15 de julho de 2016

Amani Al’Hiza ‘A Rebelde do Deserto’, de Alwin Hamilton



Olá! 😍

Antes de mais nada quero pedir desculpas pelas poucas postagens aqui no blog e lá no instagram. O fato é que continuo lendo - estou lendo muito -, mas as aulas começaram. Sendo assim, o tempo para escrever fica apertadinho e eu acabo não fazendo publicações sempre que quero aqui no Blog. Dito isso...

Conheçam um pouco mais de A Rebelde do Deserto, o primeiro livro de uma trilogia, da autora Alwin Hamilton, publicação do primeiro semestre da Editora Seguinte.


Hamilton escreveu um livro com uma história que mistura a realidade com magia e fantasia, trazendo para a literatura contemporânea uma leitura “ousada”, que enaltece a mulher e seu poder dentro de uma sociedade machista. A mitologia árabe está presente em toda a história.

Amani é uma adolescente órfã, que mora na Vila da Poeira com os tios. Ela não é o tipo obediente e submissa aos homens, como é esperado da mulher naquela cultura. Amani quer ter autonomia, quer escolher o que deseja para si ou não. A garota está prometida para um casamento o qual ela não quer e por essa razão – entre outras – decide que vai fugir da vila para viver em outra cidade. Mas para isso ela precisa encarar o deserto de Miraji, um lugar governado por mortais, mas que não impede que criaturas míticas apareçam por locais mais perigosos. Além disso, ela tem que encarar a realidade nada piedosa: ela é mulher, é órfã, é pobre e o deserto não é um lugar justo para pessoas assim. Mas ela possui uma característica especial: melhor do que qualquer outro homem da vila onde mora, Amani Al’Hiza é ótima para apertar um gatilho e dar um tiro certeira. O que a garota nunca imaginou é que em meio a essa batalha na busca pela liberdade, ela conseguiria fugir galopando num cavalo mágico, ao lado de um forasteiro misterioso, que vai mostra-la mais do que ela imaginou saber. Principalmente que ela é uma garota feita de fogo e pólvora. E Amani sabe muito bem o que isso significa.

Como disse, A Rebelde do Deserto é um livro que tem uma história baseada na mitologia árabe, e que dialoga com outras narrativas de sucesso. Mas um dos pontos principais do enredo é a imagem de uma “garota” forte, que apesar de morar num lugar onde mulher não deve ter opinião ou vontade, enfrenta tudo e todos pelo que quer.

Amani tem uma personalidade forte, age naquilo que quer e quando quer. E essa foi uma das coisas que mais me chamou a atenção na personagem. Num momento em que estamos travando uma luta pela igualdade dos gêneros, em que as mulheres estão mostrando sua força e lutando cada dia mais pelo seu espaço, Amani é uma inspiração. A garota sente medo sim, mas isso não a domina. Ela segue em frente, luta quando quer, pelo que quer.


A autora descreveu o cenário perfeitamente, e com base nas referências que inseriu na narrativa é possível se transportar e viver mais de perto a história. E por falar em referências, eu consegui perceber muito de “As Mil e Uma Noites”, dialogando com textos do grande faroeste, e de filmes como Mulan e Aladim. A capa, inclusive, diz muito sobre o cenário da história e sobre tais referências.

O livro tem uma narrativa atraente e nos apresenta curiosidades sobre os personagens da mitologia árabe, como os demdjs e djinnis – prefiro que você descubra mais sobre eles durante a leitura -, ambos com destaque maior nesse primeiro livro. Além disso existe uma grande discussão política sobre os direitos das mulheres e a liberdade de crença e expressão das pessoas.


Apesar de o livro ter um enredo agradável e necessário, a autora deixou a desejar em alguns aspectos da narrativa, que podem sim incomodar o leitor. Os cortes bruscos de cena é um dos aspectos. Em alguns momentos fica muito difícil entender o que está acontecendo porque tudo passou rápido demais e deu uma sensação de “estar faltando algo”. Outro aspecto que é comum nos primeiros livros de uma série são as reviravoltas que demoram a acontecer devido as apresentações de personagens e do cenário, que não isenta a narrativa de ter seus momentos chatos.

De modo geral, A Rebelde do Deserto é um livro que apesar das falhas apresenta um enredo empolgante e cativante. É linda a força da personagem e é lindo demais ler uma história com uma personagem tão cheia de autonomia e força, tão MULHER, tão especial! Apenas leiam.

“Alwyn Hamilton nasceu em Toronto, no Canadá, e já morou na França e Itália. Estudou história da arte no King’s  College, em Cambridge , e atualmente vive em Londres, onde trabalha numa casa de leilão.”


Bjão e até mais!

Dii
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