12 de outubro de 2017

~ Quando minha criança nascer ~


Especial dia das crianças


★★★

Quando eu tiver um filho ou uma filha, além de amor, minha maior preocupação será em educá-lo, mas educá-lo bem. Para respeitar não só a mim, mas a todos ao seu redor, mesmo quando não for presenteado com a reciprocidade. 

- "Mas todo mundo sabe que é de educação que uma criança precisa, Di!"

Claro, todo mundo sabe. Mas nem todo mundo parece se preocupar. Tem gente que anda tão ocupado, sempre correndo, que esquece que ser presente na vida de uma criança faz parte do processo de educar. E olhando para o lado, vendo a rotina dos filhos de amigos meus, até mesmo de conhecidos, busco sempre encontrar o que levar de exemplo, e o que não levar comigo no processo de me educar,  para então educar aquela que venha a ser minha criança. 

Quero que ela veja o que existe ao redor dela; quero que entenda o que é pertinente ou não fazer. Quero que saiba que a gente vive num mundo machista e preconceituoso - e irei explicar com cuidado e carinho o significado dessas palavras. Ela vai saber que o mundo onde vivemos é de uma hipocrisia tamanha, mas que sempre há quem apareça para fazer a diferença; eu vou dizer a ela que fazer a diferença é uma das coisas mais bonitas da vida, e que ela poderá conhecer tamanha beleza. Vou dizer que ela tem escolhas e não vou tirar esse direito na maioria das vezes, que me preocuparei em jamais impor minhas vontades, mas que algumas intervenções serão necessárias.

A criança que me acompanhar nessa vida saberá que prezo muito pelo diálogo, e que mesmo quando os dias forem cheios demais, buscarei pelo menos cinco minutos para saber deles e ouvir o que eles tem a dizer ou reclamar - porque uma criança pode não ter conta para pagar, coisas a resolver, mas eles tem problemas sim. Qualquer coisa que o incomode é um problema. E quero que ele me conte para que possamos resolver juntos e ele finalmente, num dado momento possa saber que pode se virar sozinho. 

A criança vai escutar todo o tipo de música que desejar. Eu quero mostrar para ela tudo o que existe ao nosso redor, na medida do possível. Mas também vou falara para ela o significado de agressão, para poder deixar claro também que existem algumas músicas que são capazes de agredir o outro com seu conteúdo grosseiro, e palavras violentas. Não vou impedir de escutá-las porque elas estão em todo lugar. Mas quero despertar nela a consciência do que aquilo representa. Porque a gente só consegue lutar com garra quando adquirimos consciência do que estamos fazendo e por que. 

Eu vou deixar que ela saiba o que é cigarro, o que é uma bebida alcoólica, e vou dizer o que elas são capazes de fazer - desde os problemas relacionados à saúde, até a sensação de prazer momentâneo que elas podem dar. Vou deixar que ela conheça através de mim. Eu prefiro que seja assim. Eu quero falar para ela, quero mostrá-la. E se ela quiser experimentar eu quero que faça na minha presença também. Quero que cheguemos a uma conclusão do que fazer ou não fazer, ou do que é bom ou não é juntos, e não que ela conheça as possíveis sensações por influência de outras pessoas.

E por falar em influências vou dizer que não se deixe influenciar, que não se renda às influencias (as boas e as ruins), mas aos próprios desejos, quando eles simplesmente não fizerem mal para si ou para o outro. Mas vou dizer também que é preciso ter humildade para ouvir conselhos e pensar com carinho se deve segui-los ou não. Acima de tudo quero que ela seja fiel a quem realmente é.

Minha pequena vai aprender sobre as diversas manifestações de arte que eu puder ensinar - por isso tento aprender o máximo de coisas possíveis. E vão saber o real motivo de não poder ver um filme que eles tanto querem, por exemplo. Vou ter o mais prazer em dizer que não é o momento ainda, que enquanto ele não estiver preparado para entender certas coisas - e fazê-los entender certas coisas é um fazer constante - não será possível assistir àquilo. Eu penso que é preciso construir caminhos para finalmente conhecer a grande novidade. E se essa obra não está pronta, não há porque explorar as imediações. Quero deixar que ela me mostre quando estiver preparada.

Minha criança vai saber que pessoas se relacionam entre si, que homens podem tanto se relacionar com mulheres, quanto com outros homens; e mulheres podem também se relacionar com outras mulheres. Porque se existe algo que a gente não tem é uma formula para dominar o desejo que acontece, não vem por excolha. Vou deixar claro para ela, que ainda que venha a ter um pensamento diferente do meu é um direito dela, mas também um dever respeitar o que o outro pensa, o que outro quer, o que o outro sente. 

Vou pedir, que ao invés de rir do outro, ria de si mesmo pela grande estupidez. E então, nesse momento,  busque olhar-se no espelho para perceber o que realmente está fazendo, o quão feio tal atitude pode ser. 

Vou dizer a ela que chore. Que sinta raiva, que se permita ficar triste. Vou dizer que fale palavrão, mas que respeite quem está ao lado. Normal dizer uma palavra feia, mais normal ainda saber que ela é tão feia que é melhor não ser pronunciada. Mas ninguém é perfeito e vai ser uma das coisas que vou fazer questão de lembrá-la sempre. Porque eu quero também que por entender que não é perfeita, não se ache melhor do que ninguém - nem pior também. Vou dizer que ela poderá ter seu coração partido em mil pedaços, mas que terá o tempo que precisar para se recuperar e que isso pode demorar ou não.

Há muitas coisas guardadas que eu gostaria de dizer. Por isso, estou numa busca constante por perguntas para que eu possa responder quando chegar a hora. Quero conhecer o máximo de coisas que eu puder, para que eu possa, então, mostrar. Estou todos os dias tentando me educar como pessoa,  para que eu possa me libertar de vez de todos os conceitos equivocados que tive ao longo de minha vida até aqui. 

Quando eu tiver uma filho ou uma filha ou simplesmente uma criança vou dizer a ela que não importa o que digam, uma das coisas mais importantes pelas quais devemos lutar é pela nossa liberdade, seja ela de escolha, expressão ou pensamento. Mas que a gente precisa ser livre sem ameaçar a liberdade alheia; a gente precisa lutar por nossa liberdade sem aprisionar o outro. 

Um dos melhores presentes que uma criança pode ganhar enquanto o tempo passa é uma educação digna. Portanto, eduque-se.

XOXO,



8 de outubro de 2017

O SORRISO DA HIENA, DE GUSTAVO ÁVILA: POR QUE LER?



Gustavo Ávila é o autor; O sorriso da Hiena é seu primeiro "trabalho" e já teve os direitos comprados pela Rede Globo de Televisão. O livro ficou conhecido em 2015, quando lançado de forma independente. E de maneira independente conquistou os leitores de todo o país. Até chegar no Grupo Editorial Record, pelo selo "Verus Editora".


★★★

Inicialmente lançado de forma independente, o livro de estréia do autor Gustavo Ávila alcançou sucesso rapidamente e merecidamente. Logo após seu lançamento não faltaram elogios empolgados, amedrontados, horrorizados, mas todos sinceros sobre o que foi lido nesse texto que aborda a questão ética e psicológica do ser humano. Até onde você vai para conseguir o que quer? Haveria alguma justificativa para um ato de maldade?

SOBRE O LIVRO:  

Davi assistiu à morte dos pais quando tinha apenas 8 anos de idade. O ato violento despertou nele um sentimento de ódio e vingança, que ele alimenta até hoje assassinando pessoas na presença de uma criança, como lhe aconteceu no passado. Tudo está muito bem arquitetado na mente do jovem: ele vai envolver o famoso psicólogo William, profissional muito bem sucedido na carreira, convidado a cuidar de crianças traumatizadas por causa dos assassinatos constantes que estão acontecendo na cidade. Quando o assassino envia um e-mail para o psicólogo, com um discurso insano e uma proposta absurda, ele se vê tentado a não ceder à oferta, que se for aceita pode acarretar no desfecho dessa história, mas que também pode ser resposta para a pesquisa que faz há anos na área de psicologia. Mas David é esperto, William não vai conseguir se livrar dele tão facilmente. Será que às vésperas de se casar o psicólogo vai querer abrir mão do que lhe foi ofertado, quando isso lhe traria o tão esperado sucesso e destaque na sua carreira? Será que valeria a pena continuar com a pesquisa, quando isso custaria a vida de mais e mais pessoas?

POR QUE LER O SORRISO DA HIENA 1

A resposta para essa pergunta é bem óbvia: porque a história é realmente muito boa. Quem me conhece e já é acostumado a ler minhas postagens sobre as leituras que faço, sabe que eu não meço esforços para dizer que não gostei de um livro ou quando realmente gostei. Portanto, é com extrema sinceridade que eu digo o quanto o enredo e a premissa dessa história são ótimos e podem facilmente tomar sua atenção. 


POR QUE LER O SORRISO DA HIENA 2

O livro é nacional, com personagens brasileiros, com um cenário muito bem construído e um texto excelente. A crítica ao sistema não passa despercebida. A questão ética do ser humano, a ganancia e o egoísmo também. A narrativa lhe envolve e a cada acontecimento lhe permite questionar, problematizar e mais tarde refletir sobre tudo o que foi lido. "Por que? Como? Será...?" são perguntas constantes que o leitor pode fazer durante a leitura. E a tomada da consciência existe a partir de perguntas como essas.

POR QUE LER O SORRISO DA HIENA 3

Originalidade é uma característica da história. Não é somente um romance policial, é uma voz gritando os problemas do nosso país e as falhas nas resoluções dos problemas.

POR QUE LER O SORRISO DA HIENA 4

Se você gosta de ler o grande mestre Stephen King e seu terror psicológico...; 
Se você gosta dos diálogos inteligentes e suspense de Harlan Coben...;
Se você gosta e se assusta com os absurdos e a brutalidade dos personagens de Raphael Montes...

... com certeza vai gostar também de O Sorriso da Hiena.

POR QUE LER O SORRISO DA HIENA 5

Teve os direitos comprados pela rede globo de televisão, o que quer dizer, que, em breve, você vai poder ver e ouvir a história sendo contracenada por grandes atores globais, e observá-la de outro ângulo. 


O Sorriso da Hiena foi relançado este ano pela editora Verus, que manteve a capa original, mexendo em alguns poucos detalhes da arte. O que posso dizer ser um ponto muito positivo, pois melhorou e destacou o que já era muito bom. No entanto, a Editora perde para a edição independente no quesito diagramação. Não está legal! As impressões das páginas são muito fortes (o que já é uma marca da editora) e o tipo de folha também não é agradável. No mais, o conteúdo é o mesmo e merece muito ser apreciado.

XOXO,


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