3 de fevereiro de 2018

[Livro II] Johnny Bleas e o núcleo da montanha, de João Gabriel Brene



Olá 
fofuras!

Cheguei hoje com um certo atraso, tanto no dia de postagem, quanto da postagem da resenha em si. Adoraria ter feito essa resenha e lido esse livro há mais tempo, mas infelizmente aconteceu de não ser bem como planejei, portanto... aceito que a hora certa foi essa. E agora, "Johnny Bleas - O núcleo da montanha".

Johnny Bleas - O núcleo da montanha é um livro de João Gabriel Brene, o segundo da trilogia, e sucede "Johnny Bleas Um Novo Mundo.

No primeiro livro, Johnny Bleas, garoto órfão de pai e mãe, se depara com o assassinato dos tios com quem morou desde a morte dos pais. Após a cena fatídica, Johnny acaba sabendo mais sobre seu passado e descobre um mundo novo, Asterium, repleto de castelos, duendes e guerreiros. Mas esse mundo corre um sério risco de ser dominado pelo mal e somente Bleas poderá salvá-lo. A partir de então, o garoto terá que fazer duras escolhas e treinar duro para se tornar um herói competente e salvar Asterium.


No segundo livro da trilogia continuaremos a aventura junto com nosso herói Bleas e partiremos do exato momento em que a história acabou no primeiro livro. Não vou escrever uma sinopse detalhada sobre ele, pois receio que haja, em algum momento, um resquício de spoiler. E entregar de bandeja os acontecimentos da narrativa seria privar vocês das surpresas que "Johnny Bleas - O núcleo da montanha" tem. Me atentarei apenas a escrever o que vocês podem encontrar nessa narrativa única e original, que embora nos apresente referências a outras histórias, consegue mostrar sua cara e se fazer única.

Na continuação da jornada de Johnny Bleas vamos encontrá-lo nas ilhas lunarium, seguindo viagem para as montanhas do norte onde está escondido o segundo fragmento do coração de Asterium. Durante a viagem, Bleas irá encontrar novos aliados, descobrir novos poderes, treiná-los, além de conhecer mais sobre a pessoa que ele é. Novos seres ganham a cena, entre eles um que me conquistou, chamado "Aprasseiro", cuja missão é guardar o sono do nosso herói, dá-lo uma boa noite e acalmar seus sonhos. A cena em que o personagem (que é um travesseiro falante) aparece e toda sua família acorda é bem divertida e por isso, marcante. Nessa jornada também a descoberta do amor se faz presente, um romance começa a dar sinal de vida e finalmente Bleas se deparar com um dos seus maiores inimigos, numa luta insana e familiar. Será um duelo marcante e surpreendente.



Quem será o maior inimigo de Johnny Bleas?


Como disse anteriormente, as referências não deixam de existir. Se no primeiro livro ousei comparar a história com o conto de Alice no mundo subterrâneo (a ideia de novo mundo ficou marcada após a obra de Carroll), os seres estranhos e a luta familiar do segundo livro me remete à franquia "Guerra nas estrelas". Mas não para por aí. Quem já leu o livro de Rhonda Byrne, "O Segredo" - e até mesmo assistiu ao documentário - vai encontra muito sobre o exercício de se conectar com a força do bem, que vem a partir da Gratidão. Aprender a agradecer por tudo, até mesmo pelas situações ruins vai ser um dos maiores desafios de Johnny Bleas, em capítulos que irá nos levar a refletir sobre a importância de agradecer.
"Algumas pessoas não conseguem ter o controle que mencionei sobre manter a mente no presente. Portanto, podem apelar para outro meio de controle de emoções e pensamentos por meio da gratidão. Sentir-se grato pelas coisas que nos acontecem pode ser uma das magias mais fortes do universo."
Uma grande mensagem da narrativa também aparece no momento da luta de poderes, na ânsia de ter o poder. Aqui, uma frase famosa de Maquiavel se encaixa perfeitamente: "Dê o poder ao homem, e descobrirá quem realmente ele é". No entanto, também vamos conhecer o outro lado da moeda: o poder a destruir o homem. A bondade do homem ameaçada pelo ganância, pela influencia dos sentimentos egoístas e da vaidade de uma pessoa.

 Algumas partes da narrativa ao meu ver são desnecessárias - e isso não compromete em nada a leitura agradável -, outras senti falta de um desenvolvimento e uma "fotografia melhor" do acontecimento. Uma das cenas mais esperadas, por exemplo, pede algo mais que eu não encontrei. Mas volto a repetir, não afeta em nada a qualidade da história. Uma coisa que gostaria de apontar também, mas de maneira positiva agora, é a melhoria da revisão. Quando li o primeiro livro lembro que me senti insatisfeito com a quantidade de erros de digitação e a revisão precária da história. No segundo livro os erros foram pouquíssimos, quase irreparáveis.

A narrativa agradável, leve e carinhosa de Brene é incontestável. É prazeroso ler os diálogos e os textos do autor, que demonstra nas entrelinhas o cuidado que teve na construção da história e o amor pela escrita. Demorei de ler o livro por questões pessoais, de prioridade, entre outras coisas. Mas jamais porque não merece minha atenção ou porque não é um livro bom. Muito pelo contrário. Johnny Bleas - Um Novo Mundo e Johnny Bleas - O núcleo da montanha são fantasias que não ficam devendo nada às demais. 

Eu indico forte que busquem e leiam a história. Assim que souber da previsão de lançamento do próximo livro postarei nas redes sociais. Fiquem ligados! No site do autor vocês ficam sabendo de todas as novidades e de como comprar o livro - disponíveis nas principais livrarias físicas e virtuais do país.

www.jgbrene.com/onucleodamontanha

Fique com o booktrailer de "Johnny Bleas - O núcleo da montanha".

 

Um Bju meu,
com carinho

31 de janeiro de 2018

Mrs. Dalloway, de Virginia Woolf





Virgínia Woolf, autora inglesa; Mrs Dalloway uma de suas principais obras. Um clássico, uma narrativa peculiar e um senso crítico aguçado quando se trata da sociedade inglesa da época.

Olá!

Ler um clássico para muitos é questão de honra, para outros um martírio. Você já parou para pensar em qual das duas categorias você se encaixa? Não sei se existe meio termo, eu com certeza estaria dentro dele, acredito que a questão não é ler clássicos, é como ler um livro clássico. E depende de qual livro você vai ler, porque assim como qualquer coisa na vida ou a gente se identifica ou não se identifica.

Talvez você já tenha lido Mrs Dalloway e tenha uma opinião formada em relação à história, e talvez você não tenha lido ainda, mas esteja desejando verdadeiramente. É importante saber que essa é uma das obras mais aclamadas da autora, e foi também uma das mais criticadas pelo público provavelmente por fazer uma crítica à sociedade fútil da época e pela narrativa peculiar, nada simples ou de fácil compreensão. Ainda assim, é um marco na literatura, essencial na lista de clássicos a serem lidos. E a partir das razões que vou lhe dar logo mais, você dirá se vale a pena ou não realizar a leitura.

Haverá uma festa na casa de Clarissa Dalloway à noite. A dona de casa prefere sair para comprar flores, já que sua empregada tem muito o que fazer.  Na trajetória de Mrs. Dalloway até a floricultura,  a mulher encontra amigos e conhecidos e relembra acontecimentos de seu passado numa narrativa não linear, com frequentes momentos de flashback. Além disso, ao mesmo tempo em que mergulhamos nos pensamentos da personagem, vemos a vida de outras pessoas que ao redor da protagonista, vivendo seus problemas e suas mentiras e infortúnios nos anos de 1920.

A complexidade da narrativa é incontestável. O livro aposta no fluxo de consciência, que é uma técnica narrativa que se propõe a narrar o pensamento de um personagem, sua linha de raciocínio e suas ideias que se desenrolam durante o processo de reflexões que acontece ao mesmo tempo em que ela vive as situações rotineiras. No caso de Mrs. Dalloway, a mulher questiona o tempo inteiro os costumes  da sociedade da época tão superficial e hipócrita, questiona também acontecimentos de seu passado, o que nos leva e nos trás no tempo da narrativa, que agora está no presente e, talvez de modo que você nem perceba, no momento seguinte estará narrando um fato do passado, como uma importante lembrança da personagem. 

Essa não será uma leitura fácil, ela merece muita atenção, pois os fios se misturam, mas sempre se encontram formando um emaranhado de informações, dando uma visão ampla do que acontece no íntimo da personagem e ao redor. Pode não ser uma leitura interessante para alguns, se revelando nada atraente e até entediante. Mas agrada ao leitor que gosta de narrativas introspectivas. 

Mrs. Dalloway nos leva uma viagem pelos pensamentos de uma personagem/mulher muito além de seu tempo. A trama se desenrola fazendo um passeio pelo íntimo do ser humano, mostrando suas crises existenciais, seus anseios e insatisfações, além de trazer à tona - de maneira sutil - temas como a homossexualidade e feminismo. Apenas escolha o momento certo e o lugar certo para realizar essa leitura e isso definirá muito sua experiência com ela.
A edição que li é dos clássicos da Peguin, selo da Companhia das letras. Também observei através de uma breve leitura, edições de outras editoras, e das que li posso assegurar que a melhor tradução é a que está em destaque nessa publicação.

Um Bju meu,
com carinho



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