21 de dezembro de 2016

NÓS DOIS, ANDY JONES



Olá! ♡ Muito carinho para vocês neste dia!

|Não sei se repararam, mas ultimamente só tenho escrito resenhas aqui no blog. Peço paciência porque meu tempo está curtíssimo por conta da faculdade e como leio os livros nos períodos de folga (e não terei férias nesse fim de ano) é a única coisa que estou podendo trazer para vocês. Breve voltarei com tudo!|

E para começar a falar de Nós Dois serei bem direto: se você ainda não leu, busque pelo menos tentar ler as primeiras folhas. Eu te desafio a conhecer essa história, que inicialmente parece mais um livro sobre relacionamentos e seus problemas, mas que é capaz de surpreender e maravilhar o leitor com a simplicidade da narrativa para um texto glorioso.

Se apaixonar é fácil (você concorda?). Difícil é o que vem depois. E Fisher e Ivy estão sentindo na pele isso. Os dois estão apaixonados há dezenove dias e durante esse tempo já se tronaram inseparáveis, numa relação que pode-se dizer maravilhosa, diferente dos seus antigos relacionamentos. E é essa diferença, esse feeling especial que faz com que eles tenham certeza que irão ficar juntos para sempre, apesar de se conhecerem tão pouco - ambos tem consciência disso. Assim segue a vida do casal. Mas suas vidas estão prestes a mudar e tudo vai acontecendo durante os doze meses seguintes, quando finalmente entendem que se apaixonar é uma coisa, no entanto, manter um relacionamento é algo completamente diferente, uma tarefa nada fácil. Será que a relação de Fish e Ivy irá se sustentar em meio às provações, dúvidas e momentos de fragilidade? 

Vivemos um momento em que praticamente tudo acontece de maneira muito rápida e instantânea, principalmente os relacionamentos amorosos. Em "Nós Dois" essa é a primeira visão que temos: um casal que se conhece a pouquíssimo tempo e já alimentam uma relação que parece existir há anos. E quem não conhece um casal que já passou ou está passando por isso atualmente? Traçados com personalidades fortes e que não deixam a desejar em momento algum, Fisher e Ivy conseguem a atenção do leitor facilmente por formarem um casal cativante e espantosamente real. Perfeição não cabe aos dois, que seguem no dia-a-dia vidas com todos os perrengues que não se limitam apenas à vida do casal: aqui temos também a visão da vida dos dois individualmente. 

"(...) A verdade é que eu conheço pouco da mulher por quem estou completamente apaixonado. e me sinto tão ávido por respostas quanto o restante da minha família. Eu sei que ela ronca quando bebe demais, prefere cidra a cerveja, e que sua torta favorita é a de frango com alho-poró (...) Mas tem tanta coisa que eu não sei... Seu Beatle favorito; o nome de seu primeiro bicho de estimação, namorado ou disco; caramba eu nem sei seu nome do meio. E, por algum motivo, fiquei especialmente interessado em saber se ela prefere fadas ou sereias." (Pág.: 13)

Narrado em primeira pessoa conhecemos as perspectivas do personagem, suas agonias e receios e em dados momentos suas dúvidas. Mas temos aqui um jovem apaixonado, responsável e que sabe o que quer - porém não representa nenhum príncipe perfeito. Fisher é trabalhador e carismático, de uma família simples, e perdeu a mãe muito cedo. Divide seu tempo com a atenção que dá à atual namorada e ao melhor amigo, que tem uma doença degenerativa. Aqui temos mais uma ótima nova abordagem no livro, que trata de uma doença degenerativa pouco exposta nos livros (talvez seja um fato inédito) e a visão de outro relacionamento amoroso e o peso enorme da doença, condição de um dos envolvidos. 

Até onde é possível segurar um relacionamento com uma pessoa que está apenas esperando a hora de ir embora? Enquanto isso na vida do nosso casal protagonista uma novidade poderá mudar suas vidas completamente e eles precisam lidar com mais essa. Será que eles conseguem passar por mais um problema juntos? Será que estão dispostos a passar por isso?


E não é só de problemas de rotina que vive a vida de um casal, as diferenças que há entre eles, as novidades que chegam a todo o instante, as descobertas de fatos da vida dos dois também são problemáticas abordadas no livro. Se o livro é clichê? Sim. Temos em Nós Dois a história de um casal que vive os problemas de um relacionamento que aconteceu muito rápido e que deixa na mente do leitor a dúvida: será que eles ficão juntos no final? Até aqui nenhuma novidade. Acontece que há clichês mal desenvolvidos e há clichês muito bem desenvolvidos, que é o caso dessa história. O autor nos envolve numa narrativa transparente e inteligente, que nos leva a lembrar facilmente do perrengue de Douglas Pettersen e Connie, no livro NÓS, de David Nicholls, enquanto tentavam salvar o casamento, e até mesmo Emma e Dexter no livro UM DIA, do mesmo autor. Todos esse livros abordam a questão da valorização do amor e do jogo de cintura que é preciso ter para mantê-lo. 

"Eu corro e Ivy pratica Yoga, mas nunca conseguimos coordenar essas atividades , que somam mais ou menos duas horas gastas separados um do outro, tanto no sábado quanto no domingo. Ela lê, eu assisto a séries. Eu vou passear e ver as lojas, ela cochila de tarde. E essa rotina não me desagrada; na verdade é confortável. Mas conforto demais pode ficar meio... bom, chato. Eu gosto da nossa vida; é só que, ao que parece, chegamos aos vite anos de relacionamento cedo demais." (Pág.: 97)

Uma das coisas que mais gostaria de destacar nesse livro é a naturalidade com que as coisas acontecem e se desenrolam, volto a dizer. É tudo gradativo, nada forçado, os diálogos são inteligentes e a carga dramática é sutil. Não há tragédias em excesso e explicações genéricas para os fatos, tudo é muito bem traçado. Quando você menos espera acontece e é justamente nesse momento de tensão que a emoção toma conta. Porque por mais que pareça mais uma história sobre relacionamentos, ela com certeza é capaz de impactar e surpreender você.

Nós dois é um livro sensível, sincero, intenso, que revela de forma real, porém engraçada e por vezes sarcástica, as dificuldades de manter uma relação e manter a chama da paixão acesa. A capa é uma metáfora perfeita de um momento lindo do livro, e assim como um balão voando pelo céu azul ou noturno, a história é emocionalmente poética e especial. Você não vai se arrepender. 

XOXO,
Diih

© Vida e Letras | Todos os direitos reservados.
Desenvolvimento por: Colorindo Design
Tecnologia do Blogger