Sempre que começar a escrever uma resenha de qualquer livro voltado para o público infanto-infantil farei questão de deixar claro o quanto sou apaixonado, o quanto sempre farei questão de indicar (é claro que sendo criterioso nas escolhas também) e o quanto gostaria de que algumas pessoas deixassem seus preconceitos de lado e entendessem que a literatura infanto-juvenil é capaz de nos ensinar: a) sobre como sermos pessoas melhores; b)sobre como podemos educar nossos filhos - para o sim e para o não; e c) sobre como podemos resgatar valores que com o tempo, por alguma razão, perdemos.
Apesar de tudo chegou para mim num momento de correria e foi o último livro que li ano passado. Ele chegou no último dia do ano, depois de um período de puro estresse com o TCC e foi um carinho na alma para todo o caos que vivi e que me provocou exaustão naquele período. Estava precisando ler algo leve e inspirador. E acertei.
Leve e inspirador são duas das características que atribuí muito carinhosamente a esse livro. Grandioso é mais uma característica que não poderia deixar de existir se tratando do livro em questão. Numa edição de capa dura, com ilustrações e texto de Dipacho, publicado pela Companhia das Letrinhas, "Apesar de tudo" nos apresenta o grande encontro de dois pinguins, que mesmo rodeados de tantos outros se sentem sozinhos - e quantas pessoas não se sentem assim, não é mesmo? Nessa caminhada, um dos pinguins acaba encontrado aquele outro ser que chegou para fazer a diferença na vida dele. E quando falo "fazer a diferença" passo longe da dependência, mas sim da importância de se ter o afeto, se sentir coisas boas ao estar com alguém, de se ter um amigo para contar nos momentos felizes e de infortúnios também.
A história não se trata de uma incansável procura, como, por exemplo, aconteceu em "A parte que falta", de Shell Silverstein - livro cuja resenha já foi escrita por mim também. Apesar de tudo é sobre encontros inesperados e valorosos que temos na vida. É sobre as adversidades encontradas durante a caminhada do ser sociável e que também é sentimental.
|Leia a resenha de A Parte que Falta e A Parte que Falta encontra o Grande O|
|Leia a resenha de A Parte que Falta e A Parte que Falta encontra o Grande O|
É sobre laços criados nesses momentos de dificuldades e sobre como resistir e superá-los. É sobre lutar pelo bom convívio e superar as dificuldades que encontramos durante a caminhada. E eu acho isso muito belo, pois vivemos um momento de nossas vidas que a fragilidade dos sentimentos e a não disposição das pessoas são como veneno e acaba por destruir relações que poderiam dar certo se cuidássemos melhor delas e estivéssemos dispostos a lutar por ela também. E a partir disso eu deixo um exemplo de como uma história voltada para o público infanto-juvenil pode nos levar a refletir sobre nossos atos em qualquer momento de nossas vidas.
Como está sua resistência e sua disposição para lidar com as adversidades encontradas pelo caminho?
Estava sozinho
E te encontrei.
Não sei se fui eu que te encontrei,
ou você que me encontrou.
Mas decidimos caminhar juntos.
Apesar de tudo foi lançado em 2018 no Brasil com tradução de Mell Brites e apesar da quantidade pequena de páginas temos um grande texto, que nos leva a refletir sobre as dificuldades encontradas na nossa caminhada com o outro e nos inspira a querer lutar para viver o reencontro com ele e com os bons sentimentos.
Espero que você leia e se inspire assim como me senti inspirado e emocionado.
♥️
PS: Não esqueça de contemplar as ilustrações também, é impossível não se apaixonar por esses pinguins.
Bjão,
até logo! ♥️
até logo! ♥️