6 de maio de 2016

Todo Dia + Outro Dia, David Levithan



Olá, Olá,
Vamos brincar de ler resenha e de falar de livros? Vamos, sim! Porque hoje trago David Levithan, esse lindo, em dose dupla. Quer motivo melhor para ler isso aqui até o final?

A primeira vez que escutei alguém falar em Levithan foi na Bienal do Livro de Salvador, em 2013, quando uma garota conversava com a amiga sobre o prazer que sentiu ao ler “um livro maravilhoso de um autor chamado David Levithan”. E esse livro foi “Todo Dia”, lançado naquele mesmo ano aqui no Brasil. Hoje, depois de ter lido essa história brilhante, entendi que ele realmente fez um ótimo trabalho, diria memorável. E para não deixar dúvidas ou perguntas sem respostas, escreveu o segundo livro, intitulado “Outro dia”.


Dispa-se de todo e qualquer conceito ou ideal estabelecido pela sociedade durante a leitura desse livro, que traz um personagem “incomum” e uma premissa inovadora. Em Todo Dia o protagonista não tem nome, ele apenas é conhecido como A (é uma referência, digamos, como fazemos para identificar os genes na biologia) e acorda todos os dias em um corpo diferente, num lugar diferente, com uma família diferente. Em apenas 24 horas, A consegue conhecer a realidade da vida do corpo que está habitando, mas sem interferir em nada. Essa é uma das regras que ele estabeleceu desde quando aceitou sua condição de vida. A outra regra é não se apegar a ninguém. No entanto, quando acorda no corpo de Justin, um garoto mal humorado, rebelde e um tanto egoísta e misterioso, as coisas começam a mudar. E como dizem que regras são para serem quebradas, bastou conhecer a namorada de Justin para que A se apaixonasse por ela e todas as regras estabelecidas deixassem de fazer sentido. Ele agora quer ficar e não pode; quer estar a todo o momento ao lado de Rhiannon, quer acordar no dia seguinte e saber que ainda está no mesmo lugar. Mas como explicar à garota que todo dia ele adquire uma forma diferente e se apaixonou por ela? Será que ela conseguirá ficar com alguém que muda de corpo todos os dias? Será que o amor realmente é capaz de vencer tudo?


“Todo Dia” é um livro que está longe de ter uma narrativa comum, em que o autor viajou nos acontecimentos. Pelo contrário! Eu diria que o autor ousou e inovou. Com uma escrita fácil, metafórica e dramática, Levithan escreveu uma história que aponta de maneira competente as convenções sociais, as imposições acerca do que é certo, do que é errado, e o reflexo que isso causa nas pessoas e na sociedade. Questionamentos sobre o “ser e existir”, o preconceito com a sexualidade, a questão da beleza e de como somos vistos aos olhos dos outros também são pontos importantes, tratados no livro.

Enquanto A aparece a cada dia ocupando um corpo diferente, Rhiannon vive sua relação estranha e conturbada com Justin. A garota se mostra uma pessoa submissa demais e com uma estima baixíssima, ao passo que Justin é egoísta e indiferente. Mas há algo que “prende” a garota ao rapaz, embora lhe falte carinho e ternura. E aqui temos mais uma problemática sendo apontada: será que as pessoas não estão se acomodando demais e vivendo uma vida mentirosa? Será que essa ligação de Rhiannon a Justin não é apenas apego e sentimento de incapacidade de encontrar alguém melhor?

Homossexualidade, obesidade, problemas na família, suicídio e religião são também assuntos discutidos. Através de A, vamos conhecer vários tipos de família e de pessoa, desde aquela pessoa arrogante que se acha o centro das atenções, àquela mais doce e carente; aquela que vive uma vida regrada, sendo dominada pelos pais, que fecham os olhos e dizem amém para tudo o que é pregado nas religiões, entre outras. Vamos da família feliz e bem estruturada àquela que sem união, que carece de amor. Veremos o pobre, o muito pobre e o rico.


Todo Dia foi lançado em 2013 aqui no Brasil pela Editora Record e a narrativa em primeira pessoa nos limita a conhecer apenas os pensamentos do personagem principal e tudo o que acontece acerca da vida dele, deixando uma certa curiosidade, até mesmo perguntas sem respostas em relação aos outros personagens da história. E esse seria meu ponto negativo se o autor não escrevesse o segundo livro, que a Galera Record lançou este ano, intitulado “Outro Dia”, e me não me mostrasse as respostas que eu busquei quando acabei a leitura do primeiro livro.


Não se engane! Outro dia não é um livro continuação, a história de A e Rhiannon não continua de onde parou. Ler Outro dia é como estar do outro lado do espelho agora, assistindo à mesma cena de outro ângulo.

Eu prefiro não escrever uma sinopse de "Outro Dia" porque de alguma forma darei spoiler do primeiro livro. Mas posso adiantar que esse não é um livro ruim. Na verdade não há possibilidade de ser um livro ruim, porque conta a mesma história, mas agora a partir das perspectivas da Rhiannon. Muitas coisas das quais eu gostaria de saber no primeiro livro, como quando a garota tomou tais decisões, como ela se acertou ou não com Justin, está aqui. Aqui Justin está mais presente e de alguma maneira tem voz. 

Eu li “Outro Dia” logo que terminei o primeiro livro e creio que me senti um tanto apático em relação a ele por conta dessa leitura simultânea. Para mim a história se tornou repetitiva e consequentemente cansativa demais. E o fato de eu não simpatizar com a Rhiannon desde o primeiro momento também ajudou. Caso você tenha acabado de ler “Todo dia” recentemente, espere um pouco mais para ler Outro Dia porque com certeza vai valer a pena.

De modo geral continuo achando essas histórias uma escrita ousada e inovadora. O autor soube pontuar bem as questões, e apresenta as duas perspectivas (de Rhiannon e de A) de forma brilhante.

São duas histórias que se fundem em uma, que nos mostra o quanto é importante de questionar informações que nos são dadas nessa sociedade da desigualdade, onde somos taxados e de alguma maneira moldados a todo o momento. Somos seres humanos antes de termos um nome e um sexo. “Eu” não sou homossexual, eu não sou o obeso, o suicida, eu o SER que habita um lugar que é meu por direito nesse mundo.  

Quem ainda não leu os livros tenho certeza que vai se surpreender questionar também.

Um B-jão, pessoal.




4 de maio de 2016

O Céu Noturno em Minha Mente, Sarah Hammond


Olá!  

Eu não disse que logo, logo apareceria!?  Pois bem! Aqui estou eu, em mais uma quarta-feira para contar a vocês tudinho – ou quase tudo – sobre o que achei do livro O Céu Noturno em Minha Mente porque esse dia lindo da semana é aqui no Vida & Letras considerado o dia nacional da Resenha.

E posso falar? O protagonista desse livro é uma estrelinha tão linda, que nunca mais vai deixar de brilhar no meu céu. E com certeza vai conquistar o seu céu também.


Todo mundo tem problemas na vida, todo mundo já viveu algo desconfortável um dia. Até Chico Buarque disse numa de suas canções que "todo mundo tem problema na família" e "todo mundo algum dia faz pecado". E é nessa “família”, que não se perde da imperfeição comum a qualquer outra, onde vive Mikey, um garoto tão igual e ao mesmo tempo tão diferente de você.

Mikay tem 14 anos e poderia ser considerado um garoto igual a qualquer outro da sua idade, mas algumas coisas fazem com que ele se diferencie dos demais. Uma delas é a falta do patriarca da família, que por uma razão até então desconhecida está na prisão. Mas Mikey não sabe o por quê, pois sua mãe não conta o motivo e se recusa a falar sobre isso. No entanto, de alguma forma o garotinho irá descobrir o que ela esconde. Isso porque uma misteriosa cicatriz, que está na parte detrás de sua cabeça, o faz ver coisas que não via antes. É uma verdadeira confusão na mente do menino! E as coisas se complicam mais quando acontece um assassinato na cidade e ele é o primeiro a chegar à cena do crime. O que o levou até lá ele não sabe. Mas será que isso tem a ver com o pai que está na prisão? Quem era o morador de rua que foi morto e porque o mataram? Ao lado do seu cãozinho, o fiel Timmer, Mikey vai viver situações do passado e vai descobrir mais do que gostaria quando resolve encarar a escuridão que o cerca e que poderá responder a suas dúvidas.

A vida de Mikey é dividida entre o Agora e o Pra Trás. O “Pra trás” é uma maneira que o garoto encontrou de definir o passado, que pode ser visitado por ele. É lá no Pra Trás que ele vai descobrindo aos poucos as coisas que aconteceram na vida do pai e do homem que foi morto. O Pra Trás esconde coisas ruins, mas também coisas boas.

Contada a partir da visão do personagem principal, a história conta com uma narrativa agradável, inteiramente poética e isso pode ser visto desde a arte da capa, seguida pelo título do livro. Tem um desenvolvimento aprazível e o uso de metáforas - presente em quase toda a história - faz com que a proposta desse “trabalho” dê certo. A autora utilizou elementos certeiros para criar um enredo sem muitas reviravoltas, com um valor mais subjetivo.

Na vida de Mike existe um céu noturno, a escuridão que carrega segredos e verdades que nem sempre são agradáveis. O escuro pode bem representar o desconhecido como também o medo de encarar o novo. As sombras na vida do garoto são como fantasmas que o assombra, fantasmas de uma infância conturbada, de incertezas e de fatos que o machucam. E também temos mais uma vez os animais como melhores amigos do homem.

Mas por que essa leitura tão subjetiva, Di?

Há um mistério que permeia a vida de Mikey e de sua família e que nós não sabemos de cara por conta do narrador em primeira pessoa, como já disse anteriormente. Tudo é “novo” para o leitor também, inclusive o desfecho de toda a história, que correu no passado dos personagens, que causou as consequências do “agora”. Mas o ponto chave da história não está nesse mistério - que por sinal não apresenta nenhuma tentativa de se mostrar um fato complexo porque o foco não é esse. A beleza da obra pode ser lida nas entrelinhas. Há mais significados que podem ser descobertos - se você não fizer uma leitura ao pé da letra -, assim como acontece, por exemplo, nos clássicos “Alice no país das maravilhas” e o “Pequeno Príncipe”.

E por falar em Pequeno Príncipe, não posso deixar de ressaltar o quanto Mikey é doce, ingênuo e cativante. Definitivamente é um personagem encantador, que está o tempo inteiro em busca de ser aceito, de ter amigos, e que pode ser confundido com um garoto com uma idade menor do que a indicada no livro. Mas não vale esquecer que ele é um garoto especial.


Gostaria de ver mais a relação entre Mikay e sua mãe, que se mostrou uma relação linda desde o início, mas acabou sendo deixada de lado. Também senti falta da presença do pai no livro. Um pouco mais da história dele no "agora" seria interessante, até porque a autora deixa uma reflexão num dado momento: uma pessoa boa pode ter uma má atitude? Essa atitude fará dela uma pessoa que como qualquer outra agiu de forma errada em algum momento da vida?

Em suma, O Céu Noturno em minha mente é um livro que apresenta uma história sobre os fantasmas da nossa vida e dos traumas que carregamos conosco. E nos mostra a importância de enfrentar nossos medos para seguir em frente. Merece ser lido e recebido com carinho. 

Foi escrito por Sarah Hammond – ex procuradora e formada em direito e escrita para jovens na Inglaterra onde nasceu -, e é o primeiro livro da autora direcionado ao publico juvenil. No Brasil foi publicado pela Galera Record, em março deste ano.

Beijos 1.000 e até mais!

Diih


2 de maio de 2016

{Extra} Vamos conversar?


Olá,
Tudo bem com vocês? Espero que tenham começado o mês com o pé direito. Por sinal, feliz dia do trabalhador, que foi ontem, mas também é todo dia, a todos os trabalhadores. Todo esforço e talento merecem ser reconhecidos sempre.

Mas agora eu gostaria de conversar com vocês sobre meu sumiço do blog e do Instagram nessa semana.


Sei que ando sumido aqui do Blog e quem acompanha o meu perfil no Instagram, sabe que estou sumidinho por lá também. Eu só quero pedir desculpas, mas também confessar que talvez durante esse mês as coisas tenham que ser assim mesmo. O principal motivo é o final do semestre na faculdade, a correria com seminários para montar e apresentar, e as provas. Além disso, eu estou sem computador porque o meu notebook resolveu dizer que chegou a hora de se aposentar. No entanto, quero deixar claro que de forma alguma irei abandonar o Instagram e o Blog, Okay?! Nunca, jamais!

Continuo fazendo minhas leituras para ter o que contar a vocês, estou preparando uma coluna nova, que vai ajudar a divulgar os principais lançamentos das editoras queridas e os blogs colegas da rede. Portanto, aguardem que tem muitos posts legais a serem publicados. Talvez a quantidade de postagens diminua por conta da correria e do problema com o notebook, mas não deixarei de postar – digo mais uma vez. Vou me virar por aqui e assumir meu compromisso com vocês – não só de trazer conteúdos para cá, como também visitar a todos.

E tem uma novidade! Essa me enche de orgulho!

Estamos no mês de maio e esse é o mês de aniversário do Vida & Letras (). Isso mesmo, meu filhote vai fazer aniversário! No dia 09 de Maio meu cantinho completa 9 anos na rede e essa data não vai passar em branco. Durante todo o mês teremos algumas promoções no Instagram e um concurso cultural bem divertido e significativo para mim e para os leitores aqui no Blog.

Só adianto a vocês uma coisa: o concurso cultural envolve livros e fotografias, então preparem as câmeras e deixem a criatividade solta pra gente poder brincar um pouco e ganhar um kit com livros especiais.

Fiquem ligados e não me abandonem!

Bjux 1.000.
Diih


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