30 de março de 2017

O Primeiro dia do resto da nossa vida, de Kate Eberlen



Olá, todo mundo!
Não sei se aí está chovendo, mas aqui está uma chuva daquelas que você só deseja ficar na cama vendo TV, comendo brigadeiro ou simplesmente lendo um livro. Por isso decidi escrever contar a vocês um pouco de "O Primeiro dia de nossas vidas", um livro muito romântico, que traz uma história sobre destino, incertezas, dificuldades e tempo. 

Se existe uma coisa na qual eu acredito nesta vida - entre outras, é claro - é em destino, em momento certo, lugar certo para acontecer o amor. Então, posso dizer que eu estou aqui pensando que em algum lugar desse mundo há alguém vivendo seus amores e ilusões até chegar a mim. E foi por acreditar nisso que fiquei empolgado para ler esse livro, até começar e perceber que não se tornaria tão especial para mim como eu realmente gostaria que fosse.
"Não é estranho pensar que milhares de casais vão se encontrar pela primeira vez esta noite? - divaguei. - E alguns deles vão durar duas semanas e outros ainda vão estar juntos daqui a vinte anos, mas nenhum deles sabe disso ainda..." (Pág.: 96)
O primeiro dia do resto da nossa vida conta a história de Tess e Gus, dois jovens de apenas 18 anos, que estão vivendo momentos delicados na vida ao mesmo tempo em que tentam traçar o que desejam fazer no futuro. O sonho de Tess é ingressar numa universidade, enquanto Gus deseja a todo custo se libertar do controle da família. Um dia, durante as férias, a vida dos dois se cruzam antes que eles voltem para suas casas e continuem suas vidas como dois desconhecidos. Eles vão entender que a vida nem sempre segue o rumo que a gente quer. Nos dezesseis anos seguintes eles estarão vivendo suas vidas distantes, dois desconhecidos, ambos seguindo caminhos diferentes. Separados pela distância e pelo destino, tudo indica que é impossível que um dia eles se conheçam de verdade... ou será que não? 

Clichê ou não "O primeiro dia do resto da nossa vida" é um livro que apresenta uma premissa encantadora e tentadora também. Amantes de um romance clichê irão se apaixonar de cara por uma história que promete ser tocante e emocionante - mas apenas promete. Você já se imaginou na pele desses dois jovens? De cara é esse o sentimento que a narrativa causa em você, de imaginar como seria, de empatia. No entanto, detalhes exagerados, fatos pouco empolgantes e previsíveis durante a caminhada fizeram da narrativa um tanto arrastada, me deixando empolgado apenas da metade do livro para o final. Eu torci que a história melhorasse, torci para me encantar pelos personagens, torci para me emocionar com a história e isso não aconteceu.
Minha mente vagueou pelos grandes pares românticos da literatura. Será que eles realmente tinham se encontrado porque estavam destinados um ao outro ou apenas porque moravam próximos? Catherine e Heathcliff dividiam a mesma casa, Romeu e Julieta eram ambos de Verona. Será que esse negócio de alma gêmea não estava relacionado ao fato de que a emoção que chamamos de amor, que eu ainda não tinha vivenciado, era tão poderosa que fazia você acreditar que aquela era a única pessoa no mundo para você? Não era mais uma questão de definição do que de destino?" (Pág.: 61)
Tess e Gus não é nem de longe dois personagens marcantes, que possa dizer inesquecíveis na literatura. Não são pessoas ruins e odiáveis, nem apresentam uma personalidade que possa dizer mal construída pela autora, mas faltou um toque a mais, talvez um carisma especial que não acontece. Gus consegue tomar a atenção mais fácil, a vida apresenta mais aventura, reviravoltas, embora seus momentos na narrativa não sejam dos mais empolgantes. E embora a personalidade de Tess não tenha me chamado tanto a atenção (como aconteceu com o rapaz), seus capítulos e seus dramas instigam e prendem mais o leitor. 

A autora construiu uma narrativa cheia de informações acerca dos lugares por onde os personagens passam o que tenho isso como um ponto positivo. Referências de lugares especiais e cartões postais é sempre muito bem vindo para enriquecer a leitura e situar o leitor nos espaços escolhidos para a história. A autora foi brilhante nisso, embora tenha pecado nos capítulos grandes demais, com informações e situações que em muitos momentos poderiam passar despercebidas. 

A verdade que a mensagem passa com a história dos personagens é impactante, principalmente para quem acredita no destino e na força do que tem que ser, como já disse no inicio. É tudo muito vívido nesse sentido. As incertezas, as insatisfações, os erros, os acertos, tudo isso torna a história um tanto realista e talvez se assemelhe até a romances como Um dia, de David Nicholls, e o mais recente "O primeiro último beijo", de Ally Harris, No entanto, ao contrário dos romances citados, volto a dizer que esse não é um livro emocionante e marcante; não apresenta personagens que tocam você profundamente, que você deseja trazer para o mundo real; não apresenta artifícios que prenda o leitor do início ao fim. 

Contada ao longo de dezesseis anos, com capítulos intercalados entre Gus e Tess, O primeiro dia do resto da nossa vida é um romance que dialoga com o leitor sobre o destino e mostra uma proposta instigante, que empolga o leitor, mas se faz uma leitura cansativa e chata em alguns momentos. Você vai encontrar cenários lindos, situações reais, uma escrita fácil, mas não espere por uma trama marcante, que fará você se emocionar e refletir por um bom tempo. É apenas um bom livro e o meu desejo de que fosse melhor. 

Fique à vontade para ler e me contar sua opinião também. Lembrando que a minha opinião não representa uma verdade absoluta, e sim uma experiência. Cada um recebe e é impactado de maneiras diferentes.

Bjux,







© Vida e Letras | Todos os direitos reservados.
Desenvolvimento por: Colorindo Design
Tecnologia do Blogger