14 de fevereiro de 2017

Primeiro eu, depois o amor e eu...



Olá!

Outro dia encontrei por acaso um colega, uma pessoa querida, enquanto caminhava pela rua num daqueles dias corridos, cheio de pressa, em que parece que não vai dar tempo de fazer terça metade do que preciso fazer. Acho que você também se identifica com isso, aliás o ser humano em si parece desejar mais do que 24 horas no dia. Foi um encontro legal, deu para conversar, matar a saudade. Mas ele fez um comentário despretensioso e com a melhor das intenções, claro, que me fez refletir e convidá-lo a refletir comigo. E agora eu convido você para fazer essa reflexão também.

"- Di, como você está lindo! Está diferente, tem um brilho a mais, está mais leve, parece mais feliz.
- Obrigado, realmente estou mais feliz, estou de bem comigo mesmo, ao contrário daquele período tenso pelo qual passei - respondi.
- Você parece outra pessoa - ele disse e logo acrescentou. - Está namorando?
- Não, eu não estou namorando. Continuo solteiro.
- Tá solteiro, sério?! - fez cara de espanto - Está tão feliz que me pareceu estar com alguém."

Quem me conhece sabe que há três anos sai de um relacionamento de 3 anos e foi um período pesado, fiquei mal, fiquei doente, tive principio de depressão. Foi realmente uma fase assustadora, perturbadora. Eu não sabia para onde ir, como ir. Quando sai daquele relacionamento parece que eu não tinha um norte, foi como se eu tivesse entrado de cabeça no mundo do meu ex parceiro e vivido outra vida, por isso quando voltei para o meu mundo eu não conhecia mais os caminhos - sabe aquelas plaquinhas indicando é para lá, é para cá, que Alice encontra no mundo das maravilhas? Era assim que eu estava. Senti muito medo. Fiquei estático, sem ação. Uma dessas pessoas que presenciaram isso foi esse colega, que me deu muita força, animou muito os meus dias mais sombrios sempre que possível. Por isso entendi da melhor maneira seu pensamento, mesmo que eu possa observar uma dependência muito grande por parte dele nos relacionamentos - mas isso é algo pessoal de cada um, não vem ao caso. 

Depois que fiz terapia e consegui me encontrar, voltar a mim, caminhar sozinho e sorrir sem precisar ter motivos eu realmente virei outra pessoa. Eu gosto mais de mim, vivo mais para mim, e aprendi muito sobre quem eu sou. Eu entendi que é primeiro eu, depois o amor e eu.. e eu. Como diria Ana Carolina, sou feito pro o amor da cabeça aos pés. É o amor que nos movimenta, gente. É ele que nos faz querer seguir adiante. O amor, não o outro. Se você não tem amor pelo que faz, por você mesmo e pela vida para onde mesmo você vai?

Por um bom tempo eu vivi essa história de que a gente precisa de um complemento para ser feliz. E a gente está cansado de saber que não é bem assim. Precisamos compreender a nós mesmos, compreender que somos especiais acompanhados por alguém ou não. Somos livres para sermos felizes independente de quem esteja ao nosso lado. Afinal, eu tive vários momentos tristes também ao lado do meu parceiro, mesmo na melhor fase da minha relação. Ele segurou a barra junto comigo, me deu a mão, mas minha tristeza estava ali. Então por que que eu precisaria de alguém para ser feliz, se esse alguém não espantaria minha tristeza também? Você entende onde quero chegar? 

Estar feliz e estar triste é da natureza do ser humano, precisamos nos permitir viver os dois momentos. Quando a gente guarda a tristeza e abafa um grito, estamos assinando uma sentença que assegura uma explosão devastadora e então tudo desaba de uma só vez. É preciso se permitir apenas SER. Apenas seja. Ser você mesmo não depende de alguém, mas sim da paz que você encontra lá no fundo da alma. Quando você encontra a paz e se basta entende quem você é, o que você quer e segue adiante. Sozinho. E nem sempre estar sozinho é sinônimo de solidão. Estar sozinho também pode ser uma opção, a melhor opção para você naquele momento.

E assim aconteceu comigo. Hoje me sinto pleno, realizado. Eu tenho o amor dentro de mim, é somente eu e ele. E juntos atraímos o amor que vem do próximo, a boa energia de quem a gente escolhe ter por perto também. Eu tenho amigos que me amam e que eu amo tanto! Tenho uma família que me ama, que me faz sentir uma pessoa completa. E eu tenho a Deus, e volto a dizer que tenho amor. Aliás, nós temos. Um amor imperfeito, mas se moldado, se bem cuidado, um amor que vale a pena e cabe. Na maioria das vezes tenho um amor julgado pelo outro da pior maneira, mas sinto ele dentro de mim, me fazendo sentir alguém especial e é isso que importa. Ninguém sabe como você se sente no seu íntimo, ninguém sabe o que eu sinto ou como me sinto. E eu não preciso de ninguém para ser especial. Você também não. A gente tem sorte de "ser feliz sem mais ninguém/ sem ser refém".

Somos livres e a felicidade é para todos. Juntos ou separados.

"- Olha, pra ser feliz a gente não precisa estar com alguém, basta estar de bem consigo mesmo, ter amigos e família por perto; bastar estar fazendo o que gosta e fazendo da melhor forma possível para colher frutos do jeitinho que você quer. Isso faz de você uma pessoa plena. - Respondi a ele."

Você se sente uma pessoa plena?  

XOXO,

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