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Eu conheci uma menina e ela tem o coração partido. Levou algum tempo até que eu entendesse ou soubesse o por quê do seu olhar vago e sua forma fria de ver o mundo. Levou um tempo até que eu percebesse uma garota perdida, com medo, assustada.
Brasil, Paris, Canadá, Portugal. Ela está em todo lugar, tem a cor branca, negra e pode ser ruiva, loira ou morena; Trabalha num cantinho arrumado, estuda sua vontade cheia de medo, na universidade, vive nas ruas ou trancada em seu quarto com a mente ocupada, em devaneios. É rebelde, insensível, romântica e transmite um egoísmo quase perfeito.
Tento descobrir onde estão os seus amigos e, na lista, poucos nomes aparecem, enquanto fala no que acredita e se mostra imparcial em sua crença. Onde estão os seus sonhos? – pergunto. A resposta vem da imagem dos seus pés presos no chão, impedindo-a de levitar com facilidade.
Segredos de uma alma, duas almas ou três perdidas na multidão. Procura incessante por respostas. Medo do amanhã e do agora reflete o quadro de sua vida.
Eu conheci uma menina com medo, assustada, tentando se defender da chuva e do sol. Uma garota ingênua com ânsia de descobrir se aquela imagem tão simples e bela, enfeitando o jardim, é mesmo uma flor e se realmente é azul, rosa ou verde. Ela é só mais alguém tentando descobrir se aquela flor representa uma verdade.
2011 © Diego França