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Todo
mundo tem alguém que, de maneira especial, faz com que nos sintamos acolhidos e
é como um norte na nossa vida. Há pessoas em quem nos espelhamos e temos como
exemplo, outras que nos fazem sentir como se estivéssemos protegidos de todo
mal – AMÉM. Mas alguma vez você já pensou na hipótese de esse alguém especial
ir embora para sempre e viver apenas como uma lembrança?
Certamente
a clarinetista Lennie Walker nunca parou para pensar sobre como seria viver sem
a pessoa mais importante da sua vida, até que uma notícia inesperada a fez
encarar uma perda lastimável. Sua irmã Bailey, a única pessoa a quem Len
confiava todos os seus segredos, morreu por causa de uma arritmia fatal,
durante o ensaio para uma peça. Agora tudo o que a garota tem é um quarto só
para ela, com as lembranças de quando ele era habitado por duas pessoas e
poesias que a garota espalha por todos os lugares onde passa. Ah, esqueci! Ela também tem
um desafio pela frente: Viver uma paixão enquanto “deveria estar de luto”. Como
pode?!
A
maioria das pessoas em algum momento da vida já se deparou com uma perda e
passou pela triste fase da aceitação, seguida do desapego. Len, conhecida também como John Lennon,
é uma garota que tem uma personalidade confusa, já que vivia à sombra da irmã,
e se vê perdida agora que está “sozinha”. Ela se apega demais a detalhes do
passado e, de maneira natural, não deseja livrar-se para não sair, por completo,
de sua zona de conforto. Se depara com o desafio de encarar a realidade, ao
mesmo tempo em que consegue negá-la, carregando a culpa de continuar vivendo
enquanto sua irmã perdeu a vida. É uma
personagem múltipla, que reflete um pouco de cada pessoa que está aprendendo a lidar
com a morte de alguém ou com o término de um relacionamento, por exemplo.
A
autora construiu uma história apaixonante, com situações tão reais e
personagens tão comuns ao nosso dia-a-dia que, à medida que você lê, vive o que
está sendo contado e cria um vínculo de amizade com os personagens. Deseja
acarinhar a avó e o tio de Len, assim como deseja consolar a Toby, namorado de
Bailey; provavelmente você vai querer um Joe Fountaine, músico francês –
apaixonante! -, na sua vida também e de modo geral vai querer abraçar a todos.
Escrito
em primeira pessoa, o romance tem uma narrativa leve e engraçada, que dialoga
com outros romances clássicos da literatura estrangeira. O ponto fraco está no
casal romântico que, durante a história, apesar de se apaixonarem aos poucos - diferente
de alguns romances que a paixão surge no primeiro olhar -, no fim, quando
finalmente ficam juntos, a atenção que a autora dá para eles é tão pouca que o
garoto fica quase ‘inexistente’ nas últimas páginas do livro. No entanto, é
justamente isso que me levou a comparar meus pensamentos com o da personagem
Hazel Grace, do livro a culpa é das estrelas; eu quero descobrir o que
aconteceu com os personagens depois que o livro acabou. A história deveria
continuar.
De
modo geral, O céu está em todo lugar
representa o amor, a perda, bem como a capacidade que todos nós temos de recomeçar
uma nova vida. Nos mostra que é possível viver as boas lembranças sem que elas atrapalhem
o nosso presente e futuro. São experiências que nos ajudam a perceber o quanto
as situações ruins também podem nos fortalecer.
"No meio dessa tragédia toda você está crescendo e isso é uma coisa maravilhosa."
Beijos,Diego França*
©2015