18 de janeiro de 2015

#Resenha – ‘Encontros no Parque’, de Hilary Boyd




♥.♥.

Quando a mulher conseguiu encontrar o caminho da conquista de sua independência, garantiu a tomada de decisões e um emprego que, por hora, lhe trouxe satisfação. Por outro lado, os casamentos que vivem de aparência tornaram-se comuns na sociedade. São duas situações distintas, mas que traçam os problemas que caracterizam o enredo de “Encontros no parque”.
O amor tem prazo de validade?
Quando George resolve que não quer mais dormir no mesmo quarto que ocupava com a esposa, desde quando se casaram, Jeanie busca, incessantemente, o por quê de o marido não querer ter relações íntimas com ela. No entanto, na manhã seguinte ele acorda, prepara o café como se nada tivesse acontecido enquanto a esposa implora por explicações. Depois de dez anos ela ainda não sabe o motivo para tal decisão de George, mas aprendeu a conviver com isso e, do incomodo, se acostumou com a ideia de dormir sozinha numa cama. Até que um dia, ao levar a neta para brincar no parque, Jeanie encontra Ray, um rapaz simpático e atraente que poderá mostrá-la um novo caminho. Mas será que haverá coragem para pisar nesses lugares novos e mudar de vida? Será que valerá a pena recomeçar?

Durante um bom tempo Jeanie se acomodou a viver com George da maneira que ele queria. Ele tomava as decisões e ela aceitava. O marido era dominador e queria ter controle de tudo, até que Jeanie percebeu que não estava feliz naquela relação. A insegurança de deixar George sozinho e ficar sozinha - por conta da idade avançada -, tornou as coisas ainda mais difíceis, no entanto, embora houvesse amor naquele lar, já não era suficiente. A tradição de uma família antiga e que traz a submissão da mulher ao marido é um dos pontos abordados na história, assim como a conquista de decisões no lar também. Há outro assunto polêmico na trama e que irá surpreender, mas isso eu deixo em segredo.

 Por um bom tempo Jeanie viveu um casamento de aparências, algo comum nos dias atuais e o que me chamou atenção na história também é o fato da idade dos personagens não estarem nem próximo da juventude e dos casais dos demais livros que costumamos ler. A mulher tem 60 anos, tem uma filha que já é mãe de uma garota de três anos e o marido pouco mais de sessenta. O livro poderia apostar mais nas passagens e capítulos dramáticos, por vezes a história ficou muito devagar, sem muitas reviravoltas e confusões que dá toda uma tensão nas narrativas que envolve problemas familiares.Por outro lado, a autora tem uma escrita simples e agradável, de modo que você nem percebe o tempo passar. Certamente há pessoas que poderão se identificar com o que lê nas páginas desse livro.

Hilary Boyd construiu um drama que nos leva a refletir a relação e os erros cometidos no matrimônio, mas acima de tudo, uma história que ensina que o amor nem sempre pode dar conta de tudo e o respeito ao espaço do outro e o diálogo são pontes para uma relação de sucesso. Eu indico essa leitura de narrativa simples e personagens fortes, que ultrapassou que Cinquenta tons de cinza, na lista de mais vendidos da Amazon.



Bjux,
Diego França*
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