5 de agosto de 2016

Confusões de um garoto, de Patrícia Barboza


Olá, leitor!
Olá, olá todo mundo!

Estou agitado porque estou com frio. O dilúvio está em fase de crescimento aqui na cidade e eu começo a ficar agoniado implorando pela volta do verão - sim, eu sou um ser tropical. E por falar em agito quero contar para vocês algumas coisas sobre o livro "Confusões de um adolescente", da Patrícia Barbosa , autora da série "As Mais" e "A Consultora Teen".

Nesta história divertida, você vai acompanhar Zeca enquanto ele navega pelos altos e baixos que surgem com a adolescência e descobre que, seja como for, o importante é ter ao lado as pessoas que amamos.

Confusões de um garoto é um livro infanto juvenil, lançado em 2010 e relançado em 2016, desta vez pela Verus Editora, numa edição revisada e ampliada. O livro conta a história de Zeca, um garoto que está entrando na adolescência e percebendo todas as mudanças que isso está provocando nele. A voz mais grave, mais espinhas começam a aparecer no rosto, o humor que começou a ficar instável e o olhar que ele tinha para a sua amiga também se modificou. Zeca está num momento de busca por respostas sobre quem é, agora que algumas coisas que lhe davam prazer antes já não lhe agradam mais. No livro vamos conhecer o dia a dia dramático e as aventuras do adolescente na escola, no ambiente familiar e na roda de amigos.

O enredo gira em torno da fase de transição de Zeca, narrativa é bem fluída e repleta de situações clichês, mas cumpre com o papel de levar a mensagem ao público que se propõe. São situações para rir e se emocionar - embora não seja uma história com uma trama complexa e profunda.

É bonito ver as cenas com a união familiar dos personagens, a cumplicidade entre eles, além da questão da amizade verdadeira, até aquela que se perde com o tempo, que volta tempos depois. Outro ponto satisfatório é a abordagem de um problema chamado "Cyberbullying", algo recorrente na sociedade atual.

Um ponto negativo que encontrei na narrativa é o discurso e a fala de Zeca, que muitas vezes não se encaixa com a fala de uma criança que está entrando na adolescência. O garoto tem um discurso muito bem articulado e as gírias que diz (quando diz) já não se usam mais com tanta frequência, bem como expressões que nosso tempo já não comporta. Entendo que a escrita precisa realmente seguir um padrão, mas nesse tipo de história, ao mesmo o diálogo, para mim, deveria ser mais atrativo para o público. Um exemplo: mostrei alguns diálogos para meus primos, para meu sobrinho e eles estranharam totalmente e tudo oque escutei foi: "quem diz isso hoje em dia?"

"- Você está a fim dela? Quer namorar a Júlia? - Eu não conseguia mais disfarçar que estava aborrecido com aquela conversa.
- Namorar? Ora, não me faça rir! Quero dar uma ficadinha, só isso.
- Ficadinha? Adolfo, olha só, você é canalha demais para minha amiga Júlia."

Preciso dizer que o Zeca não me convenceu como um "garoto", tive a sensação de que a autora não conseguiu de desprender o suficiente das meninas das suas narrativas anteriores e isso acabou refletindo na personalidade dele. Acredito que a construção do personagem poderia ser melhor trabalhada. O que percebi foi que a autora quis criar um personagem que toda garota quer ter perto (ou será que não?), o tipo perfeito - fiel, educado, bom aluno -, que acabou fugindo um pouco das marcas da atualidade e de um garoto comum, que está descobrindo um mundo novo. 

De modo geral Confusões de um garoto é uma leitura leve, rápida, que te leva aos seus melhores momentos de infância se você for um leitor adulto e tiver curiosidade para ler com seu filho. Aos Zecas da vida talvez esse seja um "manuel" breve de como agir nas situações mais inusitadas e uma bela história sobre amizade, respeito, descoberta e acima de tudo amor.

Até a próxima!
XOXO
Dii.



1 de agosto de 2016

Três coisas sobre você, Julie Buxbaum + Sorteio valendo um Exemplar do Livro



Olá, pessoas!

Feliz Segunda-Feita! Desculpem-me pela falta de post. Nos últimos dias o blog estava em manutenção, em processo de configuração do layout novo, então preferi não postar para não virar bagunça. Mas agora estou de volta para acabar com essa ansiedade que eu estava, de falar sobre o livro "Três Coisas Sobre Você", da autora Julie Buxbaum.

Quando terminei de ler esse livro bombardeei minhas redes sociais, completamente louco apaixonado e emocionado. Eu precisava conversar sobre ele com alguém porque precisava dividir esse sentimento bom que a história trouxe para o meu coração.

E se a pessoa de quem você mais precisa for alguém que você nem conhece?

Já parou para pensar em como você reagiria, caso abrisse seu e-mail e recebesse uma mensagem de alguém que se identifica como "Alguém Ninguém"? Jessie nunca parou para pensar e foi pega de surpresa. Aliás, nesse momento da vida de Jass tudo é uma surpresa. Nada do que tem acontecido é um retrato de uma vida comum para ela. Setecentos e trinta e três dias após a morte de sua mãe, a garota se vê obrigada a encarar uma nova casa, num lugar diferente - mais precisamente a Califórnia - com um garoto para chamar de irmão e uma madrasta. E mais um detalhe: eles são ricos. Mas os desafios não param por aí! Ela estuda agora numa escola nova e precisa lidar com os olhares dos alunos da casa, garotos e garotas da classe alta, que a olham como se ela fosse um ser de outro mundo. Num lugar onde onde se sente tão deslocada, tendo que encarar todos os fantasmas e os desafios da vida sozinha, talvez um alguém para conversar e desabafar seja a melhor solução, mesmo que esse alguém não queira dizer seu verdadeiro nome. Porque uma coisa é certa: a gente se apega ao que pode nessas horas, e algumas vezes descobre que a solução está ali mais próxima do que imaginamos.

 O título, a capa rosa do livro e todos esses desenhos na arte podem até fazer o leitor pensar, logo de cara, que essa é mais uma história boba, engraçada e clichê sobre uma adolescente que está tentando se adaptar à nova vida logo após perder a mãe. Mas só quem lê até o final percebe que a história, apesar de ter o toque exato de filmes e séries para adolescentes (o que é normal, afinal é um Young Adult), é capaz de tocar o leitor jovem e o leitor adulto. A autora foi competente nas informações e na maneira como abordou as problemáticas que inseriu no enredo da história. 

Os dias perfeitos são para pessoas com sonhos pequenos, possíveis de serem realizados. Ou talvez para todos nós eles só aconteçam em retrospecto: só são perfeitos agora porque contêm alguma coisa irrevogável e irrecuperavelmente perdida.

Assuntos como bullying, respeito às diferenças, preconceito, relação familiar e amizade são muito bem explorados na história e são assuntos tratados de maneira leve, nada forçada, sugerindo ao leitor que infelizmente tais situações são corriqueiras nas sociedades e que ninguém está imune a passar por alguma situação desconfortável. Todo mundo tem problema de família, todo mundo já sofreu algum tipo de discriminação e todo mundo carrega em si um pouco de egoísmo e preconceito. 

Jessie é a protagonista da história e pode ser facilmente confundida com a sua vizinha, sua irmã, sua melhor amiga. Não existe aquela romantização da personagem: ela não tem receio na hora de falar de sexo, de dar um palavrão, de tomar um gole de bebida. Apesar de ter uma personalidade com um ego muito baixo, é inteligente, sabe o que quer e evolui naturalmente durante a narrativa. Os demais personagens também são muito familiares, assim como o ambiente onde se passa a maior parte da trama: a escola.

É impossível não se lembrar de Gossip Girl e toda aquela elite de Manhattan, onde os personagens estão tentando a todo o tempo estar no centro das atenções, num desejo exagerado de ser popular. E isso realmente existe. Você lê o livro com a sensação de nostalgia, de estar voltando para a época da escola. E para quem ainda está no ambiente escolar é uma boa maneira de enxergar os problemas e tentar resolvê-los da melhor maneira.


Se você acha que não há romance lindo para você morrer de amores está se enganando. Não só há romance, como um certo mistério pairando sobre ele. Não é como se você precisasse ser o melhor dos detetives para perceber, mas o jogo de construção e desconstrução que está na narrativa acerca disso - quem é AN, afinal? - confunde o leitor facilmente. E só um comentário extra: os amantes são apaixonantes e um beijo, é um beijo, é um beijo. 

De modo geral, "Três coisas sobre você" é uma história cativante e comovente, que dialoga com você que está sofrendo bullying ou algum tipo de preconceito ou problema na família. Um livro que vai tratar de maneira leve e precisa a realidade das escolas em todo o mundo e que te ajudará a perceber que, às vezes, sentimos pena demais de quem somos, que chegamos ao ponto de nos excluir, nos trancar dentro de nos mesmos, nos tornamos pessoas egoístas demais para perceber que o outro também tem problemas e que toda voz merece ser ouvida. 

Uma coisa sobre a história que você precisa saber: você vai ler até o final e vai querer mais. 

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"Três coisas sobre você" (Tell Me Three Things) é da Julie Buxbaum, autora norte-americana, e foi publicado pela Editora Arqueiro em junho deste ano. 


Um abraço e divirtam-se com suas leituras.
Beijos do Dii.


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