21 de janeiro de 2013

Delírio - - Resenha



'Achavam que amar era algo sublime. Mas isso foi antes de encontrarem a cura.'

Bem vindo a Portland, uma cidade localizada nos Estados Unidos, onde, há alguns anos, o governo detectou uma doença grave capaz de levar uma pessoa à loucura. Tempo depois os cientistas descobriram a cura. Chamada de amor delíria nervosa, a doença passou a ser evitada através de uma espécie de cirurgia, a intervenção.  Ao completar dezoito anos de idade, todos os habitantes passam pelo tratamento a fim de libertá-los desse mal.

Faltam apenas noventa e cindo dias para que Magdalena complete a maior idade e passe pelo teste da intervenção. Lena, como é chamada por amigos e familiares é uma garota de dezessete anos, órfã de pai e mãe e mora com a tia Carol além do tio e a prima. É uma menina um tanto tímida e com uma insegurança muito grande. Não se acha muito bonita e vive apontando diferenças e colocando a sua amiga Hana – uma garota astral, teimosa e que não vive contente com a intervenção – acima dela.

‘[...] Ela é absolutamente linda – mesmo quando seu cabelo louro está apenas preso em um coque bagunçado, parece que ela acabou de voltar do salão. Não sou feia, mas também não sou bonita. Tudo é um meio-termo.’

Magdalena vai conhecer Alex, um garoto gentil, em alguns momentos sarcástico e mentiroso, no dia da intervenção. A partir daí segredos serão revelados, mentiras serão descobertas, verdades virão machucar e amedrontar o espaço da menina. E é aqui que eu deixo que vocês descubram tudo isso enquanto lêem o livro.

Delírio é uma história escrita por Lauren Oliver, ex assistente editorial numa editora em Nova Iorque, formada pela Universidade de Chicago. O livro é dividido em capítulos e, em cada um, possui uma espécie de ‘manual’ falando sobre causas e sintomas da deliria nervosa. Contado em primeira pessoa, é uma obra com uma grande dose de metáforas. E são ótimas. Você consegue tirar reflexões e questionar coisas que, talvez jamais tenha parado pra refletir antes. Como diria a personagem principal, (...) É o mais mortal de todos os males: você pode morrer de amor ou da falta dele.

Fazer a resenha dessa obra me fez perceber a tamanha responsabilidade que carregaria pela frente. Primeiro porque eu me apaixonei pelo tema, consequentemente estou apaixonado pelo livro e é preciso muito cuidado para não criar ânimo demais e postar ‘spoilers’; depois porque a maneira com que o assunto ‘amor’ é abordado nele é de uma criatividade admirável – confesso que, muitas vezes me falta palavras para ser tão preciso quanto à história. A autora criou personagens, situações e regras imensamente incríveis. Criou um mundo que parece tão real que pode ser confundido com o mundo cada vez mais carente de sentimentos no qual vivemos. Acredito que pessoas de todas as idades irão se surpreender com a leitura. Não é de difícil entendimento, não é complicado. Indico esse livro a todas as pessoas que estão lutando contra os sentimentos, a todas as pessoas que se fecham para o amor numa tentativa vã de não senti-lo. Lembrem-se: Não podem tirar isso de nós.

Boa, ótima leitura a todos.

 © Diego França 2013*
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