♥
♥♥♥.♥.♥♥♥
Quando a mulher conseguiu encontrar
o caminho da conquista de sua independência, garantiu a tomada de decisões e um
emprego que, por hora, lhe trouxe satisfação. Por outro lado, os casamentos que
vivem de aparência tornaram-se comuns na sociedade. São duas situações
distintas, mas que traçam os problemas que caracterizam o enredo de “Encontros
no parque”.
O amor tem prazo de validade?
Quando George resolve que não quer
mais dormir no mesmo quarto que ocupava com a esposa, desde quando se casaram,
Jeanie busca, incessantemente, o por quê de o marido não querer ter relações íntimas
com ela. No entanto, na manhã seguinte ele acorda, prepara o café como se nada
tivesse acontecido enquanto a esposa implora por explicações. Depois de dez
anos ela ainda não sabe o motivo para tal decisão de George, mas aprendeu a
conviver com isso e, do incomodo, se acostumou com a ideia de dormir sozinha
numa cama. Até que um dia, ao levar a neta para brincar no parque, Jeanie
encontra Ray, um rapaz simpático e atraente que poderá mostrá-la um novo
caminho. Mas será que haverá coragem para pisar nesses lugares novos e mudar de
vida? Será que valerá a pena recomeçar?
Durante um bom tempo Jeanie se
acomodou a viver com George da maneira que ele queria. Ele tomava as decisões e
ela aceitava. O marido era dominador e queria ter controle de tudo, até que
Jeanie percebeu que não estava feliz naquela relação. A insegurança de deixar
George sozinho e ficar sozinha - por conta da idade avançada -, tornou as coisas
ainda mais difíceis, no entanto, embora houvesse amor naquele lar, já não era
suficiente. A tradição de uma família antiga e que traz a submissão da mulher
ao marido é um dos pontos abordados na história, assim como a conquista de
decisões no lar também. Há outro assunto polêmico na trama e que irá surpreender,
mas isso eu deixo em segredo.
Por um bom tempo Jeanie viveu um casamento
de aparências, algo comum nos dias atuais e o que me chamou atenção na história
também é o fato da idade dos personagens não estarem nem próximo da juventude e
dos casais dos demais livros que costumamos ler. A mulher tem 60 anos, tem uma
filha que já é mãe de uma garota de três anos e o marido pouco mais de sessenta.
O livro poderia apostar mais nas passagens e capítulos dramáticos, por vezes a história ficou muito
devagar, sem muitas reviravoltas e confusões que dá toda uma tensão nas narrativas
que envolve problemas familiares.Por outro lado, a autora tem uma escrita simples e agradável, de modo que você nem percebe o tempo passar. Certamente há pessoas que poderão se identificar com o que lê nas páginas desse livro.
Hilary Boyd construiu um drama que
nos leva a refletir a relação e os erros cometidos no matrimônio, mas acima de
tudo, uma história que ensina que o amor nem sempre pode dar conta de tudo e o
respeito ao espaço do outro e o diálogo são pontes para uma relação de sucesso.
Eu indico essa leitura de narrativa simples e personagens fortes, que
ultrapassou que Cinquenta tons de cinza,
na lista de mais vendidos da Amazon.
Bjux,
Diego França*
©2015