querendo estar no topo sempre, ainda que para estar lá em cima ele precise passar por cima de quem está ao seu redor. E é muito disso que tenho visto. E isso é desesperador porque infelizmente é um mal que afeta toda a humanidade.

Não é ruim ser feliz por suas vitórias, nem querer ter destaque. É PRECISO SER FELIZ MESMO E CONTAGIAR. Precisamos ser reconhecidos pelos nossos esforços. Mas não é sobre isso esse texto. O que quero trazer aqui é: o fato de você ser bom, não anula que o outro seja também. O fato de você estar, aos poucos, conquistando um espaço, não quer dizer que outra pessoa irá tomá-lo. Muito cuidado, pois muitas vezes somos nós quem provocamos nossa queda. Reflita. Há espaço para quem lê Youg Adult, há espaço para os clássicos, há espaço para a fantasia, e tenho certeza que ao seu modo cada um tem algo novo para mostrar. Cada um tem seu estilo de mostrar, de fazer fotos, e todos os estilos são válidos, contanto que não faltem com o respeito a ninguém.

E não desmerecer o outro não quer dizer que você deve dizer amém para tudo o que ele faz, que deve achar tudo lindo e perfeito. Você tem seus critérios e precisa ser fiel a ele e a você mesmo. SEMPRE! Então, mais uma vez esse texto não é sobre isso: é sobre como nos comportamos perante o outro. Seja através de uma conversa amigável, uma resposta educada, o incentivo. Não seja um ser estrelinha, que acha que o mundo precisa estar aos seus pés porque você ganhou mais seguidores e porque quer ser reconhecido a todo custo. Se você faz um bom trabalha você terá seu reconhecimento mais cedo ou mais tarde. Queira ser destaque por suas qualidades, não por seus modos egoístas. Ao invés de criar disputadas, crie aliados. Use seus likes para mostrar o melhor do seu trabalho e o melhor de si; use-o também para reconhecer a qualidade do outro. Para fazer uma crítica positiva, para mostrar que o outro também tem capacidade de crescer. E já que citei agora a pouco aquelas pessoas estrelinhas, vou escrever mais um pouco sobre isso, partindo de um conceito meu.

Há uma diferença muito grande entre pessoas "estrelinhas" - e aqui eu escrevo no tom pejorativo mesmo - e pessoas "estrelas". As estrelinhas querem ser o centro das atenções e do seu mundo, mas no fundo estão cheias de insegurança, se alimentando de superficialidade. As estrelas são aquelas que brilham naturalmente, reconhecem suas qualidades e contagia com seu brilho natural. Uma estrela de verdade reconhece as qualidades no outro e convida os demais a brilhar junto e se contagia com essa luz também.

Eu escolhi ser uma estrela. E você?

Um beijo, com carinho.

28 de maio de 2018

[#3] PARA VOCÊ, COM CARINHO


Oi! Como vai? Hoje finalmente trouxe a postagem do projeto "Cartas para você", que deveria ser postado no dia 10. No entanto, por causa de problemas com a internet e até de tempo, não ainda não havia conseguido publicar. Então, aqui está mais uma carta para você. E se gostar curta e compartilhe nas redes sociais, talvez essas palavras estejam a procura de mais alguém.

Que esta carta consiga tocar seu coração e que você se sinta amada.


Salvador, Ba
28 de maio de 2018

Olá,

Hoje senti necessidade de lhe escrever. Há poucos dias lembro que tivemos uma conversa e confesso que ainda hoje estou pensando nela. De fato você finalmente se abrir foi algo que fez muito bem para mim, mas acredito que se ainda não fez fará muito bem a você também. Sabe, quando a gente se abre, se revela, deixa que nossas aflições escorram como água para qualquer lugar. Com isso a gente se sente mais à vontade para tentar dar o primeiro passo para a mudança. 

Há tempos me pergunto por que em todas as fotos você está sempre escondida, no canto, quase de propósito para ninguém notar. E enquanto todo mundo está sorrindo você está séria, sempre com o olhar caído, parece cansado. Pensava: "Será que ela tem dormido bem, tem se dedicado a ela mesma?". Mas depois de tudo o que você me contou quero que saiba que te compreendo bem e estou aqui para lhe escutar, te apoiar e fazer você seguir os próximos dias com um sorriso no rosto mesmo com as adversidades da vida. Mas eu só posso fazer isso escutando você e lhe dando apoio.

Você reclama do seu dente que é feio e que você não tem condições de ajudar. Você me diz que isso te impede de sorrir nas fotos. E reclama do seu cabelo, do seu jeito de andar e do formato do seu rosto. Eu entendo sua vaidade, pois também sou muito vaidoso. Mas infelizmente vivemos sim um mundo cruel onde a beleza é o principal fator para se ter oportunidade na vida, no amor e em várias outras coisas. Há um padrão que dita quem devemos ser e como devemos ser. Mas e daí se você for diferente? Eu sou muito a favor da mudança, mas quando ela existe para agradar a nós mesmos. Porque quando isso acontece para que tenhamos a oportunidade de agradar os outros, para que o outro possa nos notar, já não é algo tão legal. Você não precisa provar ou mostrar nada par ninguém. Seja você.

Você reclama, se esconde, se priva de tanta coisa, mas não lhe vejo fazendo algo para mudar. Não acha que está sendo injusta com você mesma desse jeito? Quando a gente se incomoda com algo, a menos que não seja da nossa conta, devemos levantar e seguir em frente, buscar o melhor jeito de chegar onde queremos. Você deve levantar, ir lá e fazer o que quer. Acha seu cabelo feio, vai ao salão apostar num corte diferente. Se acha seu dente ruim e não pode fazer um tratamento particular, certamente existem atendimentos gratuitos. Vai ter uma longa espera, datas distantes, mas vai acontecer. Acha seus olhos feios e sua pele não te agrada também, aposta na maquiagem. Se arruma para você, você merece. Mas se esconder e chorar não vai mudar nada disso. Até que você chove - e eu espero que você faça isso mesmo, pois vai lá fazer bem -, mas chore e dê o primeiro passo.

Você é uma mulher linda, batalhadora e amorosa. Sua força é admirável. Você apenas acha que não é forte, mas está aqui passando por tudo isso de pé. A maneira como você cuida dos seus é de um amor que não tem explicação, é lindo de ver. Então dê um pouco desse amor a você mesma. Levante a cabeça, olhe-se no espelho e veja como você está se deixando para depois mesmo sem querer. Pergunte-se onde precisa melhorar, por qual caminho seguir. Peça ajuda, certamente as pessoas que te amam não vão virar-lhe as costas. E no mais, você pode fazer terapia (também há serviços gratuitos e bons espalhados pela cidade), isso me ajudou tanto. Aliás, isso é de uma ajuda imensa para qualquer pessoa. Se você fizer, certamente terá mais ânimo para seguir na batalha.

Gostaria de lhe ver sorrir em breve. Daquele mesmo jeito que você costumava sorrir, com uma alegria e um brilho no olhar que ultrapassava qualquer imagem e contagiava a qualquer pessoa. Quero ver aquele seu bom humor, seu cabelo despenteado, mas ainda assim bonito. Quero te ver bem, satisfeita com o mundo ao seu redor e com você mesmo. Porque você é linda e é incrível. Seja linda e incrível para você mesma também. Dê ao outro, mas deixe um pouco para você. Receba um abraço, mas se abrace com carinho também.

Sorria, menina. Não deixe isso para depois.

Um beijo, com amor. ♥️

- Essa carta é parte do projeto CARTAS PARA VOCÊ♥️ feito junto com a Monique no blog Vivendo Sentimentos e a Emy, do Blog MerakiPostaremos cartas com temas aleatórios todo dia 10 de cada mês. Você também pode participar. Envie o link de seu texto para vidaeletras@gmail.com

13 de maio de 2018

6 on 6 (MAIO, 2018)


Olá!
♥️

AMOR é uma das palavras que mais amo dizer e escrever. É o sentimento mais lindo. Infeliz daquele que não conheceu ou acredita não ter conhecido o amor. E será que essa pessoa existe? O amor está em todo lugar, em tantas coisas, que é quase impossível não percebê-lo. Mas se por um acaso você ainda não percebeu desejo, de coração, que ele tome conta de você na simplicidade de um momento qualquer. 

AMOR é o tema do 6 on 6, um projeto de fotografia que estou participando juntos com algumas meninas e seus blogs lindos. 







Quando pensei em amor, achei que seria um tema fácil, mas esse é um sentimento tão imenso que cabe muita coisa. Então, já que hoje comemoramos o dia da mães decidi postar fotografias de flores. Amo flores, amo o romantismo que elas têm, amo como dão vida a qualquer lugar. E no contexto de hoje, flor é um presente simbólico para a mãe. E eu desejo todas as flores e amor do mundo para você que é mãe. 
O projeto 6 on 6 é um projeto que tem o intuito de mostrar sentimentos através de fotografias. É para ser postado todo dia 6 de cada mês, porém estou postando com certo atraso devido a problemas com internet.
Confira as postagens de quem também participa desse projeto, que foi idealizado pela Melinda, do Blog Serendipity.


Bjux,
com carinho ♥️

17 de abril de 2018

Amorzices: O mar, eu e ela



Olá,

Há muitas histórias sobre as quais eu poderia contar - acreditem, tenho muitas -, mas penso que estou vivendo um momento em que ele precisa ser marcado de alguma ou de várias formas e acontece que, no mês em que decidi participar do Amorzices, idealizado pelos Blogs Serendipity, Desancorando e Sernaioto, eu registrei essa imagem, que casou perfeitamente com o tema do mês.

Se você olhar para essa fotografia - um sombreiro, e o mar no fundo - provavelmente pode pensar que é apenas mais uma daquelas imagens que a gente faz para registrar o momento. Mas para mim é mais que isso, tem um valor muito maior do que se pode imaginar. Eu achei linda, mas a beleza do momento faz dessa imagem algo memorável para mim e muito especial. ♥️

Uma das coisas sobre as quais você talvez não saiba é que em 1996, quando eu tinha seis anos de idade, me separei de minha mãe, que teve que morar em São Paulo por conta de nossas condições de vida. Não éramos pobres a ponto de passar fome, mas não vivíamos "leves" como hoje. Ela havia se separado do meu pai, morava com os pais e não estava conseguindo dar conta de tudo sozinha. Eu fiquei, ela foi; eu fui, depois voltei - moro em Salvador. Mas essa é uma história que pretendo contar depois numa postagem especial sobre a infância. Vai ficar lindo, me aguardem. 

Voltando ao que interessa. A última vez que estive com minha mãe foi no ano de 2013, quando fiz uma viagem de um mês para São Paulo. Depois disso, até então nunca mais havíamos nos encontrado e a saudade era tamanha, você não tem ideia. Porém, neste mês de abril (ah, outono!) ela ficou de férias do trabalho e decidiu fazer uma surpresa: no domingo, 08, a recebemos aqui em casa, e foi uma felicidade tão grande que não coube em mim. Se Deus sabe o que faz? Não tenho dúvida. Afinal, há pouquíssimo tempo perdi um tio num acidente e estava num período de luto, triste pelo acontecimento trágico. Depois disso Deus me preparou essa surpresa incrível para me deixar mais leve.

No último domingo, 15, acordou um sol lindo e ela me pediu para ir à praia. Fomos somente nós dois. Foi um momento único porque até então estávamos sempre rodeados de várias pessoas e nesse dia foi somente eu e ela. Passeamos pelo farol da Barra, tiramos fotos, comemos acarajé, sentamos e depois fomos para a frente do mar e ficamos lá contemplando as ondas. Ela quis entrar no mar, depois de eu levantar da cadeira e bater a cabeça na ponta do sombreiro. Foi um motivo para ela rir e tirar muito sarro de mim - minha mãe é muito menina, tem um espírito bem animado. Ela riu tanto, fez tanta agonia, que eu acabei rindo de bater a cabeça e a dorzinha foi até esquecida. Nesse momento, ela disse que ia para o mar e que queria tomar um banho. Foi então que decidi tirar a foto do sombreiro. Por detrás dela estava eu sorrindo feliz, vendo as ondas derrubarem minha mãe - que ria e corria delas - numa junção de amores que me fortalece. A cada vez que ela caia, levantava rindo, eu ria de cá e ela se jogava mais ainda. Ela está(va) feliz, e isso é lindo de ver.



Eu amo o mar. E neste momento era o que eu tinha, o que precisava. Era eu, o mar e ela. E toda a felicidade do mundo. A saudade sendo levada embora, a amizade forte que nos liga, os risos que fizeram nossa boca doer; e a foto para deixar marcado esse momento. No próximo domingo ela vai embora, e possa ser que demoraremos de nos ver novamente. Mas mesmo longe sempre estamos perto. Um amor que não se mede. 

Essa é um blogagem coletiva da qual você também pode fazer parte. Amorzices é um projeto mensal, publicado todo dia 15 pelo trio amorzinho Serendipity, Desancorando e Sernaiotto e que terá um tema base: o amor. A partir daí, a gente vai falar sobre um monte de coisas. O tema de abril é a história por trás de uma foto.

10 de abril de 2018

[#2] Para você, com carinho



Salvador, Ba 
10 de abril de 2018

Olá!

Hoje senti você estranho na sala de aula. Acho que por não ter o hábito de te ver assim tão cabisbaixo. Você  é sempre tão participativo, sempre atento. Outra coisa que reparei é que você sentou no fundo da sala, num canto onde tem uma tomada, e você que anda sempre conectado nem sequer pegou no celular, nem mesmo para deixar carregando. Receio que talvez esteja assim por conta do que aconteceu na última aula. Estive te olhando e juro que gostaria de ter feito algo, mas você saiu correndo imediatamente e preferi, nesse momento, lhe deixar sozinho. Por isso essa carta agora.

As pessoas podem ser muito cruéis mesmo. Também sofri perseguição quando cheguei na escola e era horrível. Me sentia sozinho, estava sempre de canto e implorava para que ninguém me notasse. Andar era difícil, pois eu achava que até mesmo meu andar seria motivo de chacota; falar, então, nem pensar. Por um bom tempo acreditei que minha voz fosse feia demais para as pessoas escutarem. Então, durante muito tempo me calei na sala de aula e quando queria dizer algo chamava o professor - alguns entendiam, outros nem sequer ligavam e meu silêncio era tudo o que eu tinha. Ir para o recreio era também o pior momento. Parece que quando todo mundo se junta o passatempo predileto deles, ao invés de se divertir, é pegar no pé dos outros. Aliás, poderia dizer que para eles infelizmente essa é a melhor diversão.

Eu nunca entendi esse prazer que as pessoas têm de fazer maldade com as outras. O sofrimento do outro parece ser a felicidade de alguns. Digo isso porque te vejo na escola e muitas vezes percebi seus olhos vermelhos, correndo para qualquer lugar, longe dos olhares famintos de pessoas que parecem querer nos devorar vivos. Como aquele dia em que você fez um corte novo no cabelo e todos os meninos foram lhe dar tapas na cabeça assim que você apontou na entrada do colégio. Eles começaram a insultar você, indagando que seu corpo era feio e sua cabeça estranha. E sabe o que é pior? Minha covardia em não ter coragem de ir lá e defender você . Porque defendendo você estarei me defendendo também, entende? Mas eles conseguem me calar e eu estou lutando a todo o momento para aprender a usar a minha voz outra vez e superar tudo isso.

Eu gostaria de saber como você está. Então, por favor, me escreva. E se não quiser escrever, me ligue. E ainda você pode vir até a minha casa e podemos conversar, nos fazer companhia e viver a nossa paz. Juntos podemos ser mais fortes. Às vezes, converso com alguns amigos que fiz na internet, pelo facebook, em algum blog ou fórum. Parece haver pessoas legais nesse mundo ainda, embora precisemos delas próximas da gente e elas não esteja. ou pareçam não estar. Mas essa foi a maneira que encontrei de pedir ajuda. Talvez alguém me ouça, talvez alguém escute você também. 

Olha, eu vou tentar ser melhor por mim, e então de alguma forma serei melhor para você também. E se você lutar contra isso tudo comigo, se você começar a entender o quanto você é lindo do jeito que é, as coisas vão começar a melhorar. Sei que não é nada fácil, mas fazer terapia ajuda. Eu já fiz por um bom tempo, mas parei. Estava caro para minha mãe continuar pagando. Mas sabe o que descobri? Há muitos lugares e faculdades particulares que oferecem esse serviço gratuitamente. Não perca tempo, procure. Não tenha vergonha. Ela é uma pessoa desconhecida para você e não irá julgá-lo como muita gente faz.

Inclusive, sabe o que o diretor me disse uma vez que fui reclamar do quanto aquelas pessoas estavam sendo desagradáveis comigo? Ele me perguntou: "o que você fez para eles agirem assim?". Aquilo me partiu o coração. E tudo continuou da mesma maneira. Até que você chegou na escola e parece que esqueceram de mim e transferiram toda a maldade que carregam no peito para sua pessoa. Imagina se as coisas forem assim, quantas pessoas nesse lugar serão torturadas e terão seus psicológicos afetados, assim como eu, como você? Então não ceda. Não desista. Chore quando tiver vontade, continue sendo o melhor para você, apresentando suas atividades e tirando notas incríveis. É isso que nós temos. Nesse mundo onde as pessoas nos excluem por motivos incompreensíveis nossa resposta é o que a gente faz e deixa de bom para a humanidade de alguma forma. 

Enfim, era isso. Só queria que você soubesse que você não está sozinho. Às vezes pode até parecer que o mundo se voltou contra nós, que até mesmo nossos pais não percebem, ou simplesmente se calam. Mas sempre há alguém a nos observar. E mesmo que esteja quietinho no canto, há sempre alguém disposto a nos ouvir. Em meio a tantos quadros feios pintados no mundo, há sempre a  beleza de alguma paisagem a nos abraçar por inteiro.

Um beijo,
com carinho. 
- Essa carta é parte do projeto CARTAS PARA VOCÊ, ♥️ feito junto com a Monique no blog Vivendo Sentimentos e a Emy, do Blog Meraki. Postaremos cartas com temas aleatórios todo dia 10 de cada mês. Você também pode participar. Envie o link de seu texto para vidaeletras@gmail.com

23 de março de 2018

'Me chame pelo seu nome', de André Aciman: da poesia à obra de arte


Muitos são os livros que nos emocionam, isso é algo óbvio para qualquer leitor. Sabemos o quanto somos empáticos na maioria das vezes em que nos deparamos com histórias que abordam temas que nos parecem tão familiar: ligado à vida de um parente, de um amigo, da vizinha, até mesmo à vida que é nossa e diz respeito às lembranças que temos do passado. Uma história pode muito bem atrair você, mas há momentos em que ao invés disso ela te escolhe. Com Me chame pelo seu nome foi assim. Ela me escolheu e em vários momentos me confundi em relação a quem eu sou, quem eu estava sendo, quem eu fui; e mergulhei na história de amor de Elio e Oliver como quem cai num buraco e se depara com um mundo novo, mas ao mesmo tempo familiar.


Olá!

Talvez você já tenha assistido ao filme tão bem comentado, ganhador do Oscar de melhor adaptação, estrelado por Timotheé Chalamet e Armie Hammer. E talvez ainda não tenha lido o livro - ou pode ser a situação inversa também. Independente de qual seja o seu caso, uma obra apresenta diferenças mínimas em relação à outra. Quando a gente adapta um texto para o cinema estamos automaticamente recontando a história, e recontar a história exige um novo texto. Então, se você já viu o filme e ainda não leu o livro não corra, dê atenção a ele. É a mesma história, mas olhares diferentes. E o melhor de tudo: a essência não é perdida em momento algum.

Todos os anos o pai de Elio recebe na sua casa um estudante, a fim de ajudá-lo na pesquisa de trabalhos da faculdade e até na escrita de um livro ou tradução dele. E é no verão de 1983 que a família inteira se reúne para receber Oliver - um americano atraente e evasivo, que aproveita o clima para além de trabalhar se divertir e conhecer a Riviera Italiana nas horas vagas. Nesse período, entre encontros no jantar, banhos de piscina, passeios de bicicleta, festas, discussões sobre literatura e arte um sentimento novo e intenso se revela para Elio e o visitante. Ambos tentam se mostrar indiferentes, alheios ao que acontece. No entanto, chega um momento em que disfarçar e negar o que está acontecendo torna-se impossível. É preciso superar o medo e aceitar. Quando isso acontece os dois passam a viver uma troca tão intima e calorosa de desejo e paixão, que marcará para sempre suas vidas.
Com rara sensibilidade, André Aciman destrincha as facetas do desejo, da descoberta da sexualidade e do início da vida adulta, fazendo de Me chame pelo seu nome, uma crua e memorável elegia à paixão.
Oliver é estudante acadêmico, professor e escritor,  acabou de chegar na Itália para acompanhar a tradução de seu livro que será publicado no país. Ele ficará hospedado na casa do jovem Elio, que assim como no verão anterior cede seu quarto para o novo hospede, a fim de que ele possa se sentir confortável durante a estadia. Aos 17 anos de idade, Elio ocupa seu tempo fazendo leituras e transcrevendo músicas clássicas, que em seguida será tocada ao piano para os amigos que frequentam sua casa. No entanto, esse será um verão diferente. E o garoto sente isso assim que vê Oliver pela primeira vez e percebe que seu modo seco e direto de falar (Até depois!) já o atinge de alguma forma. 

Comecei a ler o livro mês passado. Durante a leitura não consegui me segurar e assisti ao filme. Foi uma emoção indescritível. O filme realmente me tocou profundamente, me fez regressar e viver um momento de confusão e descoberta na minha vida. Foi lindo reviver aquilo, me enxergando na história de Elio e Oliver. E por ter me emocionado tanto com o longa acreditei que a leitura do livro seria desinteressante. Me enganei.


A narrativa de André Aciman deve ser destacada acima de tudo. Tantos detalhes, tanta profundidade, tanto amor depositado em cada página e em cada palavra para descrever o sentimento intenso e tão único do personagem aproxima o leitor de tal modo,  que ele pode facilmente se confundir: Quem sou eu, quem é ele? Onde está a minha vida, aqui comigo ou misturada ao que Elio e Oliver vivem no verão. Afinal, quem nunca viveu uma paixão intensa, que tirou seu sono e causou uma confusão tamanha na mente e no coração? 

Narrado em primeira pessoa, ME CHAME PELO SEU NOME nos leva a mergulhar na doçura e ao mesmo tempo na acidez de um relacionamento que vai sendo construído aos poucos, em meio à negação, ao orgulho e ao medo dos personagens. Através do olhar e do ponto de vista de Elio, vamos conhecer ambientes e aflições do personagem, a partir das lembranças que ele tem do primeiro contato com Oliver. O início do livro é repleto de suposições em relação ao momento em que ele finalmente se apaixonou pelo rapaz. 
Pode ser que tenha começado logo que ele chegou, durante um daqueles almoços tediosos, quando sentou-se ao meu lado e finalmente percebi que, apesar do leve bronzeado adquirido durante a breve estadia na Sicília no início do verão, as palmas de suas mãos tinham a mesma cor da pele clara e macia da sola de seus pés, de seu pescoço e da parte interna dos antebraços, que praticamente não haviam sido expostos ao sol." [Pág.: 11]
É uma história levemente sexy e intensa, que nos leva de volta àquele momento de nossas vidas em que um novo - e desconhecido - sentimento toma a cena e nos tira do lugar comum. O exagero na devoção de Elio por Oliver, o romantismo exagerado e poético são características da narrativa que faz dela dramática e certeira, no modo como representa a paixão. No entanto, aqui estamos diante de uma relação homossexual, não podemos esquecer de que para a sociedade é uma relação atípica e por isso possui seus percalços não somente no que se refere a assumir e viver o que tem que ser vivido, como na questão de se aceitar e aceitar essa condição até então desconhecida. 
"Quero conhecer seu corpo, quero conhecer seus sentimentos, quero conhecer você e, através de você, conhecer a mim mesmo." [Pág.:146]
Todo o comportamento de Elio (arredio e frio, às vezes) e de Oliver (também frio e muitas vezes distante) é justificado não só pelo período em que se passa a história, como também pela diferença de idade entre os dois (17 e 24 anos). O novo assusta, o "proibido" atrai. Há uma luta interna e Elio vive isso a todo o momento, quando quer fugir do que não é bem visto e não é "comum" naquele período; mas ao mesmo tempo há um sentimento mais forte, diria que avassalador que quer e rompe todas as barreiras do "não", do que se diz certo, do se diz ser errado. E acredito que haja uma beleza muito grande nisso. Principalmente quando o ambiente familiar se apresenta de forma inesperada e surpreende.
Não era ele que eu odiava - mas o que tínhamos feito. Não queria que ele olhasse dentro do meu coração ainda. Em vez disso, queria sair daquele pântano de autoaversão e não sabia como."[Pág.: 160]
Uma poesia pode se revelar dramática; o drama tão real, vivo e cru de Elio e Oliver se faz poesia. E essa é uma poesia cheia de referências a clássicos da literatura, uma homenagem aos grandes filósofos que trabalharam suas ideias e também aos grandes artistas que esculpiram suas artes que transcenderam espaço e tempo. 

"Me chame pelo seu nome" carrega em suas páginas o amor em sua forma crua e transparente, mesmo nos momentos de negação. É uma história sobre descoberta, sobre aceitação, mas acima de tudo sobre como o amor está para todos.

19 de março de 2018

[#1] "Para você, com carinho"


Imagem ilustrativa, retirada da internet.

Olá,

Sei que não deve estar sendo fácil esse momento de solidão dentro do quarto, chorando, desejando que as coisas tivessem seguido caminhos diferentes. Eu também terminei um relacionamento, durou muito tempo, e eu queria que durasse uma vida. Mas nem sempre isso acontece. Fiquei recluso, não queria ver ninguém. Era um momento meu, eu precisava vivê-lo. Então, gostaria que você soubesse que você não está sozinhx e que não há problema algum se você quiser se trancar no quarto e chorar até se sentir renovadx, prontx para recomeçar. 

Sei que é incomodo escutar das pessoas coisas do tipo "arruma logo outro que passa", e até "ele não te merecia, parte para outra". Parece uma mensagem interna, algo que todo mundo deve aprender quando nasce; todos preparados para falar a mesma coisa quando não sabem o que dizer. E na verdade, não é necessário. Nem sempre é preciso falar. Qualquer coisa que nos digam, o momento será o mesmo, a situação será a mesma, os sentimentos de perda e frustração também serão os mesmos. E é assim que as coisas são agora, não vão mudar de repente, como num passe de mágica. Não quer dizer que vá durar para sempre, só que a gente não precisa de palavras bonitas ou frases de efeito, mas de abraços calorosos e ternos. Acredito que eles dizem mais do que qualquer palavra.

Então vou te dizer, chore mesmo. Deixe que as lágrimas saiam, pode ter certeza que depois disso você estará mais leve. E talvez amanhã ou mais tarde elas queiram voltar, não prenda. As lágrimas são nossas companheiras, depois que deixamos que ela saia e vivam sua liberdade imediatamente teremos a nossa. Esqueça isso de que chorar é para os fracos. Nunca foi. Corajoso mesmo é quem chora, é quem deixa o orgulho de lado e se dá a chance de viver esse momento desconfortável. Porque é disso que a vida é feita, de momentos bons e momentos difíceis; não é nenhuma novidade. Claro que você não viverá triste para sempre - e por favor, fique atentx quando seu corpo te der sinais de que é hora de levantar e seguir em frente. Mas você tem que entender que a gente só aprende errando e que esse clichê faz todo sentido. Você cai para aprender a andar, leva um soco para aprender a bater. Com certeza você vai saber depois dessa tempestade o que é saudável e o que não é para um novo relacionamento.

Quando a gente prende o choro começa a acumular sentimentos ruins e desconfortáveis. E na nossa caminhada passamos a carregar um saco cheio de coisas velhas, que de tanto acumulo se parte. Quando você se dá conta percebe o quão difícil será juntar tudo outra vez, porque você está numa estrada deserta e sem luz. Não que seja impossível de se levantar ou recolher tudo. Mas é tão exaustivo o processo, que pode fazer mal ao seu próprio corpo e refletir na sua saúde. Já foi comprovado, o choro faz bem. Então, por favor, não se prenda. Não neste momento. Nem tente fingir que nada está acontecendo, você não pode fechar os olhos, deve encarar. Porque quanto mais você foge mais difícil será se livrar disso.

Alguns vão dizer que é drama, que o mundo não acabou, que você está exagerando. Deixa pra lá. Cada um sente de uma forma, encara as coisas de maneiras bem diferentes, e isso não quer dizer que elas queiram seu mal. Será que você nunca disse - ou pensou em dizer - algo desse tipo a alguém? A verdade é que ver quem a gente gosta chorando não é legal. Mas é justamente porque fomos acostumados a pensar que o choro é sinônimo de fraqueza e não que colocar para fora poderá fazer o outro se sentir um pouco mais leve, se livrando de um futuro acúmulo de estresse. Pense nisso.

Como disse, você não está sozinhx. Milhares de pessoas no mundo rompem relacionamentos amorosos e até de amizade; milhares de pessoas podem também estar chorando agora, trancadas no quarto sem querer ver ninguém ou olhar o mundo para além das portas de casa. E isso me leva a pensar que talvez seja a vida fazendo uma seleção natural e deixando com a gente somente aquilo que importa para quem somos neste momento. E o primeiro passo é tentar entender e aceitar as coisas como elas são. Portanto, se você me perguntar se isso é comodismo direi que não; eu diria que isso é sabedoria.

Um beijo com carinho. 

2 de março de 2018

O que te inspira? - faça uma lista de inspirações e espalhe amor


      Olá,
     
   
      De vez em quando costumo aparecer por aqui querendo fugir - um pouquinho só - do tema LIVROS para explorar outras questões que costumam acenar para mim, diariamente. E eu gosto de dar atenção a elas, de mergulhar junto, de procurar até encontrar o que me falta, o que me faz bem, o que me realiza.
      Não é novidade que estamos vivendo dias complicados, cada um lutando por uma batalha, sobrevivendo às farpas, buscando um minuto de descanso e paz para o corpo e para a alma. É tanta coisa que parece que sairemos daqui insatisfeitos e incompletos, depois de batalhar tanto para servir ao outro, encontrar a possibilidade de se servir no início do mês e de manter-se de pé pelo resto dos dias. No entanto, o que nos dá prazer pode estar bem ali nos olhando, num cantinho, acanhado, escondido, piscando os olhos. E ainda assim a gente não vê, pois estamos acostumados a correr para não perder o ônibus e não se atrasar; estamos correndo e fechando os olhos.
      Mas quando a gente se apressa e ainda por cima não nos permitimos perceber o universo ao nosso redor, deixamos de estimular nosso coração, nossos pensamentos bons; deixamos de olhar para o mundo e perceber as pequenas coisas que nos inspiram e nos fortalecem. Por isso, quero dividir com você uma lista de coisas que me inspiram e me fortalecem, talvez essa lista possa fazer com que você se inspire também e divida comigo essas inspirações.


MINHA FAMÍLIA E MEUS AMIGOS:
- Minha família é meu lar, meu porto seguro, amigos inseparáveis. Graças a Deus tenho uma família unida, todo mundo é amigo, vive em paz, brinca, chora junto e damos as mãos nos momentos mais difíceis. É tanto amor e cumplicidade que não é difícil se sentir feliz e realizado. 

MEU CACHORRO:
- Snou o nome dele (sem o W para não ter significado de neve). Quando coloquei o nome dele não foi pelo significado da palavra em inglês, mas sim pela sonoridade. Eu gosto. Por isso quando registrei mudei a última letra. Ele é um amor de cachorro, me enche de alegria a cada chegada. Ele tem um olhar tão doce e puro que só quem tem um cão em casa - ou um animal estimação - sabe do que estou falando.

MÚSICAS:
- Música me inspira muito. Quando criança costumava dormir escutando música, eu me sentia melhor à noite. Música para quando estou triste, para quando estou feliz, para quando estou estressado. As canções de Sandy, Marisa Monde e Shania Twain são as que mais me tocam profundamente.

O PÔR-DO-SOL E O CÉU ESTRELADO:
- Provavelmente você já viu algumas fotos do céu aqui no blog, ou alguma estrela enfeitando alguma postagem minha. Acontece que sou um apaixonado pelo pôr-do-sol e gosto de deitar do lado de fora e olhar para o céu cheio de estrelas. Isso me acalma, me traz uma paz inexplicável.


OS LIVROS QUE LEIO - e gosto!:
- Acredito que todo leitor se sente tocado, apaixonado, inspirado por um livro em especial, pelos personagens, pela história e até por uma frase da história. Há frases tocantes e cenas marcantes que nos inspiram de tal forma, que é impossível não suspirar depois de ler. Um dos meus livros inspiradores da vida é Alice no pais das maravilhas. E tem também UM DIA, entre outros.

A CENA DE UM FILME OU UMA SITUAÇÃO REAL:
- Eu amo assistir a filmes românticos, sempre vejo e ouço coisas que me fazem refletir e pensar na minha vida, às vezes até me inspiram a escrever sobre o amor e sobre relacionamento. A mesma coisas acontece na vida real. Sou observador demais e se vejo uma atitude bonita de uma pessoa nas caminhadas que faço logo quero escrever e deixar aquela cena marcada. 

MINHA MÃE:
- Impossível não falar das coisas que me inspiram e não citar minha mãe, uma mulher forte e guerreira, que quando algo coloca a cara a tapa e faz. É meu exemplo de pessoa e coragem. 

CONTEMPLAR O MAR:
- Sempre que estou triste, angustiado ou estressado procuro encontrar um momento para sentar frente ao mar, fechar os olhos e deixar tudo de ruim ir embora. O vento batendo no meu rosto é especial. Não dá para explicar como me sinto. Já escrevi um texto lindo de frente para o mar, um dos meus preferidos. Mas bem pessoais, por isso nunca publiquei no blog.

UM DIA DE SOL E O CÉU AZUL:
- Quando abro a janela do meu quarto e vejo que o dia está claro, com sol, e o céu está azulão eu me sinto bem realizado. Eu não gosto de chuva, tão pouco de sentir frio. Nesse período, além de ser tomado por uma melancolia, meu humor não é dos melhores e isso me incomoda. Muito diferente do que acontece nos dias de sol.

      E não para por aqui, há muita coisa que me inspira, é quase uma lista infinita. Acho que a vida em si, ainda que caótica, às vezes, injusta (pelo que pode parecer) é inspiradora. A gente só precisa descobrir o jeito certo de fazer valer a pena, arriscando e descobrindo mais de quem nós somos.

    Se você quiser refazer o post no seu blog fique à vontade. Vou adorar conhecer sua lista de inspirações. Sinta-se livre para publicar e me mostrar. Basta dizer onde encontrou a primeira lista, linkar o blog e me avisar que vou correndo deixar uma mensagem.

B-jão,

1 de janeiro de 2018

FELIZ ANO NOVO ♥ PARA MIM E PARA TODOS #2018





Você provavelmente ainda deve estar sob o efeito da alegria, das gargalhadas e brincadeiras da noite passada, a noite em que nada parece mudar, mas que representa um recomeço - eu provavelmente estarei também, (viva!), estamos juntos nessa. Talvez não tenha dado tempo de você pensar no que irá fazer nos próximos dias e até nas próximas horas. Mas você sabe que logo, logo terá que pensar. Pensar e agir! Mas não agora. Agora é hora de relaxar, afinal... fechamos um ciclo e precisamos renovar as energias para viver uma nova batalha.

Você provavelmente pediu muitas coisas para Deus - ou para aquele ser de luz que você acredita, até mesmo para o universo. Pediu paz, pediu oportunidade e saúde para estar ao lado de pessoas amadas e para fazer o que mais gosta. Você provavelmente pediu um emprego melhor, um salário melhor, uma folga das angústias , melhoria na saúde, etc... Mas talvez tenha esquecido de agradecer também, (afinal será mesmo que você não consegue pensar em nada de bom que lhe aconteceu?). Que tal lembrar? A gratidão está para todos os dias, para cada chance que você tem de respirar e refazer seus passos ela deve estar lá. Abrace-a.

Talvez você não tenha tido uma noite tão feliz, não tão boa quanto esperava. E talvez isso tenha doído de uma maneira que só você sabe. Mas eu espero, de coração, que tenha alguém ao seu lado para te dar a mão nesta momento. E se você não encontrou ainda, peço que observe bem ao redor, pois sempre há alguém disposto a dar a mão. E sabe de uma coisa? Talvez você só precise de você mesmo para se dar a mão, caminhar junto, em total acordo com seu estado de espírito e sempre no ritmo para se ajudar. Às vezes, a solução está com a gente. 

Você já escolheu a palavra para o esse novo ano? Eu já escolhi a minha. E assim como no ano anterior eu vou repetir tanto essa palavra, entoar tanto e pensar com tanto amor, tanta vontade nela, que ela fará de cada dia meu especial. Era novidade que eu queria, novidade eu tive. Vamos fazer isso juntos?

- Para este ano eu escolho a palavra POSITIVIDADE -  e você?

 ♥ 
SOBRE MIM

2017 foi um ano especial para mim, eu realmente vivi novidades. Foram tantas as coisas novas que me aconteceram, tantas pessoas que conheci, tantas experiências que eu pude experimentar. São coisas que valeram a pena.

Os momentos difíceis? Claro que houveram, afinal, que tipo de vida eu teria? O que eu aprenderia sobre o mundo e sobre eu mesmo se estivesse sempre tudo bem? Eu agradeço a tudo isso também, pois os erros e as dores são pontes para grandes novidades. 

Em 2017 vi amigos se casarem, outros se formarem na faculdade. Vi amigos começarem e terminarem um namoro, fui esperto, fui trouxa. Me senti para trás em vários momentos, mas permaneço seguindo adiante com pessoas especiais. Cara, não há nada mais bonito e mais feliz do que ter a oportunidade de seguir em frente.

Neste ano firmei parcerias, ganhei alunos especiais, crianças que me deixaram com mais vontade de fazer o bem e espalhar amor. Fiz novos amigos, vivi aventuras e paguei micos inesquecíveis. adoraria Eu sorri muito, me senti muito preenchido e vivi em paz com minha família. Essa é a parte que mais me orgulho, afinal, minha família é o meu lar, aquele lugar de onde meu coração não arreda os pés nunca.

Eu também fui a shows que tanto queria (I LOVE SANDY SKANK), vivi experiências que nunca imaginei viver, como, por exemplo, comer comida japonesa - eu descobri que não é para mim (MESMO!),  e ainda me disseram que é porque comi errado. Imagina! 

Sabe o que mais? Beijei pessoas que nunca imaginei, me decepcionei com outras que também nunca imaginei me decepcionar. Olha que novidade! Eu agradeço mesmo assim. Eu não escolhi me enganar, imagina deixar que o outro faça isso por mim!

Fiz as pazes com pessoas do passado e mandei embora minhas mágoas. Minha caminhada se tornou mais leve, pode crer.

Li livros incríveis, escrevi coisas incríveis e coisas ruins demais. Arrisquei novas ideias, fiz muita cagada, mas fui lá e fiz. Com um tempo vi tudo dar certinho, mas... precisei fazer burrada também. É uma das leis da vida - aceita.

E agora... 
SOBRE VOCÊ

- Encarou as angústias?
- Viveu as novidades?
- Agradeceu pelas falhas e pelas consequências dos acertos?
- Se deu presentes?
- Foi a shows e espectáculos que gostaria?
- Viu um filme diferente?
- Arriscou novas leituras?
- Viveu alguma "treta" com alguém?
- Presenteou alguém com um sorriso?
- Se presenteou com o sentimento de orgulho de ser quem é?
- Beijou quem gostaria e deixou ir quem deveria ir?
- Tirou um tempo para escrever?
- Chegou na hora certa para um compromisso?
- Se atrasou para um compromisso?
- Você derramou lágrimas de felicidade? E de tristeza?
- [Continue a lista e feliz novo ano] ♥

☆ Que tenhamos um ano de descobertas e realizações. Que tenhamos luz e e que saibamos aproveitar a claridade. Que tenhamos escolhas, mas que saibamos das consequências de um passo em falso. Que tenhamos amor. Que sejamos amor. Que possamos oferecer amor, amor, AMOR... E que amar seja sempre a nossa escolha. 

FELIZ 2018. 
COM AMOR,

10 de dezembro de 2017

Música como inspiração - ♥ Citação "Vilarejo, de Marisa Monte".




Olá!
Fim de ano costuma ser de muita correria para boa parte das pessoas e por aqui não é diferente. Vida social, amigos e família que merecem atenção, além disso as responsabilidades com a casa, com o trabalho e com a faculdade gritam pedindo atenção. E a mente da gente fica uma bagunça também, afinal são muitas as informações a serem registradas. 

Ufa!

Estou um poço de cansaço, e o cansaço acaba nos atrapalhando em muitas coisas. O ânimo nos é tirado, a disposição também, e principalmente a criatividade. A mente já está tão cansada, que chega um momento em que parece que dali não vai sair nada. E de fato comigo acontece muito isso, tanto que há dias que não posto aqui e passei um tempo sem fotografar e postar no Vida & Letras instagram também. Isso porque até poucos dias eu não conseguia ter ideias do que fazer, qual cenário montar para as fotos e o que escrever. Nada adiantava, minhas tentativas não valiam porque eu nunca estava satisfeito. Ao invés de relaxar eu sempre procuro mais e mais trabalho, forço a mente e, sinceramente, fico frustrado. Porque além de tudo isso sou uma pessoa extremamente perfeccionista d detalhista. 

Mas por que estou dizendo isso?

Primeiro para justificar esse hiato nos posts e depois para falar de música e do que ela pode fazer por nós.

Durante o ano posto poucos textos relacionados à música, com playlists, por exemplo, o que pode, talvez, fazer com que as pessoas pensem que não sou tão ligado à música assim. Mas isso não é verdade! Eu sou uma pessoa muito musical. Acordo na madrugada cantando - acreditem! -, saio de casa e chego em casa cantando. Mas acontece que com todo esse estresse do dia-a-dia acabei me afastando um pouco da música num dado período. Nesse tempo, a agonia e o estresse, as cobranças e as questões sentimentais me colocaram num lugar ruim, atacou minha saúde e me colocou na cama, através de uma crise forte de enxaqueca, que comprometeu minha visão e tirou minha paz. Na consulta com a médica a primeira coisa que escutei foi: diminua o ritmo, durma mais cedo e procure relaxar. E foi a partir dessa exigência que decidi cuidar mais de mim.

Há muitas coisas pelas quais a gente pode se deixar levar e consequentemente nos permitem viver momentos prazerosos. Um Yoga que a gente faz, o contato com a natureza, uma boa noite de sono, entre outras coisas. Então, senti a necessidade de me cuidar e tentei apelar para o que estava ao meu alcance: A MÚSICA - que acaba sendo o meio mais fácil de alcançar a paz e ter tranquilidade.

Escutei muitos mantras e fiquei em contato com os sons da natureza também. Além disso, criei playlists de músicas de bandas e cantores que amo. A reunião dessas músicas, aos poucos, foi me colocando num lugar mais tranquilo e sereno, e se fez inspiração para mim. Se eu já não estava produzindo nada, com a calma que senti com a ajuda da música, finalmente consegui fazer fotos que me deixaram satisfeito, no estilo que queria, me obedecendo e sendo fiel a mim.

Uma das músicas que mais me influenciaram e inspiraram foi Vilarejo, de Marisa Monte. Que inclusive foi a música que me deu ideia para fazer essa foto que ilustra o post. Enquanto fotografava minha plantinha, ao som de Vilarejo, me senti preenchido pela paz e pelo amor de forma inacreditável. Valeu a pena cada música, cada som que ouvi e cada letra que cantei.



Sandy, Skank, Ana Carolina, Marisa Monte, Shania Twain, entre outros artistas estão na minha playlist. Que tal você criar a sua e se deixar levar pela música também? A música é uma linguagem universal, nos acalma, nos levanta, nos anima, nos inspira. 

Um Bju meu.
Até a próxima.



30 de outubro de 2017

Seja Você!


Olá!



Permita-me desabafar com você. E desabafe também. Porque a publicação de hoje mais do que nunca é isso: um espaço para expressar alguma indignação. A minha é direcionada às convenções sociais, que tanto aprisionam, ditam regras, apresentam distinções absurdos sobre o ser e o que ele deve fazer ou não.

Para começar gostaria de dizer a alguém, uma pessoa que seja - acredito que para mim fará a diferença -, que se ainda pensa e segue essas convenções, que repensem, reflitam. Nenhum homem deixa de ser homem pela maneira como olha as unhas; nenhum homem deixa de ser homem quando reconhece a beleza do outro e lhe estende a mão em troca de ajuda ou carinho. Isso é ser humanitário, não é ser gay, bixa, baitola - ou seja lá qual for o nome que se infestou no nosso léxico para se referir a um homossexual. Homem chora, isso é sensibilidade (e quem disse que Deus a tirou dos seus homens?), homem também tem lá suas fraquezas e isso não faz dele menos homem que ninguém. 

Mas vamos realmente ao que interessa. Minha indignação, o estopim para o texto de hoje, veio a partir de uma cena que presenciei quando estava indo para a escola. Essa cena não deixa de fazer parte do contexto citado acima (estou calmo, calma, tudo vai fazer sentido).

Hoje me lembrei de um episódio que vivi na minha época de estudante, quando eu era apenas uma criança descobrindo maneiras para me virar no meu dia-a-dia.

- "Di, não carregue os seus livros assim! Homem carrega os livros assim, ó."

Carregar os livros "assim ó..." quer dizer que eu DEVERIA pegar os livros, segurá-los com o braço estirado para baixo de modo que eles fiquem encostados na minha cintura. Enquanto a menina é que DEVE segurar os livros para que eles fiquem apoiados no peito. 

Depois de muito tempo, mais precisamente hoje, parei para refletir sobre esse absurdo (um dos vários), pois um garotinho andava pela rua, à tarde, quando estava indo para a escola, e foi chamado de "bixa" por estar levando seus livros "como uma menina". Nesse momento, olhei nos olhos do garoto (que ficou envergonhado com a situação) e apoiei meus livros no peito também, assim como ele. E eu espero, de coração, que ele tenha entendido o recado. 

Cada um escolhe a forma que lhe convém, a maneira mais confortável de carregar os livros que tem nas mãos. Cada um olha para o lado da maneira que é sua, e olha para as unhas como bem quer, como bem lhe apetece seus impulsos. É um absurdo achar que detalhes como esses farão alguma diferença na vida e na sexualidade alguém. 

Ah, vá! Menos ignorância, gente. Menos ignorância, por favor!


A ilustração do texto foi retirada de imagens da internet. Infelizmente não representa tão bem quanto eu gostaria o texto acima. No entanto, as imagens que mais dialogam com a o texto estão protegidas por direitos autorais. Obrigado pela compreensão.

XOXO,

12 de outubro de 2017

~ Quando minha criança nascer ~


Especial dia das crianças


★★★

Quando eu tiver um filho ou uma filha, além de amor, minha maior preocupação será em educá-lo, mas educá-lo bem. Para respeitar não só a mim, mas a todos ao seu redor, mesmo quando não for presenteado com a reciprocidade. 

- "Mas todo mundo sabe que é de educação que uma criança precisa, Di!"

Claro, todo mundo sabe. Mas nem todo mundo parece se preocupar. Tem gente que anda tão ocupado, sempre correndo, que esquece que ser presente na vida de uma criança faz parte do processo de educar. E olhando para o lado, vendo a rotina dos filhos de amigos meus, até mesmo de conhecidos, busco sempre encontrar o que levar de exemplo, e o que não levar comigo no processo de me educar,  para então educar aquela que venha a ser minha criança. 

Quero que ela veja o que existe ao redor dela; quero que entenda o que é pertinente ou não fazer. Quero que saiba que a gente vive num mundo machista e preconceituoso - e irei explicar com cuidado e carinho o significado dessas palavras. Ela vai saber que o mundo onde vivemos é de uma hipocrisia tamanha, mas que sempre há quem apareça para fazer a diferença; eu vou dizer a ela que fazer a diferença é uma das coisas mais bonitas da vida, e que ela poderá conhecer tamanha beleza. Vou dizer que ela tem escolhas e não vou tirar esse direito na maioria das vezes, que me preocuparei em jamais impor minhas vontades, mas que algumas intervenções serão necessárias.

A criança que me acompanhar nessa vida saberá que prezo muito pelo diálogo, e que mesmo quando os dias forem cheios demais, buscarei pelo menos cinco minutos para saber deles e ouvir o que eles tem a dizer ou reclamar - porque uma criança pode não ter conta para pagar, coisas a resolver, mas eles tem problemas sim. Qualquer coisa que o incomode é um problema. E quero que ele me conte para que possamos resolver juntos e ele finalmente, num dado momento possa saber que pode se virar sozinho. 

A criança vai escutar todo o tipo de música que desejar. Eu quero mostrar para ela tudo o que existe ao nosso redor, na medida do possível. Mas também vou falara para ela o significado de agressão, para poder deixar claro também que existem algumas músicas que são capazes de agredir o outro com seu conteúdo grosseiro, e palavras violentas. Não vou impedir de escutá-las porque elas estão em todo lugar. Mas quero despertar nela a consciência do que aquilo representa. Porque a gente só consegue lutar com garra quando adquirimos consciência do que estamos fazendo e por que. 

Eu vou deixar que ela saiba o que é cigarro, o que é uma bebida alcoólica, e vou dizer o que elas são capazes de fazer - desde os problemas relacionados à saúde, até a sensação de prazer momentâneo que elas podem dar. Vou deixar que ela conheça através de mim. Eu prefiro que seja assim. Eu quero falar para ela, quero mostrá-la. E se ela quiser experimentar eu quero que faça na minha presença também. Quero que cheguemos a uma conclusão do que fazer ou não fazer, ou do que é bom ou não é juntos, e não que ela conheça as possíveis sensações por influência de outras pessoas.

E por falar em influências vou dizer que não se deixe influenciar, que não se renda às influencias (as boas e as ruins), mas aos próprios desejos, quando eles simplesmente não fizerem mal para si ou para o outro. Mas vou dizer também que é preciso ter humildade para ouvir conselhos e pensar com carinho se deve segui-los ou não. Acima de tudo quero que ela seja fiel a quem realmente é.

Minha pequena vai aprender sobre as diversas manifestações de arte que eu puder ensinar - por isso tento aprender o máximo de coisas possíveis. E vão saber o real motivo de não poder ver um filme que eles tanto querem, por exemplo. Vou ter o mais prazer em dizer que não é o momento ainda, que enquanto ele não estiver preparado para entender certas coisas - e fazê-los entender certas coisas é um fazer constante - não será possível assistir àquilo. Eu penso que é preciso construir caminhos para finalmente conhecer a grande novidade. E se essa obra não está pronta, não há porque explorar as imediações. Quero deixar que ela me mostre quando estiver preparada.

Minha criança vai saber que pessoas se relacionam entre si, que homens podem tanto se relacionar com mulheres, quanto com outros homens; e mulheres podem também se relacionar com outras mulheres. Porque se existe algo que a gente não tem é uma formula para dominar o desejo que acontece, não vem por excolha. Vou deixar claro para ela, que ainda que venha a ter um pensamento diferente do meu é um direito dela, mas também um dever respeitar o que o outro pensa, o que outro quer, o que o outro sente. 

Vou pedir, que ao invés de rir do outro, ria de si mesmo pela grande estupidez. E então, nesse momento,  busque olhar-se no espelho para perceber o que realmente está fazendo, o quão feio tal atitude pode ser. 

Vou dizer a ela que chore. Que sinta raiva, que se permita ficar triste. Vou dizer que fale palavrão, mas que respeite quem está ao lado. Normal dizer uma palavra feia, mais normal ainda saber que ela é tão feia que é melhor não ser pronunciada. Mas ninguém é perfeito e vai ser uma das coisas que vou fazer questão de lembrá-la sempre. Porque eu quero também que por entender que não é perfeita, não se ache melhor do que ninguém - nem pior também. Vou dizer que ela poderá ter seu coração partido em mil pedaços, mas que terá o tempo que precisar para se recuperar e que isso pode demorar ou não.

Há muitas coisas guardadas que eu gostaria de dizer. Por isso, estou numa busca constante por perguntas para que eu possa responder quando chegar a hora. Quero conhecer o máximo de coisas que eu puder, para que eu possa, então, mostrar. Estou todos os dias tentando me educar como pessoa,  para que eu possa me libertar de vez de todos os conceitos equivocados que tive ao longo de minha vida até aqui. 

Quando eu tiver uma filho ou uma filha ou simplesmente uma criança vou dizer a ela que não importa o que digam, uma das coisas mais importantes pelas quais devemos lutar é pela nossa liberdade, seja ela de escolha, expressão ou pensamento. Mas que a gente precisa ser livre sem ameaçar a liberdade alheia; a gente precisa lutar por nossa liberdade sem aprisionar o outro. 

Um dos melhores presentes que uma criança pode ganhar enquanto o tempo passa é uma educação digna. Portanto, eduque-se.

XOXO,



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