30 de setembro de 2016

[Desabafos Inconstantes #2] O Discurso 'Leia Nacional' e os Estrangeirismos



Olá, pessoas! 
Animadas para o final de semana? Hoje é sexta-feira e não há dia melhor para me deixar mais feliz. Então, feliz Sexta-feira para você também,  que está no último dia de trabalho ou no último dia de aula da semana, na escola ou faculdade. E até para você que já está de folga neste dia para chamar de maravilhoso.

Voltei para desabafar com vocês, para falar de mais uma situação e um discurso que me agrada muito, mas que também me incomoda. Me agrada porque valorizar o que é nosso vai ser sempre um ato importante, principalmente no que tange à língua e a literatura portuguesa; me incomoda porque nem sempre as pessoas entram de cabeça e fazem valer o que foi proposto. Como já viram no título, é sobre esse discurso que a gente lê e ouve muito ultimamente: Leia Nacional, Valorize a Literatura Nacional.

No início do semestre na faculdade a professora de Literatura Contemporânea trabalhou com nossa turma um texto intitulado 'A Literatura na Era da Multiplicidade', assinado por Beatriz Resende, uma crítica e pesquisadora da UFRJ. Como já está claro no título do texto, estamos passando por uma fase em que o avanço da tecnologia e os instrumentos para a troca de informações está crescendo muito rápido, com isso multiplicando as possibilidades para produções e publicações de obras literárias. Sendo assim, a autora aponta três características que comprovam isso: a fertilidade da forma de expressão, que envolve as muitas publicações e a grande quantidade de autores que estão surgindo na atualidade, se aproximando e se apresentando ao lado de autores já consagrados. A segunda constatação da autora está para a qualidade dos textos e o cuidado com a preparação do que está sendo produzido - o que é algo inegável. E por último, temos a multiplicidade (heterogeneidade), que vem com o caráter não excludente de diversos modelos de produção.

O comentário acerca do texto de Resende só me serviu de apoio para confirmar o quanto a literatura nacional está crescendo e o quanto as pessoas estão cada vez mais autônomas, tendo liberdade para contar e publicar suas histórias. Mas o tema central do que tenho a dizer não está na visível heterogeneidade das publicações, e sim, no que está por detrás de cada texto, seja através de um nome próprio, de um título e das expressões estrangeiras que aparecem demasiadamente nesses textos. 

Será que a literatura nacional se caracteriza apenas como uma literatura escrita com a nossa língua materna? Faz sentido incentivar a leitura de textos nacionais que ao invés de me inserir no meu país me desloca do meu lugar de origem e me insere numa história que enaltece apenas a cultura de outro país?

Será que a minha história precisa realmente apresentar personagens com nomes estrangeiros e o cenário precisa também estar totalmente além das fronteiras nacionais? E os títulos das minhas publicações (isso inclui a linguagem dos blogs e canais do youtube) precisam necessariamente vir carregados de estrangeirismos, totalmente escritos numa linguagem internacional? Posso até está sendo chato me apegando aos mínimos detalhes, que até pode parecer irrelevantes, mas se você parar para analisar vai perceber que as influências de fora estão dominando você e não você dominando o que tem de "novo" - a segunda língua, que é de extrema importância, claro. 

Não estou aqui para ser extremo e dizer que é preciso abolir do meu vocabulário os estrangeirismos. Jamais. Eles existem, dão cor cor e uma por vezes enriquecem o texto, além de que algumas palavras estrangeiras preenchem as lacunas que existem na nossa língua. Mas analise comigo: se eu estou numa campanha de incentivo à leitura de livros nacionais, se nessa campanha eu também estou escrevendo um texto, um projeto de um livro, por que não apresentar as belezas do nosso país, nossa cultura, nossos falares, nossos nomes próprios? Por que não escrever títulos que nos aproximem mais do que vivemos aqui na nossa realidade? Será que não somos capazes de produzir um texto que nos incentive a mergulhar na nossa própria cultura e conhecer a diversidade cultural que temos por aqui?

Nós precisamos de obras que nos aproximem ainda mais da minha cultura que é nossa. Quero que me mostrem a Maria e o João; quero conhecer o Pedro, a Paula, a Iracema e a Carolina. Quero ver o verde do meu país representado nos enredos, cada canto do país sendo mostrado nas diversas tramas. Quero que aponte a violência e os problemas do meu país também, como um arranhão na consciência de cada cidadão.

O Eduard, o Gerard, a Trace e o Jordan vão sempre existir nas páginas dos livros e nós sempre vamos ler suas histórias porque é importante, porque nos acrescentam algo também, assim como conhecer Paris, Londres, Nova York, Idaho, que também nunca estarão afastados das grandes histórias. E tudo isso é válido porque a gente realmente precisa prestigiar o novo, o que está além do que temos aqui. Mas isso só é saudável quando existe para somar e não afastar você da identidade que adquiriu ao longo do tempo.

Qual o sentido do discurso 'Leia Nacional', se você recebe uma história que de alguma forma te afasta da sua nacionalidade? E não estou falando de fantasia, de outro mundo, de coisas inventadas. Estou falando dos textos que nos fazem sentir deslocados do nosso próprio lugar.  

Não precisam concordar comigo, adoro debates e adoraria saber a opinião de vocês sobre o que foi dito.

XOXO,
Diih 


28 de setembro de 2016

George, Uma História de Alex Gino - 'Seja Quem Você É!' ❤




Olá! 
Hoje venho apresentar para você um livro sensível, doce, puramente amor. Mas estou falando de amor amigo, o tipo de amor que acolhe, que entende, que abraça e defende. Uma história que ainda é delicada e encarada com muito preconceito ou entendida de maneira errada por muita gente.

Vem comigo?
Dispa-se do máximo de preconceito que você puder antes de conhecer George. É só o que peço.

Podemos ir agora? 

George nasceu num corpo de menino, mas é uma menina. É assim que ela se sente, é assim que as coisas são. Ela só tem 10 anos, mas mesmo com um nome que remete ao sexo masculino, George se sente mesmo como uma garotinha - e por sinal uma garota muito esperta e inteligente. George é gentil, educada, doce, o tipo de garota que você quer cuidar e abraçar. Mas não porque ela é uma garota, mas sim porque precisa ser entendida, abraçada, compreendida; uma menina que precisa ser quem realmente é. 

George pode até ser visto com um garoto, mas ele sabe que não é, embora ainda pense que terá que esconder isso de todo mundo pelo resto da vida. E olha, isso é tão sufocante, sabia? Imagina você não poder ser quem é, dizer o que quer, sentir o que é natural? Imagina estar presa dentro do seu próprio corpo? É como estar num quarto branco e apertado, sem janelas e uma porta trancada. Mas George descobriu que tudo pode mudar quando a professora anunciou que a turma do colégio onde estuda irá encenar uma peça de teatro sobre "A Menina e o Porquinho". Naturalmente, George quer fazer o papel da personagem Charllot, a aranha que ajuda o personagem principal da peça. Ela só precisa arrumar um jeito de a professora aceitar que ela faça esse papel e é com a ajuda da amiga Kelly, que George vai bolar um plano e terá a chance de mostrar para todo mundo quem ela é de verdade.
Para você, pelos momentos em que você se sentiu diferente.
O livro de Alex Gino é um livro sensível, como já foi dito, que traz um relato encantador sobre um transgênero e o mundo ao seu redor - leia-se a família, amigos, sociedade como um todo. George só tem 10 anos, mas já conhece sua "verdadeira identidade". Todos acreditam que ele é gay, mas ela sabe que não é exatamente assim. Na verdade ela não se identifica com o sexo que tem e isso não tem nada a ver com atração sexual, não é nada relacionado à homossexualidade, é identidade de gênero, é algo que não está ligado ao corpo, mas ao comportamento, ao sentir. É um assunto que pode parecer complicado, inicialmente, e difícil de lidar, mas que merece muita atenção.

Por se tratar de um livro infanto-juvenil, George tem uma narrativa e um enredo leve, mas que dá conta da mensagem que quer passar, ao público que se propõe. E essa não é uma maneira de limitar a leitura, é só uma observação para o leitor que espera encontrar uma história complexa e extremamente profunda. O texto de Gino pode até ser simples, mas está longe de ser um texto simplório, ele dialoga perfeitamente com a criança, o adulto - o pai, a mãe, o irmão.  Aliás, é um livro que pode e deveria ser lido por toda a família, para reforçar a ideia de que todo filho deve ser escutado dentro de casa e o diálogo deve ser uma constante entre pais e filhos, mas acima de tudo, para ajudar na educação dos filhos neste momento tão "revolucionário" na luta pelo preconceito.

Não é uma história profunda, mas é uma história tocante. Assim defino George e todo esse universo que envolve a vida da personagem. É um livro para quebrar limitações, para conscientizar, para reafirmar que o papel e o apoio da família é importante na vida de uma pessoa, para confirmar que a amizade é um dos sentimentos mais lindos e verdadeiros. Uma história para te dizer que seja quem você é.

XOXO.
Diih 

26 de setembro de 2016

Queremos 'Since You've Been Gone' - Morgan Matson



Olá vocês, pessoas! 

Feliz Segunda-feira e uma semana doce para vocês. A minha está muito, muito doce e enquanto escrevo isso aqui como uma barra de chocolate, como se não houvesse o amanhã. No player uma música maravilhosa para acompanhar a escrita desse post, em homenagem ao livro que vocês estão vendo, tão desejado por mim. 

Quem adivinhar qual música está tocando ganha um pedaço de chocolate!

No finalzinho da postagem vocês vão saber de que música estou falando. Agora vamos mesmo ao que interessa.

Conheci Since you've Been Gone através do Alfredo Neto, do Blog Paginou, no início deste ano. O Alfredo falou tão bem do livro, me fez uma sinopse especial e mais detalhada, que me convenceu a tal ponto de me fazer procurar mais comentários sobre o livro na rede. Resumindo: fiquei apaixonado e comprei em inglês mesmo. Mas gostaria muito que alguma editora publicasse o livro aqui no Brasil. 

Foi Sloane quem puxou Emily de seu casulo e tornou sua vida 100% interessante. Mas bem antes do que deveria ter sido um verão épico, Sloane simplesmente... Desapareceu. Tudo o que ela deixou foi uma lista de afazeres. Nela, treze tarefas inspiradas por Sloane, que Emily nunca faria. Mas, e se eles pudessem trazer sua melhor amiga de volta?
Caçar maçãs à noite? Okay, fácil. Dançar até o amanhecer? Claro. Por que não?Beijar um estranho? Hm...
Emily agora tem esse verão inesperado, e a ajuda de Frank Porter (totalmente inesperada), para checar as coisas da lista de Sloane.  Quem sabe o que ela encontrará?
Nadar pelada? Espera... O que? 

E então, o que acharam?
Já estou me movimentando e orando pela nossa senhora dos Literary Scouts/ Editores/ Publishers de plantão fazer com que alguma editora traga esse livro para cá. 

Vocês já conhecem o livro? Tem vontade de ler? Se sim, vamos movimentar isso aqui!

A música que citei lá em cima é "Since You've Been Gone",
 da Kelly Clarkson. 


XOXO.
Diih 



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