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17 de julho de 2018

O dia 17 de Julho e 'O Diário de Myriam"


Olá, leitores.

Para você, desde já, deixo um abraço com carinho e um desejo de muita luz nas suas caminhadas de hoje.

Preparei esse post de última hora, mas nem por isso deixa de ser importante. Acontece que há poucos dias recebi da Darkside o livro "O Diário de Myriam", com os relatos de  uma garota que estava vivendo os infortúnios de um longo período de guerra na Síria. No livro, que também foi apresentado no Fantástico, a garota relata com melancolia e tristeza, Às vezes num tom saudosista, os sustos e aflições de viver num período em que a guerra começava e só crescia a cada dia.


Hoje é dia 17 de julho, e durante minha leitura me deparei, coincidentemente, com o momento do livro em que Myriam relata o primeiro momento de tensão (dos muitos que viriam) da sua vida. O registro desse momento é também datado de no dia 17 de julho, no ano de 2012. Isso me fez refletir sobre o agora, neste meu dia calmo, ao lado de minha família, na paz da rua lá fora. Isso me fez pensar que, enquanto estou escrevendo e até mesmo às vezes reclamando durante esse dia, há pessoas desejando viver toda essa calmaria que eu tenho. Por isso, é um motivo para me fazer agradecer por tudo o que tive hoje. Pelo amor, pela paz, pela proteção do meu cantinho.

E você, já agradeceu?

Se ainda não, imagine o que estava fazendo no dia 17 de julho de 2012. Estava em guerra dentro de casa, dentro de si? O seu país estava em guerra?


Era um dia de terça-feira, 17 de julho de 2012. Por aqui, estava vivendo minhas férias. Me preparando para fazer o último ensaio como modelo fotográfico. No início de um relacionamento amoroso. Estava descansando bastante, pois o primeiro semestre na faculdade começou tranquilo, e terminou como um aviso do que viria pela frente. Foi muito cansativo. Mas proveitoso e brilhante. Estava vivendo também minhas novas amizades, a conquista de ter, finalmente entrado na faculdade. No Brasil, não se via nenhuma notícia sobre guerra, embora a violência nos bairros estivessem estampadas nas capas de jornais e fossem notícia nos noticiários locais. 

Enquanto isso, na Síria, iniciava-se uma guerra. E em vários lugares, famílias sofriam com o caos, com as primeiras bombas lançadas de uma guerra que aconteceria a partir do dia seguinte, reivindicado pelo exército Sírio de Libertação. Os atentados cada vez mais violentos se estendem a Damasco e Aleppo (norte). 

Para saber mais sobre a Guerra na Síria você pode pesquisar os noticiários e também fazer a leitura de "O diário de Myriam", um emocionante relato de uma garota que viu uma grande guerra começar e como consequência, viu toda sua infância feliz, enterrada nos escombros que restaram da guerra.

Em breve, resenha do livro.
Texto escrito a partir dos relatos do livro e do G1, "Os principais acontecimentos do mundo em 2012".
Bjão, com Carinho.♥️

14 de abril de 2016

‘Não Me Abandone Jamais’, Kazuo Ishiguro


todo mundo!

Como estão vocês e suas leituras? Estou numa correria muito gostosa com as minhas, mas muito gratificante também. Não posso reclamar porque até então só li livros muito bons ou médios, mas nenhum ainda classificado como ruim. Sendo assim, estou no lucro.

E por falar em livro muito bom preciso contar para vocês sobre mais uma leitura que fiz, de mais um livro do Kazuo Ishiguro. Conheci a escrita do autor este ano – quando li “O Gigante Enterrado” |RESENHA AQUI| - e fiquei apaixonado. Quando terminei a leitura de Não me Abandone Jamais, fui arrebatado por uma onda de emoção inexplicável, por isso a demora de postar a resenha. Mas agora está aqui para vocês.


 Publicado no Brasil pela primeira vez em 2010, também pela editora Companhia das Letras, “Não Me Abandone Jamais” conta a história de Kathy e seus amigos Tommy e Ruth. Eles se conheceram ainda na infância, quando frequentavam a mesma escola, a famosa e querida Hailsham, um colégio do interior da Inglaterra. Lá eles viveram aventuras e brincadeiras de criança, descobriram sentimentos de amor e amizade, e juntos descobriram também que há muito mais do que se pode ver naquele lugar.  Há algo de diferente nas crianças de Hailsham; elas já nasceram com seus destinos traçados, eles irão apenas crescer para ser “cuidadores” e “doadores”. Não alcançarão nem mesmo a meia-idade. Mas o que é ser um doador? O que é ser cuidador? Esses são alguns dos segredos que vamos descobrir com Kathy durante a leitura dessa obra prima que nos foi dada pelo Ishiguro.


A história se passa na Inglaterra e é contada em primeira pessoa, sob a visão de Kathy, que tem 31 anos e está às vésperas de ser doadora. Kathy narra toda sua trajetória, desde quando entrou em Hailsham, como conheceu Tommy e Ruth, as descobertas e questionamentos acerca dos costumes e das pessoas que trabalhavam no colégio. É uma narrativa que não segue o tempo cronológico, nos remete perfeitamente a uma conversa entre amigos e Kethy nos conta o que aconteceu no passado, ao mesmo tempo reflete sobre uma situação sob um novo olhar, concluindo coisas novas, fazendo nós leitor refletir até chegarmos juntos a uma conclusão. É uma narrativa que evolui tanto quanto os personagens.

Quando comecei a ler tive a mesma sensação de quando comecei O Gigante enterrado: - “a narrativa é devagar, vou demorar um século para terminar esse livro”. Mas gente, eu me enganei! Como já disse anteriormente é uma narrativa que parte da simplicidade para a grandiosidade. É evolutiva e quem está lendo cresce junto com os personagens, até chegarmos ao ápice da emoção e da comoção.

É uma história que nos mostra pessoas talentosas e inteligentes, que poderiam ter uma vida inteira de sucesso se não fosse a linha já traçada para o destino de cada uma delas. Foram criadas unicamente para um propósito e é isso que nos leva a um lugar melancólico e cinzento, principalmente porque estamos enxergando a vida deles de fora. Mas não é apenas um livro que apresenta uma história triste e melancólica. O autor nos convida a refletir, nos presenteia com a possibilidade de aprender mais sobre quem somos, o que desenvolvemos e o que fazemos de nossas vidas.  Há um enredo muito rico e mensagens para levar para a vida e que estão encontra implícitas e por vezes totalmente explicitas no texto do Ishiguro.

Lendo mais esse livro do autor, percebi elementos que são característicos das suas obras - eu gosto e funciona muito bem nas histórias dele, inclusive. Um desses elementos é a REFLEXÃO. Seja numa narrativa de terceira pessoa ou em primeira pessoa, a mente reflexiva dos personagens passeando pelo tempo, refletindo situações e ações do passado, chegando a uma nova conclusão ou a um novo questionamento é um elemento marcante.


Outro elemento que funciona muito bem e que está também em “Não Me Abandone Jamais”, é a NOSTALGIA. A lembrança de pequenos gestos, de objetos simples, de cenas que parecem não ter significado algum aos olhos de quem vê de fora, mas que preenche o personagem de alguma forma. Os personagens do Ishiguro são traçados com essa característica – assim também foi com Axl e Beatrice em O Gigante enterrado.

Por último preciso destacar o amor sendo colocado à prova. Houve uma situação neste livro que me fez lembrar muito o livro anterior. Os personagens são “obrigados” a provar o amor que tem pelo outro (no sentido de relação amorosa mesmo), a partir de algum elemento subjetivo: seja através de perguntas sobre o passado, um olhar que brilha, a maneira como fala do outro com ternura, ou através da inspiração que se tem por estar apaixonado e que se reflete nas coisas que produz.

“ (...) Madame tem uma galeria, em algum lugar, repleta de trabalhos nossos, desde que éramos pequenos. Vamos supor que apareça um casal se dizendo apaixonado. Ela tem como encontrar os trabalhos que eles produziram durante vários e vários anos. Tem como ver se batem. Se combinam. Não se esqueça, Kath, de que as coisas que ela tem revelam a nossa alma. E ela pode decidir, sozinha, o que é um bol relacionamento e o que é uma paixonite boba.” Pág. 215

Se eu pudesse definir Não me abandone jamais em uma palavra, diria que é uma obra sublime. Uma história que agrupa os sentimentos mais bonitos e necessários na vida de uma pessoa – amizade, amor, companheirismo, simplicidade e sentimentalismo. Um enredo tocante, com personagens bem traçados, que se apegam a coisas simples, a situações simples da vida e que nos mostra que as maiores riquezas que podemos ter na vida são as boas lembranças de coisas que nos fizeram e nos fazem feliz até hoje.

Não me abandone jamais é uma leitura necessária para quem já qualquer outro livro do Kazuo Ishiguro.

Espero que busquem saber mais sobre o livro, que deem uma chance porque realmente vale apena.
Bjux 1.000

Diih
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