Apesar
de não mais postar poesias aqui no blog nem escrevê-las (perdi o hábito, que
inicialmente preenchia o Vida & Letras) a poesia de Fernando Pessoa nunca
deixou de fazer parte dos meus dias. Acredito que por ser fã do modo como o
poeta escreve, bem como suas ideias nunca deixo de ler e me encantar com seus
escritos.
♥Olá,
gente!
Quem me
conhece sabe do meu amor por Fernando Pessoa e o quanto busco
sempre ler alguma poesia e me inspirar com ela. Mesmo perdendo o gosto que eu
tinha de ler poesias, as do Pessoa permanecem no lugar privilegiado de sempre
em minha vida.
Fernando
Pessoa é conhecido por ser o poeta dos heterônimos, aquele
que traz em si vários poetas com personalidades bem traçadas e uma vida inteira
criada para cada um. É o desdobramento do eu do poeta, digamos, e dentre os
personagens criados os mais famosos são Ricardo Reis, Álvaro de Campos e Alberto
Caeiro. Pessoa também já escreveu um romance, intitulado O MARINHEIRO, - já escrevi
sobre ele aqui no Blog |LEIA| - que revela a influência dramática de
Shakespeare na criação pessoana. Mas na postagem de hoje quero contar para
vocês um pouco sobre um livro inédito de poesias do Nandinho, que ganhei de um querido
amigo Portugues, e só agora senti a necessidade de escrever sobre ele.
***
Novas Poesias
Inéditas de Fernando Pessoa é uma obra
que faz parte da série “Obras Completas de Fernando Pessoa”, publicado pelo
Grupo Editorial Nova Ática, uma grande editora Portuguesa, em 2006. Como o
título já diz o livro traz poesias inéditas ainda sem título, somente com data,
mês e ano, certamente porque ainda eram apenas rascunhos.
Apesar
de ter lido poesias encantadoras, os escritos não conseguem superar outras
poesias trabalhadas e divulgadas em livros, tanto do próprio “Eu” Pessoa, quanto
dos seus heterônimos. Não são nem de longe os melhores versos do poeta ou tão
fortes para tornarem-se famosos como os que já conhecemos. É fato! No entanto,
isso também prova o quanto ele realmente era incrível e um autor completo. Isso
se justifica pelo fato de que ainda que as novas poesias não superem as que
foram publicadas, elas possuem um conteúdo riquíssimo, que desperta o leitor e
faz com que ele se identifique em cada linha e alimenta a alma de cada eu que
existe dentro de si.
Talvez
estivessem guardadas, esperando para serem mais bem trabalhadas antes de publicadas ou realmente eram poesias pessoais demais para serem apresentadas ao público
leitor. Seja como for, a personalidade do Pessoa está desenhada nas páginas do
livro sem exageradas edições que possam comprometer a originalidade do que foi
escrito. Infelizmente esse livro não é vendido aqui no Brasil e está escrito no
português de Portugal, porém você consegue fazer a leitura facilmente.
Vou deixar
para vocês uma das poesias que mais gosto e que está no livro. Foi escrito no
dia 26 de agosto de 1930, sem título.
♥
Tenho
pena e não respondo.
Mas não
tenho culpa enfim
De que
em mim não correspondo
Ao
outro que amaste em mim
Cada um
é muita gente
Para
mim sou quem me penso,
Para
outros – cada um sente
O que
julga, e é um erro imenso.
Ah,
deixem-me sossegar.
Nem me
sonhem nem me outrem.
Se eu
não me quero encontrar,
Quererei
que outros me encontrem?
♥
Declaro-me
mais uma vez um louco apaixonado pelo Pessoa. Amo a melancolia e o drama nas
suas poesias, assim como toda a sabedoria e inteligência para criar personagens
tão inspiradores. Mas e você? Conte-me também sobre sua experiência com a
poesia e o Fernando Pessoa. Vou adorar saber.
Encontro
com vocês logo, logo.
Bjux do
Diih♥.