12 de outubro de 2016

[Especial dia das crianças] Relatos de uma infância



A infância talvez seja o retrato mais bonito que um adulto pode ter e querer na vida. É uma das lembranças mais doces que alguém pode ter, tanto que quando a gente é adulto, a gente suspira e a todo momento, de alguma forma ou por algum motivo diz algo como "na minha infância eu subia em árvores", ou então, "Ah, que saudade da minha infância, dos meus brinquedos e programas de TV". 

Mas acho que sei o por quê disso, e acho que você também sabe. Na verdade a gente sente, não é mesmo? Se você deixar seu coração falar agora tem certeza de que ele não vai gritar as razões pelas quais é tão bom ser criança? Provavelmente a gente não sinta igual, mas a gente sente. Porque um dia fomos crianças, porque temos crianças na vida, porque uma parte de nós ainda é criança. 

Na minha infância eu subia em árvores, tinha muito medo - muito mesmo, até pensava em desistir! -, mas a sensação de se aventurar e de interpretar personagens, enquanto colocava os pés em cada parte da planta, para colher goiabas na roça do meu avô, superava toda e qualquer dor ou queda. Se eu caísse  iria doer, mas depois ia passar. E eu sempre tive uma sorte imensa de ter pessoas ao meu lado para me abraçar de alguma forma nos momentos de dor, na hora de assoprar uma ferida ou fazer massagem num braço machucado. Acho que ser criança é se aventurar para descobrir. 

Na minha infância, quando não existia redes sociais, quando a tecnologia digital ainda estava prestes a engatinhar a gente brincava de pega-pega, de esconde-esconde, de telefone sem fio e de colher flores de um planta que se chama alfazema para fazer perfume. Você imagina? Eu e minhas primas colhíamos as plantas escondidos e preparávamos todos os ingredientes para, enfim, fazer nosso próprio perfume. Mas, espera: o cheiro nunca era o mesmo. Era cheiro de folha - eca! E era uma decepção. Mas acho que o ser criança também é isso, saber da forma mais doce possível que nem tudo é tão simples, mas que não é porque não é tão fácil que será impossível. E por isso logo tratava de arrumar outra brincadeira ou outro modo de fazer.

Eu e meus amigos corríamos pela roça, pelo barro alaranjado - sim, na minha cabeça esse barro tinha um cor laranja -, comíamos araçás verde, verde e fazíamos cara feia quando percebíamos que eram duras demais. Fugíamos de um tapa e quando escapávamos era uma gargalhada só, do tipo de tirar o fôlego e não conseguir nem sequer falar direito. Ríamos até a barriga doer. E nesses momentos entendíamos que por hora nosso "problema" estaria resolvido e isso era motivo de comemorar sim, mesmo que não escapássemos de outro tapa depois. Seria um outro momento e logo depois do arder de uma chinelada, um sinto ou palmada; logo depois do incômodo de um castigo, o ser criança continuaria sendo criança e estaria tudo certo. Pois ser criança é não se preocupar com o amanhã, é se preocupar com o depois de fazer os exercícios da escola para voltar a brincar de novo.

Ser criança é, às vezes, não querer brincar e ficar jogado no sofá curtindo um programa especial, um desenho especial, um grupo ou cantor especial. Eu cresci escutando Sandy e Junior, dançando Sandy e Junior e não piscava os olhos quando via os dois se apresentando na televisão. Pedia mais, esperava ansioso por mais - valeu Sandy e Junior por ter feito minha infância mais bonita, por ter colocado trilhas sonoras maravilhosas nela. Ficava triste quando acabava, mas depois que passava o sentimento de estar desapontado com o final das apresentações da dupla do amor eu me deliciava com o Super Mario Bros, a Luluzinha, a Caverna dos dragões e aproveitava meus programas prediletos: TV colosso, Xuxa Parque, Angel Mix, Caça Talentos e outros mais. Porque o ser criança sabe como fazer do limão uma limonada bem gostosa,

Mas o ser criança também olha para a outra criança que não tem um sapato bom pra calçar ou uma roupa boa para vestir. A criança se sensibiliza quando vê que uma outra criança,  que poderia completar a quantidade que falta numa brincadeira, não pode brincar porque precisa trabalhar. Uma criança se sensibiliza pela criança que tem a infância tomada, quando tudo que ela deveria fazer era estar na mesmo lugar brincando de rodar, correr, de salvar a princesa nos joguinhos de videogame. 

Lembro que deixei cair uma lágrima teimosa quando assisti ao Criança esperança uma vez e vi imagens de crianças passando fome e com um olhar triste. Minha mãe me disse "não se preocupe agora, só se solidarize" porque como dizem a criança de hoje é o adulto de amanhã, por isso é tão importante abraça-la para que ela abrace, dar amor para que ela espalhe amor, praticar a humildade para que ela seja humilde depois, educar da maneira mais justa para que o ser criança seja o ser adulto capaz de passar adianta a educação e a vontade de fazer bem ao próximo mais tarde.

Feliz Dia das Crianças!

XOXO,
Diih




10 de outubro de 2016

[DICA] Música 'Chuva no Mar', Carminho com Marisa Monte




Olá, gente!

Vamos de música hoje? 
Quero deixar uma dica de música especial para vocês, já que hoje é segunda feira e a cada início de semana a gente preciso de um combustível, algo positivo para começarmos bem e com toda a força e possível disposição.

Estou há três dias sem postar porque meu tempo está cada vez mais corrido (clube do livro, provas, seminários, leituras acumuladas...), mas não poderia deixar de postar hoje até porque estou sentindo a necessidade de falar dessa música que me faz tão bem e me enche de amor. Quero dividir isso com vocês.

Frases, vozes, cores / Ondas, frequências, sinais/ O mundo é grande demais/ Coisas transforma-se em mim/ Por todo mundo é assim/ Isso nunca vai ter fim.

Chuva no Mar é uma música escrita por Arnaldo Antunes e Marisa Monte, que interpreta a canção com a cantora portuguesa Carminho. A música está no disco 'Canto' da cantora que nasceu em Lisboa, em agosto de 1984, e conta também com a participação de Carlinhos Brown tocando percussão. Mais uma parceria linda entre Marisa, Antunes e Brown, que já formaram os Tribalistas, agora com a voz encantante de Carminho, que também é compositora. 


Costumo dizer que essa música é uma poesia cantada. Com uma letra singela e carregada de beleza, Chuva no mar tem uma melodia sensível e cheia de paz. Costumo dizer que é a minha canção de ninar atual. Com a música há também o clipe em formato de desenhos e formas, coisas se transformando, Foi um casamento perfeito entre letra e melodia, vozes e imagem. 

Assistam ao vídeo e entendam todo esse meu amor em forma de canção. 




Chuva no Mar
(Marisa Monte/ Arnaldo Antunes)

Coisas transformam-se em mim
É como chuva no mar
Se desmancha assim em
Ondas a me atravessar
Um corpo sopro no ar

Com um nome pra chamar
É só alguém batizar
Nome pra chamar de
Nuvem, vidraça, varal
Asa, desejo, quintal
O horizonte lá longe
Tudo o que o olho alcançar

E o que ninguém escutar
Te invade sem parar
Te transforma sem ninguém notar
Frases, vozes, cores
Ondas, frequências, sinais
O mundo é grande demais

Coisas transformam-se em mim
Por todo o mundo é assim

Isso nunca vai ter fim.

XOXO
Diih

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