1 de agosto de 2018

NÃO CRIE DISPUTAS, CRIE ALIADOS


Olá você, leitor / leitora ♥️

Hoje eu gostaria de ter uma conversa com você, de amante de livros para amantes de livros. Aceite com carinha minhas palavras, discorde se achar necessário e acrescente se assim for da sua vontade. Se você tem blog e decidiu optar pela extensão dele, produzindo conteúdo também no instagram poderá se identificar com o post de hoje.



Para começar, quero dizer que o amor pelo que você faz é o que irá movimentar tudo na sua vida. Se você ama o que faz, com certeza terá motivos e incentivos de sobra para iniciar um trabalho, para correr atrás de uma profissão, e assim por diante. No outro post (CLIQUE) escrevi sobre humildade, sobre dar a mão, sobre apoiar o outro e não apoiar-se no outro. Aqui, vou comentar algumas coisas voltadas para as atitudes alheias que tenho observado no instagram e muitas vezes aqui no Blog também.

Há alguns dias, não sei se por coincidências, li comentários de pessoas enaltecendo o trabalho de uma pessoa e desmerecendo o trabalho dos demais em alto e bom tom. E isso me deixou indignado: 1) pela atitude imatura; 2) pela falta de respeito com os demais que comentaram nas publicações e que leram tais comentários. Nesse momento parei um pouco e pensei o por quê, qual a necessidade de agir dessa maneira no espaço onde o leitor encontrou para enaltecer a leitura, incentivá-la e de certa for usar sua voz para expor opiniões? Trocar ideias e opiniões é tão bonito; são maneiras de crescimento e amadurecimento como pessoa. Mas voltando para o acontecido, dadas as circunstâncias me levaram a desabafar nos stories e senti a necessidade de escrever sobre isso aqui também.

Estamos todos juntos nessa, ou pelo menos deveríamos.

Os blogs literários e IGs também estão aqui para escrever e falar de livros, comentar nossas experiências, entre outras coisas relacionadas a esse mundo lindo dado pelo prazer da leitura. Portanto, tenho uma questionamento: se a gente quer mostrar o quanto é belo, o quanto nos liberta e nos eleva o ato de ler, qual o sentido de formar grupos, criar disputadas de quem é melhor, quem tem mais seguidores, mais likes? A ideia é alimentar a vaidade alheia ou incentivar as pessoas a lerem? Sou professor e vivo a realidade na sala de aula, uma realidade dura só por perceber que muitos jovens, crianças e adolescentes ainda mantém distância da leitura, muitas vezes por não ter o incentivo dos pais ou por não terem contato com livros, principalmente pela seu contexto social. Então, acredito que se nos uníssemos em prol do incentivo à leitura, ao invés de medir forças conseguiríamos, aos poucos, mudar essa realidade. 

É comum olhar para o outro e criticar. Eu faço isso muitas vezes, não seria hipócrita de dizer que não. Mas não vejo dificuldade de analisar meus atos perante as situações que envolve o coletivo. Todo mundo erra, o que nos diferencia uns dos outros é que há pessoas que são humildes a ponto de reconhecer e tentar melhorar suas atitudes refletindo e olhando para dentro de si, enquanto outros caminham  com a ideia de que são melhores, querendo estar no topo sempre, ainda que para estar lá em cima ele precise passar por cima de quem está ao seu redor. E é muito disso que tenho visto. E isso é desesperador porque infelizmente é um mal que afeta toda a humanidade.

Não é ruim ser feliz por suas vitórias, nem querer ter destaque. É PRECISO SER FELIZ MESMO E CONTAGIAR. Precisamos ser reconhecidos pelos nossos esforços. Mas não é sobre isso esse texto. O que quero trazer aqui é: o fato de você ser bom, não anula que o outro seja também. O fato de você estar, aos poucos, conquistando um espaço, não quer dizer que outra pessoa irá tomá-lo. Muito cuidado, pois muitas vezes somos nós quem provocamos nossa queda. Reflita. Há espaço para quem lê Youg Adult, há espaço para os clássicos, há espaço para a fantasia, e tenho certeza que ao seu modo cada um tem algo novo para mostrar. Cada um tem seu estilo de mostrar, de fazer fotos, e todos os estilos são válidos, contanto que não faltem com o respeito a ninguém.

E não desmerecer o outro não quer dizer que você deve dizer amém para tudo o que ele faz, que deve achar tudo lindo e perfeito. Você tem seus critérios e precisa ser fiel a ele e a você mesmo. SEMPRE! Então, mais uma vez esse texto não é sobre isso: é sobre como nos comportamos perante o outro. Seja através de uma conversa amigável, uma resposta educada, o incentivo. Não seja um ser estrelinha, que acha que o mundo precisa estar aos seus pés porque você ganhou mais seguidores e porque quer ser reconhecido a todo custo. Se você faz um bom trabalha você terá seu reconhecimento mais cedo ou mais tarde. Queira ser destaque por suas qualidades, não por seus modos egoístas. Ao invés de criar disputadas, crie aliados. Use seus likes para mostrar o melhor do seu trabalho e o melhor de si; use-o também para reconhecer a qualidade do outro. Para fazer uma crítica positiva, para mostrar que o outro também tem capacidade de crescer. E já que citei agora a pouco aquelas pessoas estrelinhas, vou escrever mais um pouco sobre isso, partindo de um conceito meu.

Há uma diferença muito grande entre pessoas "estrelinhas" - e aqui eu escrevo no tom pejorativo mesmo - e pessoas "estrelas". As estrelinhas querem ser o centro das atenções e do seu mundo, mas no fundo estão cheias de insegurança, se alimentando de superficialidade. As estrelas são aquelas que brilham naturalmente, reconhecem suas qualidades e contagia com seu brilho natural. Uma estrela de verdade reconhece as qualidades no outro e convida os demais a brilhar junto e se contagia com essa luz também.

Eu escolhi ser uma estrela. E você?

Um beijo, com carinho.

30 de julho de 2018

3 de 5: Série 'Uma Dobra no Tempo', de Madeleine L'engle


Olá! ♥️

Como vai de leitura? Está pronto/ está pronta para algumas dicas?

Sucesso absoluto de crítica internacional, Uma dobra no tempo, bem como os livros seguintes da série de fantasia e ficção científica de Madeleine L'engle, é sucesso no Brasil. Desde o seu lançamento no nosso país, quem lê a narrativa entende o por quê de fazer história até hoje.


Lançados pela Editora Harper Collins, os três primeiros livros da série Uma Dobra No Tempo (Uma dobra no tempo, Um Vento à porta e Um Planeta em seu Giro Veloz) é sucesso entre leitores de todo o país. Os livros contam com uma grande quantidade de críticas positivas sendo muito bem comentados entre os leitores e cumpre o que promete: entrega tudo o que o leitor espera de um livro de fantasia e ficção. Três dos cinco livros da série já foram publicados (o quarto livro está em pré-venda), portanto reuni os três primeiros livros num só post, para comentar as principais temáticas de cada um e minha opinião sobre eles.

A série tem um enredo voltado para questões que afligem e que atingem a humanidade de alguma forma, trazendo questões de valores humanos muito bem desenvolvidos dentro de universos paralelos muito bem traçados para a narrativa. O texto apresenta diálogos inteligentes e personagens complexos assim como a narrativa em si, que pede ao leitor mais atenção durante a leitura e provoca nele questionamentos mais profundas sobre os assuntos abordados em cada livro. Isso pode incomodar, mas também tem um ponto positivo. Vendido como um livro para o público infanto-juvenil, em momento algum subestima a capacidade do pequeno e do jovem leitor. 

Os livros trazem questões das relações humanas, mas também as relações que você tem com o lugar onde vive, com seu universo - particular e do que está ao seu redor. Cada um se aprofunda num tema diferente - relacionado aos valores -, e vai se completando a cada história.

O primeiro livro, intitulado UMA DOBRA NO TEMPO:


O livro primeiro livro nos leva numa viagem pelo universo, a encontros com séries de outros dimensões, com o diferente, com o novo, até voltar a ser o "aqui e agora". Temos como destaque Meg e Charles Wallace, dois personagens complexos, irmãos unidos e com uma grande sintonia entre eles. Juntos, tentarão encontrar o pai que seguiu para outra dimensão, para testar uma coisa chamada "tesserato", e desapareceu misteriosamente. Com a ajuda do amigo Calvin e de uma criatura bem peculiar, os irmão partirão numa jornada pelo tempo e pelo espaço para tentar descobrir onde está o Sr. Murry. Nessa aventura conheceremos uma Meg insegura com seu jeito de ser, seu físico, um gancho para se discussão sobre uma aparência. Uma frase me tocou muito e resumiu muito sobre superficialidade do olhar do ser humano.
"Não sabemos, como você diz, da aparência das coisas - respondeu a criatura. - Sabemos como as coisas são. Imagino que seja muito limitante este ver."
Nesse livro você encontra assuntos como: bullying, preconceito, respeito às diferenças, auto-aceitação, entre outros. 

O segundo livro, intitulado UM VENTO À PORTA:


A história continua, porém anos depois dos irmãos terem voltado para casa. Esse livro pouco cita os acontecimentos do anterior, mas continua trazendo aventuras por universos paralelos e complexos, abordando temas importantes e reflexivos como já dito. O foco desse livro está em Meg, que tenta resolver a situação de Charles Wallace na escola - lugar onde ele sofre bullying constantemente -, a partir de uma conversa com o diretor da escola, que deveria tomar providências para evitar os infortúnios pelos quais o garoto passa no ambiente escolar. No entanto, Charles fica muito doente e Meg agora embarca numa viagem para dentro do irmão, para entender porque as farandolas e mitocôndrias de Charles estão funcionando tão bem. A beleza que está nessa união entre os dois irmãos é emocionante, trazendo um toque não só de amor entre irmãos, mas também entre semelhantes e a importância de saber se adaptar às diversas situações e lugares no mundo.
"(...) As pessoas sempre são hostis com quem é diferente.
- Até que se acostumem - disse a médica."
Nesse livro você encontra: bullying, empatia, diálogo sobre as diferenças, questionamentos e reflexão sobre o que é real, amor ao próximo, ideia de que o 'amor' cria, o bem e o mal.

O terceiro livro, intitulado UM PLANETA EM SEU GIRO VELOZ


Dos três, "O Planeta em seu giro veloz" é, ao meu ver, o mais complexo de todos. Neste livro contaremos com Gaudior, um unicórnio, e teremos o foco em Charles Wallace, na tentativa de impedir que uma guerra que pode destruir o planeta aconteça. Nesse volume, as coisas acontecem anos depois dos acontecimentos do livro anterior. Meg, é uma mulher adulta, seus irmãos gêmeos estão na faculdade, Charles Wallace já tem 15 anos e segue numa viagem no tempo, em cima do unicórnio para tentar descobrir em que momento a humanidade se perdeu e as guerras e lutas entre irmãos começaram. Quando digo que esse é o livro mais complexo de todos, tenho como justifica que ele faz uma viagem no tempo, apresenta muitos personagens através de fatos históricos - o agora, misturando-se ao hoje. Charles Wallace adentra pessoas do passado para tentar, com a ajuda de uma antiga runa, mudar alguns eventos trágicos que aconteceram. Em que momento a humanidade se transformou num caos? Encontrar um Pode-Ter-Sido, um momento do passado em que todos os momentos que se seguiram até o presente podem ser mudados, poderá salvar o futuro da Terra - esse pequeno planeta em seu giro veloz.
"As escrituras dizem que Deus ama todo homem. Está nos Salmos. Ele ama meu povo, tal como ama você, se não, não é Deus."
Nesse livro você encontra: passagens bíblicas, respeito ao próximo, guerra entre irmãos, respeito às diversas religiões, respeito às etnias, injustiça.    

São livros enriquecedores mesmo com as complexidades já mencionadas, presentes em cada um dos livros. Cada diálogo e questionamento presentes no texto faz com que o leitor reconheça o quanto são assuntos atuais. A série foi publicada nos anos 60, mas muito do que está aqui pode muito bem se encaixar no hoje, no agora. E dentre todas as diferenças de temas abordados em cada volume da série, temos três coisas comuns a todas elas: o tom poético da narrativa, questões filosóficas e questões religiosas. Todas essas características são encontradas em cada livro até aqui.

O quarto livro da série, MUITAS ÁGUAS, já está em pré-venda e o lançamento está previsto para o dia 15 de agosto. Então, se ainda falta ler algum livro ainda dá tempo. As edições estão lindas, as capas, as cores; a diagramação também está impecável, assim como a tradução de Érico Assis.










Bjão,
♥️ 
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