Olá♥!
Tudo bem com vocês?! E as
leituras estão em ordem? Espero que estejam lendo livros incríveis porque eu
não paro. Já comecei o ano lendo coisas ótimas, me dando super bem com as
leituras e como hoje é quarta-feira (dia de resenha no blog) eu conto para
vocês um pouquinho de A menina submersa, de Caitlín R. Kiernan, e o que achei
do livro.
A Menina submersa foi a
segunda história de fantasmas que li esse ano. A primeira narrativa, uma
história bem colorida e doce; a que trago para vocês hoje é totalmente o
contrário da anterior: ela é sombria, melancólica, confusa, cheia de elementos dos
filmes de assombração. No entanto, engana-se quem pensa que a história dos
fantasmas de India Morgan Phelps – ou Imp, como é conhecida – é assustadora,
tensa e arrepiante. Eu imaginava que fosse, mas não é.
Imp foi diagnosticada com
um sério problema psiquiátrico. Assim como sua mãe e sua avó ela sofre de
esquizofrenia e tem acompanhamento psicológico, além de tornar remédios para
controlar seus “ataques”. Depois que as duas mulheres de sua vida morreram a
garota passou a morar só e dividir seus dias entre a consulta com a psicóloga,
o emprego, sua pintura e a escrita. Há algum tempo está escrevendo uma história
sobre fantasmas e essa necessidade de narrar os acontecimentos surgiu na
infância, depois de uma visita ao museu com sua mãe, quando conheceu o quadro
intitulado “A menina submersa”, de Phillip George Saltonstall, pelo qual a
menina cresceu fascinada. Suas histórias não contam com uma ordem cronológica, nem
tem ordem exata de narração: India simplesmente as escreve tentando resgatar todas
as lembranças que tem de seus fantasmas nas folhas de papel – ela pode estar
contando sobre o agora, mas, do nada, lembrar-se do que aconteceu ontem e escrever
isso, mesmo que não tenho nada a ver com o que estava sendo dito anteriormente.
São lembranças que ela não sabe se são reais ou apenas imaginárias.
O livro foi lançado aqui
no Brasil, em 2014, pela Editora Darkside (editora famosa pelas suas edições
maravilhosas e seus livros do gênero terror) e apresenta uma narrativa
extremamente intrigante e confusa. Um verdadeiro conto de fadas mergulhado na
melancolia, na escuridão e na mente de uma garota que tem o psicológico
abalado, com um problema crescente. Longe de ser aterrorizante, A
menina submersa é assustador apenas do ponto de vista emocional, em que
os fantasmas são aqueles que habitam em nós, como as lembranças que arranham,
perturbam e nos levam ao fundo do poço. Boa parte do livro me levou a crer que
esse fantasma é uma metáfora das más lembranças, de situações vivenciadas pela
personagem – a morte da mãe e da avó, ambas com o mesmo problema - , até me
deparar com uma garota que é levada para fora de uma pintura para a realidade
duvidosa da personagem.
Aqui temos uma história
dentro de outra história, uma metalinguagem carregada de elementos sombrios das
grandes obras de terror, seja em filmes ou livros (como a presença de um lago,
um fantasma habitando um lugar, líbelulas, aparições, lendas, entre outras
coisas), e representa uma novidade porque não é uma narrativa comum. A autora
apostou na escrita desregrada, deixou a mente da personagem correr solta e nos
levar junto.
Essa narrativa “desorganizada”
e livre de qualquer regra tradicional de escrita é algo que, ao mesmo tempo que
impressiona pela ousadia, faz o leitor estranhar. Tal característica de
“desordem”, atrelada às diversas referências que o texto traz, como a dos
clássicos de Alice, de Lewis Carroll, além dos contos de fadas e homenagens a
autores como Virginia Woolf e Shakespeare, faz da história um leque de
informações. Essas várias informações misturadas à mente de uma garota que não
consegue discernir o real do ilusório acaba causando uma confusão na mente do
leitor também e essa confusão resulta num cansaço, que em dado momento faz com
que a leitura fique arrastada. Em vários momentos desejei que a história
acabasse logo.
Quer mais um pouco de
confusão? Basta você entender que a pessoa que narra é a própria Imp, sendo
assim um narrador em primeira pessoa. Porém, em determinados momentos, a
personagem fala dela mesma em terceira pessoa.
Em suma, apesar de toda
confusão, de ser uma leitura nada fácil e densa, a narrativa de Caitlín Kiernan
ganha destaque e mérito pela originalidade e por fazer a diferença em meio a
tantas narrativas repetitivas e comuns. Ao final do livro você irá se perguntar
se realmente entendeu a história, mas me parece que a intenção é justamente
essa, deixar o sentido correr solto. “Não
é o que vemos. É o que nos deixam para imaginar. Essa é a genialidade de ‘A
Menina Submersa’.”
Leiam, leiam, leiam! E voltem para me contar a sensação que
a leitura causou em vocês.
Nos vemos logo, logo!
Bjux,
Diih ♥