Olá, pessoinhas! ❤
Vou começar essa resenha
tão poético e apaixonado quanto a história que está no livro de hoje. Desejo
que mil estrelas estejam brilhando no céu de vocês e que luzes estejam se
ascendendo para cada amor que nasce e sobrevive à distância e ao tempo. Assim
como aconteceu na vida de Owen e Lucy.
Você sabe onde fica o
centro exato do mundo?
Apesar de Jennifer E.
Smith já ter lançado dois livros de sucesso e eu ter uma vontade imensa de ler
cada um deles – “ A probabilidade estatística do amor à primeira vista” e “Ser
Feliz é Assim” –, A geografia de nós dois
é o primeiro livro que li da autora. Não digo que é tão bom quantos os outros
ou que é melhor que eles, mas certamente é um livro que tem um potencial
absurdo de fazer o leitor morrer de amores.
Onde mora o amor? E pode
esse sentimento resistir à distância? Owen e Lucy estão prestes a testar a
teoria de que, mesmo longe dos olhos, alguém especial jamais deixa seu coração.
Quando um apagão deixa
toda a cidade de Nova York no escuro, Owen e Lucy estão presos no elevador. Ele
mora no subsolo, ela no vigésimo quarto andar no prédio e, parados no meio do
caminho, pela primeira vez desenvolvem uma conversa. Apesar de já terem visto
um ao outro algumas vezes, eles nunca se falaram, a única coisa que existia
entre os dois eram suposições e opiniões idealizadas. Mas naquele dia, quando
conseguiram sair do elevador, enquanto o mundo lá fora ainda permanecia no
escuro, uma luz se acendia para cada um deles. Com as estrelas acima de suas
cabeças e uma noite para chamar de inesquecível, Owen e Lucy vão viver uma
experiência única, que mostrará a eles que um lar não precisa exatamente ser
uma casa. Em algum momento os dois vão precisar encontrar onde fica o centro do mundo, porque vão precisar se separar, cada
um em um canto do país mantendo contato apenas por cartão postal. Será que esse
sentimento que nasceu dentro deles vai sobreviver ao tempo e à distância? Onde
fica o centro exato do mundo para Owen e Lucy?
Se eu tivesse que
escolher uma palavra para definir A Geografia de Nós dois, certamente o termo
certo seria dizer que é uma história
poética. A autora construiu uma narrativa doce, engraçada, tocante e não
poupou metáforas. Tais adjetivos, porém, não definem somente a história em si,
eles também definem os personagens.
💭 “Owen também sorriu, deixando os olhos se fecharem, mas ainda
assim continuava a vê-las, brilhando fortes atrás das pálpebras. E, pela
primeira vez em semanas, ele se sentiu aceso por dentro, mesmo na mais escura
das noites.”
Owen e Lucy são dois adolescentes
construídos com uma beleza admirável e o melhor: são personagens fáceis de
imaginar no mundo real. Owen perdeu a mãe a pouco tempo e está tentando construir
recomeçar a vida ao lado do pai, ao passo que Lucy tem uma família formada,
apesar de não tão unida – no sentido de estarem sempre juntos. Na maioria das
vezes Lucy é deixada sozinha enquanto os pais viajam o mundo. Enquanto isso,
Owen tenta superar a morte da mãe vagando pelas ruas, mas sempre com o apoio e
a presença do pai.
A realidade de vida dos
dois é muito diferente, mas existe algo em comum: há uma lacuna a ser
preenchida no mundo deles. A garota apesar de ter uma qualidade de vida boa e
ter irmãos, um pai e uma mãe, todos são ausentes. Enquanto isso, a falta da tão
lembrada e amada mãe de Owen é o que falta para ele. E aqui está uma
problemática na história que acho importante: a presença ou ausência da família
e o impacto que isso causa numa pessoa.
Outro ponto que me chamou
a atenção na história e que gosto de deixar em evidência quando falo sobre o
livro é a pureza dos sentimentos dos personagens. É um amor que acontece, não
existe simplesmente, e é algo saudável. Um amor amigo, que ensina, que aprende;
um amor que como qualquer outro permite alguma desavença, mas que não perde o
brilho.
O palco inicial dessa
história é Nova York, no entanto você fará uma viagem pela Europa também, passando
por países como Londres e Paris (palco das mais belas histórias de amor). A
história é narrada em terceira pessoa e nos mostra a cada capítulo a vida e os
sentimentos dos personagens, de maneira intercalada, mas de um modo que faz com
que os protagonistas estejam sempre em sintonia.
💭 “Na escola, Lucy estava sentada em silêncio na carteira, voltada
em direção ao oeste”.
“Entre uma aula e outra, Owen parou por um instante, com os pés
apontando para o leste.”
“Em Londres, Lucy pensava em Owen.”
“E bem longe, em Seattle, Owen pensava nela”
Se eu disser que o clichê
não está desenhado perfeitamente na história eu estaria mentindo. Inclusive
essa situação de ambos se separaram, se encontrando em alguns momentos, mas
mantendo sempre contato me fez lembrar de UM DIA, do David Nicholls, até pelos
cenários que conhecemos no enredo, mas claro numa versão mais leve e
adolescente.
A Geografia de nós dois é
um livro com uma narrativa leve, com personagens cativantes e um tom poético
que está do início ao fim. Emoção não vai lhe faltar, arrepios também não. Um
livro para ler e se apaixonar, para ler nas entrelinhas e entender o
significado que a simplicidade das coisas pode ter na nossa vida. Mas acima de
tudo um livro sobre amizade, cumplicidade e amor.
Espero que vocês leiam e
gostem do livro assim como eu adorei. Encontrei sim alguns poucos pontos
negativos, mas que não influenciam em nada na qualidade da história – são
coisas que me incomodam, é algo mais pessoal – por isso preferi não escrever.
Divirtam-se, se apaixonem.
Um beijo.
Diih. ❤