Olá! ❤
Estou
sabendo que o frio tomou conta de alguns lugares no Brasil e isso inclui
Salvador também. Sim! Salvador faz frio também, e aqui, embora menos frio do
que em muitos estados, também está frio agora. Bom para tomar um chá e fazer
uma boa leitura, debaixo de um edredon. Mas
para quem falar de frio, não é Di? Vamos ao que interessa.
A
verdade é que falar do frio foi também proposital. “A História de Nós Dois” é
um romance, que embora não fale do frio causado pela natureza, fala muito do
frio que toma uma pessoa depois de acontecimentos trágicos, depois de uma perda
e uma decepção. A parte boa é que o frio passa para todo mundo e há sempre uma
história para contar. E acredito que essa é uma das belezas da vida. A beleza
que Emma encontrou.
A
história de nós dois é um livro da autora Dani Atkins. Nesse livro ela repetiu
a dose de drama do livro anterior, e escreveu uma narrativa, que facilmente pode
ser comparada com Uma Curva no tempo pela grande semelhança que há entre eles.
Em “A
história de nós dois” a personagem Emma está noiva e vai casar há poucos dias. Enquanto
voltava para casa com Amy e Caroline, suas melhores amigas, depois de sua
despedida de solteiro, um acidente acaba atrapalhando o rumo das coisas.
Primeiro a morte de uma pessoa especial faz com que Emma adie o casamento com
Richard, com quem namorou desde muito cedo, depois porque Jack, a pessoa que a
salvou do acidente começa a despertar nela um sentimento maior. Dividida entre
seu noivo e esse novo homem que apareceu, ela se depara com uma luta interna,
que se liberta quando descobre um segredo de Richard, que a fez perceber que
ele não é exatamente quem ela pensou. Entre traições, descobertas, um novo amor
e um caminho para uma nova vida o enredo se desenvolve. “Uma mulher, dois
homens, tantos destinos possíveis. Como essa história vai terminar?
O
romance escrito por Atkins é um romance dramático e nos envolve numa trama
clichê, embora tenha uma história inicialmente bonita e atraente. A autora sabe
como conduzir a narrativa, sabe colocar detalhes nos lugares certos e sabe como
descrever a cena de um acidente com maestria. É de impressionar a maneira com
que ela consegue despertar a emoção apenas nas primeiras páginas do livro,
quando de cara acontece uma tragédia. O problema nisso tudo é maneira como a
história foi desenvolvida, nada natural, perdendo todo o encanto inicial que
despertou em mim.
Não é
pelo clicê o meu maior incômodo, mas pela maneira forçada com a qual a autora
colocou as coisas.
Há um
casal que está noivo e uma nova pessoa aparece e está feito o triângulo
amoroso. De um lado Jack, que salvou Emma do acidente (não é spoiler) e do
outro Richard, seu namorado desde sempre e com quem está prestes a se casar. De
repente - ao contrário do que é mostrado no início da história – Richard se
torna o “ menino mau” da história e Jack “o grande e perfeito herói”. No meio
deles, a mulher de 27 anos, que carrega uma personalidade egoísta e infantil.
O
segredo que Emma descobre em relação a seu noivo é totalmente previsível, e é a
partir desse segredo que as coisas para o futuro casal vai mudar. Mas nesse
momento a narrativa ficou insuportável. Jack ganhou um nível de perfeição
absurdo, virou praticamente um Deus, o homem mais perfeito da vida. Richard, do
bom rapaz, passou ser a o vilão, e todas as suas qualidades sumiram. Ok! O que
ele fez vocês vão descobrir que não é nada legal, mas se a autora queria fazer
com que as pessoas torcessem para o Jack, ela conseguiu o efeito contrário, ao
menos para mim. Jack não me pareceu humano, pareceu um homem irreal, o anjo que
está em todos os lugares para socorrer a mulher por quem em apenas semanas ele
passou a amar.
E por
falar em semanas tudo acontece muito rápido e só alimenta a minha ideia de que
a narrativa não flui com naturalidade. A todo o momento a autora insere algo
trágico na história para nos mostrar mais uma vez que Jack é o cara perfeito para
Emma, para mostrar o por quê de a história ter que ir por aquele caminho. Eles
se apaixonam rápido demais, os personagens secundários não ganham destaque – e a
amiga Caroline, que também sofreu um acidente? -, Emma se dedica mais ao seu
novo romance do que apoia a amiga num momento tão difícil, que sinceramente ela
pareceu nem sentir.
Outro
ponto que me deixou decepcionado foi a maneira pretensiosa do personagem Jacky
em conquistar Emma e manter essa relação. Ele é um homem rico, escritor famoso
e num dado momento utiliza do valor material para selar um momento especial. Eu
pergunto a você, mulher: o que é preciso para um momento se tornar romântico?
Talvez essa atitude funcionasse para um livro de época, do tipo nova cultural,
em que o machismo está marcado e a mulher submissa também.
Gostei
muito de autora ter apresentado aos leitores o Alzheimer e da situação em que a
doença deixa uma pessoa. Por sinal, a personagem que tem esse problema é uma
personagem encantadora, assim como o pai de Emma. Caroline também é uma
personagem que para mim fugiu da normalidade e foi desenhada demais, e Richard,
apesar de tudo é o mais real e mais sensato da história.
De modo
geral a autora tem um romance bonito, que seria melhor se fosse desenvolvido
com naturalidade. Porque os acontecimentos não são nada naturais, as tentativas
de nos fazer levar a um lugar ou sentir algo são totalmente forçadas. É apenas
um livro, com uma premissa maravilhosa, e que implora por um desenvolvimento
melhor e por personagens cativantes.
Obs.:
Sempre faço questão de deixar claro que essa é a minha opinião! Se você
gostaria de ler o livro siga em frente e depois volte para me contar suas
impressões.
Um Beijo
para vocês.
Diih ❤