♥ Oi!
Hoje trago para vocês um
post leve, escrito por mim. Não sei em qual gênero se encaixa – conto ou
crônica -, só espero que reflitam e leiam com carinho.
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Gostaria de poder falar de cansaço, já chega para mim. Não
dá mais. Nesse momento pegaria minhas chaves, minha mochila com meus livros e
sairia por aquela porta, deixando o vento transformar o silêncio que você
insiste em alimentar, num som de uma batida qualquer. Do lado de fora eu posso
me virar com o barulho de outra batida capaz de estremecer o mundo dentro de
mim, pode deixar.
O que eu posso dizer? Não há nada que eu possa dizer olhando
em seus olhos pretos e feição perfeitamente imperfeita que tanto quero e tanto
me diz não me querer. Mas me hipnotiza e, então, desisto de correr, então
caminho devagar.
Como pode me soltar se não me pega e não me abraça? Como
consegue me prender somente por existir, adquirindo meu querer bem? Como eu
gosto? Por que diabos eu gosto?! É estranho como gosto e desejo, como sonho que
me peça para ficar. É estranho como quero ir embora, estranho como quero te
deixar pra lá e não consigo.
É singular como não percebe, não pisque, não entende. Estranho
como é fácil para você ser contrário a tudo isso com a imagem do rapaz ao lado,
enquanto me diz um adeus implícito no escuro silêncio e não se importe. E
estranho como não me nota e como parece não querer me notar.
Estou a mil passos da esquina da sua morada e nem sequer escuto
a resposta do “até nunca mais” que te dei. O mundo grita, os carros buzinam, os
bêbados cantam canções com suas vozes embargadas e eu estou aqui. E me olho. E
é estranho olhar para meus pés e ver que meus passos me induzem a regressar.
Estou batendo em sua porta. Apenas escute o som.
Vejo que a porta se abre. Apenas me deixe entrar.
É esquisito como te olho, como observo a minha volta e
percebo como suplico que me note.
É estranho como desejo ficar.
2015©Diego França