Olá! 😍
Antes
de mais nada quero pedir desculpas pelas poucas postagens aqui no blog e lá no instagram.
O fato é que continuo lendo - estou lendo muito -, mas as aulas começaram.
Sendo assim, o tempo para escrever fica apertadinho e eu acabo não fazendo
publicações sempre que quero aqui no Blog. Dito isso...
Conheçam
um pouco mais de A Rebelde do Deserto, o primeiro livro de uma trilogia, da
autora Alwin Hamilton, publicação do primeiro semestre da Editora Seguinte.
Hamilton
escreveu um livro com uma história que mistura a realidade com magia e
fantasia, trazendo para a literatura contemporânea uma leitura “ousada”, que
enaltece a mulher e seu poder dentro de uma sociedade machista. A mitologia
árabe está presente em toda a história.
Amani é
uma adolescente órfã, que mora na Vila da Poeira com os tios. Ela não é o tipo
obediente e submissa aos homens, como é esperado da mulher naquela cultura.
Amani quer ter autonomia, quer escolher o que deseja para si ou não. A garota
está prometida para um casamento o qual ela não quer e por essa razão – entre
outras – decide que vai fugir da vila para viver em outra cidade. Mas para isso
ela precisa encarar o deserto de Miraji, um lugar governado por mortais, mas
que não impede que criaturas míticas apareçam por locais mais perigosos. Além
disso, ela tem que encarar a realidade nada piedosa: ela é mulher, é órfã, é
pobre e o deserto não é um lugar justo para pessoas assim. Mas ela possui uma
característica especial: melhor do que qualquer outro homem da vila onde mora,
Amani Al’Hiza é ótima para apertar um gatilho e dar um tiro certeira. O que a
garota nunca imaginou é que em meio a essa batalha na busca pela liberdade, ela
conseguiria fugir galopando num cavalo mágico, ao lado de um forasteiro
misterioso, que vai mostra-la mais do que ela imaginou saber. Principalmente
que ela é uma garota feita de fogo e pólvora. E Amani sabe muito bem o que isso
significa.
Como
disse, A Rebelde do Deserto é um livro que tem uma história baseada na
mitologia árabe, e que dialoga com outras narrativas de sucesso. Mas um dos
pontos principais do enredo é a imagem de uma “garota” forte, que apesar de
morar num lugar onde mulher não deve ter opinião ou vontade, enfrenta tudo e
todos pelo que quer.
Amani
tem uma personalidade forte, age naquilo que quer e quando quer. E essa foi uma
das coisas que mais me chamou a atenção na personagem. Num momento em que
estamos travando uma luta pela igualdade dos gêneros, em que as mulheres estão
mostrando sua força e lutando cada dia mais pelo seu espaço, Amani é uma
inspiração. A garota sente medo sim, mas isso não a domina. Ela segue em
frente, luta quando quer, pelo que quer.
A
autora descreveu o cenário perfeitamente, e com base nas referências que inseriu
na narrativa é possível se transportar e viver mais de perto a história. E por
falar em referências, eu consegui perceber muito de “As Mil e Uma Noites”,
dialogando com textos do grande faroeste, e de filmes como Mulan e Aladim. A
capa, inclusive, diz muito sobre o cenário da história e sobre tais
referências.
O livro
tem uma narrativa atraente e nos apresenta curiosidades sobre os personagens da
mitologia árabe, como os demdjs e djinnis – prefiro que você descubra mais
sobre eles durante a leitura -, ambos com destaque maior nesse primeiro livro.
Além disso existe uma grande discussão política sobre os direitos das mulheres
e a liberdade de crença e expressão das pessoas.
Apesar
de o livro ter um enredo agradável e necessário, a autora deixou a desejar em
alguns aspectos da narrativa, que podem sim incomodar o leitor. Os cortes
bruscos de cena é um dos aspectos. Em alguns momentos fica muito difícil
entender o que está acontecendo porque tudo passou rápido demais e deu uma
sensação de “estar faltando algo”. Outro aspecto que é comum nos primeiros livros
de uma série são as reviravoltas que demoram a acontecer devido as
apresentações de personagens e do cenário, que não isenta a narrativa de ter
seus momentos chatos.
De modo
geral, A Rebelde do Deserto é um livro que apesar das falhas apresenta um enredo
empolgante e cativante. É linda a força da personagem e é lindo demais ler uma
história com uma personagem tão cheia de autonomia e força, tão MULHER, tão
especial! Apenas leiam.
“Alwyn
Hamilton nasceu em Toronto, no Canadá, e já morou na França e Itália. Estudou
história da arte no King’s College, em
Cambridge , e atualmente vive em Londres, onde trabalha numa casa de leilão.”
Bjão e até mais!
Dii ❤