9 de março de 2016

A Sereia, Kiera Cass



Olá, ‘pípol’!
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Quem já leu o livro “A Sereia”, da queridíssima Kiera Cass? Eu acabei de ler e vou contar agora pra vocês minha primeira experiência com a narrativa da autora – tenho a coleção da série A seleção completa, mas ainda não li. Lembrando que neste livro está uma cartinha que a digníssima escreveu para os fãs brasileiros.



Não posso negar que Kiera Cass possui uma habilidade com a escrita capaz de hipnotizar qualquer pessoa, assim como o canto das sereias que estão desenhadas no último livro publicado da autora. Você inicia uma leitura e a leveza da escrita carrega o leitor para longe.  No entanto, sobre a história tenho algumas ressalvas a fazer.

Para quem ainda não leu, A Sereia é uma releitura baseada no mito grego das sereias, como o título já sugere (dizem que essas mulheres encantadoras eram seres com corpo de pássaro e que elas cantavam nos oceanos atraindo os marinheiros que acabavam morrendo afogados, após bater os navios nos rochedos). Ser sereia quer dizer receber uma segunda chance de sobreviver durante um afogamento após um naufrágio. Ela se junta a uma irmandade, não se machuca, não envelhece nem sente dor e é extremamente linda. No entanto, paga um preço por isso: de tempos em tempos precisa usar seu canto perigoso para causar naufrágios e matar pessoas, a fim de alimentar a Água. Kahlen, uma garota considerada a sereia mais obediente que já existiu, estava num naufrágio que ocorreu no século 30, mas teve a chance de continuar viva sendo transformada em sereia. Admirada por suas irmãs, a garota mais disciplinada da família é também a mais querida pela Água, que para as garotas da casa é como uma mãe. Mas ser disciplinada, além de viver satisfeita não é tão fácil assim, já que Kahlen carrega uma grande culpa por todas as mortes que causou. A menina costuma sair por aí, a fim de esquecer os pesadelos que costuma ter durante o sono e quando vai buscar distração nos campos de uma universidade conhece o jovem Akinli, um rapaz que poderá mudar o rumo de sua vida e que de maneira única se apaixona pela garota, não pela sua beleza, mas por quem ela realmente é. Será que ‘vale a pena cumprir sua sentença até o fim e finamente alcançar a liberdade, ou é melhor sacrificar seu futuro para viver um grande amor?

O enredo é um verdadeiro conto de fadas das sereias, onde a água tem voz, sentimento e imperfeição. A Água é considerada um Deus, nesse caso a mãe que deu vida às garotas livrando-as da morte. As garotas podem se envolver com quem quiserem, mas não podem se apaixonar, são proibidas mulheres casadas e com filhos, já que elas precisam servir única e exclusivamente à Mãe que está em todos os lugares.


Eu entendo que na literatura encontramos a chave para sair do mundo real, criar coisas e histórias que fogem do comum, e eu realmente gosto disso e acho válido pelo simples fato de termos possibilidades de caminhar por lugares incríveis. Neste caso, no livro em destaque, somos carregados para o mar, para os oceanos, para conhecer a “água”. Mas se eu disser que a autora conseguiu me levar para o cenário que construiu de maneira fácil eu estaria mentindo. Como disse anteriormente, a escrita da autora é fácil, leve e hipnotiza o leitor, no entanto o enredo desse livro é fraco, bobo demais, nada empolgante.

Não consegui me enxergar no ambiente proposto pela autora nem mesmo os elementos inseridos na história são convincentes. Não consigo conceber uma sereia sem o corpo de pássaros, andando pela cidade, usando telefone celular. Ok, é uma releitura, é a imagem moderna dessas personagens, ainda assim em momento algum a autora descreve as garotas enquanto estão na água. Como elas se transformam? O corpo de cada sereia permanece humano durante o canto? Por que a Água precisa se alimentar dos corpos de pessoas mortas? Algumas perguntas ficaram sem respostas, um pecado na tentativa de escrever sobre esse mito lindo das sereias.

Os personagens também não são de total agrado. Kahlen é uma garota que não apresenta um brilho necessário para destacar uma protagonista. Suas irmãs, que poderiam ter um espaço maior na narrativa, ficam à margem e ganham pouco destaque – gostaria de saber mais sobre elas, sobre suas relações amorosas, sobre a história de vida de cada uma, que inclusive o narrador comenta em várias passagens do texto, deixa o leitor curioso e não desenvolve em momento algum. Assim também acontece com a vida de Akinli, o garoto apaixonado que nunca procurou saber o por quê dos sumiços repentinos de Kahlen e sempre estava de braços abertos para ela quando voltava.

Há algo de positivo que eu gostaria de destacar e tem mais a ver com a relação entre os personagens do que com a história em si. Acho muito bonita a união das irmãs, a noção de família imperfeita, mas unida que a foi desenhada na narrativa.

De modo geral A Sereia é um livro que tem um enredo raso, uma história linear e que não apresenta um cenário convincente. Também não é uma história que destaque a competência que a autora tem de criar uma narrativa empolgante, como aconteceu na série A Seleção. Mas uma coisa é certa, é mais um texto que reafirma a qualidade da escrita – que pode-se dizer divina – de Kiera Cass.

Bjux 1.000

Até mais!

7 de março de 2016

[Instante Retrô] ‘Ele Não Está Tão a Fim de Você’


Olá, minha gente!


Estava devendo um instante retrô deste mês para vocês? Ok, a dívida então já está sendo paga. Como postei na coluna Sublinhando uma frase do filme “Ele não está tão a fim de você” e algumas pessoas disseram adorar o filme, outras tantas disseram que têm muita vontade de assistí-lo, decidi escrever sobre ele hoje.

Ele não está tão a fim de você (He’s Just Not That Into You) é um filme baseado no livro homônimo escrito por Greg Behrendt e Liz Tuccillo – que inclusive foi inspirado numa cena da série Sex And The city. A adaptação estreou nos Estados Unidos no dia 06 de fevereiro de 2009, com  Ben Affleck, Sasha Alexander, Jennifer Aniston, Drew Barrymore, Jennifer Connelly, Kevin Connolly, Bradley Cooper, Ginnifer Goodwin, Scarlett Johansson e Justin Long.

Gigi é uma mulher apaixonada e extremamente romântica. Ela sai com um rapaz chamado Connor e no dia seguinte ele simplesmente não liga. Então ela conhece Alex, um colega de Connor, que deixa claro para ela: “ele não está a fim de você”.  O rapaz que também trabalha no bar onde Connor costuma ir passa a dar conselhos e a mostrar evidências de que Connor, que está saindo com uma cantora chamada Anna, não vai ligar. Anna por sua vez não gosta de Connor e é apaixonada por Ben, um rapaz dedicado ao seu casamento e sua esposa Janine. Janini é colega de Gigi e trabalham juntas. Sua chefe, Beth, é namorada de Neil há sete anos, mas o rapaz não quer casar. E ainda tem a Mary, uma publicitária que fará anúncios sobre o trabalho de Connor vive em busca de relacionamentos na internet.

Ele não está tão a fim de você é uma comédia totalmente clichê, mas do tipo que vale a pena. Como comentei no Twitter ontem à noite enquanto assistia novamente ao filme, só vejo verdades. Quantas pessoas estão esperando por uma ligação neste exato momento, passando por crise na relação, com problema de auto-estima, sendo “pisadas” por ter um pensamento extremamente romântico e simplesmente pela ideia de não querer casar na vida, enquanto seu parceiro ou sua parceira não tem o mesmo desejo que você, embora exista amor?



O filme retrata relações conflituosas e flashes de mulheres com todas as características possíveis: a mulher sexy, que possui um poder de atrair pelo corpo e pelo olhar, é independente, mas que no fundo, mesmo com toda segurança sobre si, só deseja ser amada, enquanto há aquela que também é independente na vida, mas  sonha encontrar um príncipe, tornando-se dependente de uma relação a todo custo. É aquela que leva fora o tempo todo adquirindo uma auto-estima baixíssima. Tem a mulher que sonha em casar e formar uma família e aquela que se casou tão cedo que não conseguiu sustentar o casamento por muito tempo.

 Como já disse, a comédia é um clichê que reúne em 2 horas de filme as variadas situações e casais distintos, que se destacam em outras produções. São histórias reais, corriqueiras, frustrantes, tratadas de maneira engraçada e sem perder o brilho e excluir a linha do drama e romance.

Se você ainda não assistiu sugiro que faça isso para dar boas risadas. E se você se encaixa em uma dessas descrições de mulher ou vê sua relação espelhada em algum desses casais não esqueça de que você não precisa estar com alguém que não te quer ou que já não te quer para que exista um final na sua vida. Preste atenção nos sinais.



“(...) Todos os filmes que vemos e todas as histórias que ouvimos nos imploram para nós esperarmos por ‘ele’. A virada no terceiro ato, a esperada declaração de amor, a exceção à regra. Mas, às vezes, estamos tão concentrados em achar nosso final feliz, que não aprendemos a ler os sinais, como distinguir entre os que nos querer e os que não nos querem; distinguir entre os que vão ficar e os que vão partir. E talvez esse final não inclua um cara maravilhoso. Talvez dependa de você. Talvez esteja por sua conta, juntando os pedaços e recomeçando, se libertando para achar alguma coisa melhor no futuro. Talvez o final feliz seja só seguir em frente ou talvez o final seja esse. Saber que apesar das ligações não retornadas e todas as mágoas; apesar de todos os erros e sinais mal interpretados, apesar de toda dor e constrangimento você nunca perdeu a esperança.”

Adoro essa frase!

Bjux 1.000!


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