8 de julho de 2019

[Mangá] A Menina do Outro Lado, parte 2


Olá! ♥️

Você aí que está num dia de sol ou num dia chuvoso como o daqui, o que você prefere? Confesso que sinto falta do meu sol, meu céu estrelado e aquele calorzinho. Muitos me chamam de louco por isso, mas é isso aí.

Vamos falar de leitura concluída e impressões de leitura, dessa vez com sobre o segundo livro do mangá "A menina do outro lado", o primeiro lançado pela Darkside.



Foi uma surpresa muito agradável gostar da leitura de um mangá, já que tive meus estranhamentos quando descobri que deve ser lido de trás para frente. Como disse no texto do livro anterior me atrapalhei muitas vezes durante a leitura, mas no fim superei e consegui me encontrar na leitura.

Assim como aconteceu com o primeiro livro consegui ler rapidamente a segunda parte dessa história que traz a dualidade bem e mal, a ideia de como as aparências enganam sim e de como somos julgados constantemente por causa dela. No segundo livro, que começa exatamente de onde terminou o primeiro, novos personagens misteriosos aparecem e podemos observar diálogos bem enigmáticos entre os personagens. Aqui temos mais páginas com imagens e uma quantidade menor de textos. E posso dizer com todas as letras que ele não me impressionou tanto quanto o primeiro.

Não me senti tão comovido, nem me senti envolvido na história. As imagens me incomodaram porque os cenários são mais escuros e a falta de cor me deixou confuso. Sei que mangá é assim, mas não é por isso que vai deixar de me incomodar. 

O que me mantém ligado nessa história é a vontade de saber se de fato a personagem foi tocada e foi amaldiçoada o não. Mas se prepare que nesse segundo livro temos uma surpresa que ao mesmo tempo que irá te fazer questionar o que houve ou não, te deixará impressionado com o que foi feito. Particularmente não imaginava que aquilo poderia ter acontecido. E se você quiser saber o que é "aquilo" deverá ler o mangá. Apesar de não ter tido uma relação tão boa como foi com o primeiro livro eu ainda indico a leitura porque provavelmente há muito o que acontecer e muitas surpresas que tem tudo para impressionar a nós leitores.

Não vou me estender nesse texto porque não acho necessário dizer mais. Estaria fadado a dar spoiler e não quero estragar a leitura. Só aposte na leitura e continue se encantando com a fofura de Shiva e a beleza de Sensei.

Até logo!
♥️

26 de junho de 2019

A Pequena Sereia e o Reino das Ilusões, de Louise O'Neil


Olá! ♥️

O livro em questão traz à tona o feminismo, a luta pela liberdade da mulher, para fazer valer sua voz. Esse não é meu lugar de fala, portanto corro o risco de cometer deslizes com opiniões equivocadas, afinal nasci homem numa sociedade machista. Mesmo assim tentarei escrever minhas opiniões da melhor maneira possível. E você, mulher, sinta-se à vontade para apontar qualquer incomodo que possa surgir no meu texto.


"A Pequena Sereia e O Reino Das Ilusões" é um livro que traz a questão da desvalorização da mulher na sociedade. Apresentada a partir do mundo das sereias, e com inspiração no conto original de Hans Christian Andersen, a narrativa de O'Neil constrói imagens reais sobre como as mulheres são vistas e tratadas na sociedade. Desvalorizam a voz, as opiniões, a competência da mulher, e valoriza a "fragilidade" sempre dita e a beleza, como se elas fossem troféus, belezas utilizadas para exibir o "poder" do homem.

O nome original da sereia Muirgen é Gaia,  que foi dado pela sua mãe, mas que não foi bem aceito pelo Rei do Mar por se tratar de um nome que vem dos humanos. Gaia é uma sereia bem vista onde mora, com uma beleza sem igual e uma voz capaz de encantar qualquer um. É idolatrada pelo pai justamente por sua beleza - é a mais bela de todas as irmãs -, mas não pode fazer escolhas ou contrariar suas ordens. Por isso, terá que se casar com um rapaz anos mais velho porque foi escolhida. Enquanto tenta encontrar maneiras de não se envolver com seu prometido, a pequena sereia tenta decifrar um mistério que envolve o desaparecimento de sua mãe. Juntando a curiosidade de Gaia sobre o que existe na superfície do mar e a falácia do que aconteceu a sua saudosa mãe, nos veremos diante de uma narrativa em que uma sereia irá abdicar do que tem de melhor e mais importante para ser amada por um ser humano e descobrir o que realmente aconteceu à esposa do poderoso rei do mar. ? Pelo que Gaia/ Muirgen irá passar para conseguir ganhar o amor de Oliver, um ser humanos salvo por ela durante um naufrágil? E sua mãe o que poderá ter lhe acontecido?
"Nunca me deixaram falar demais. Meu pai não é muito chegado em garotas curiosas, então eu simplesmente mordia minha língua."
Durante a leitura desse livro me vi diante de situações colocadas na ficção, mas muito comum de acontecer na nossa realidade. A supervalorização da beleza, homens tentando colocar mulheres umas contra as outras. A mulher como sexo frágil, que deve ser mantidas no lar ou impedidas de dirigir grandes negócios, entre outros absurdos como o abuso sexual da mulher de menor idade, mulheres poderosas sendo silenciadas pela violência também e a denuncia ao preconceito voltado para a homossexualidade. Eu gostei muito da forma como tudo isso foi colocado. A autora não desenha o que está acontecendo, a personagem e suas reflexões dá conta de nos mostrar que existe algo de errado, de forma natural, e nossa percepção de que as coisas necessitam de melhoria é o que dará conta de enfraquecer esse patriarcado ditador. E ele é muito comentado na história, principalmente com a figura do pai da Gaia, conhecido como Rei do mar.

Muitas vezes durante a leitura eu me vi envolvido e tenso com os acontecimentos. Não é uma história que se assemelha ao desenho da Disney, muito longe disso. A narrativa apresenta absurdos muitas vezes chocantes e por isso indico a leitura do conto original para que você compreenda melhor alguns pontos da narrativa.

Vi os livros de forma muito positiva, embora tenha feito algumas observações em alguns momentos. 

A primeira delas é que muitas vezes percebi fragilidades na narrativa como o entendimento da sereia sobre muitas coisas do mundo real. Gaia nunca havia saído do fundo do mar até completar quinze anos, mas quando se deparou com o mundo dos humanos de repente já sabia de coisas demais. Achei isso um tanto incoerente, mas consegui abstrair.

Apesar de ter achado uma narrativa natural, que não forçou a barra na hora de apresentar o patriarcado e que mostrou de fato que o grande medo é perceber a força que as mulheres tem, eu percebi um reforço - não sei se proposital -, na narrativa, do olhar que as pessoas tem sobre o que é ser feminista. Será mesmo que ser feminista é odiar todos os homens e o ato de lutar pelo seu direito é o mesmo que se vingar? E sobre isso não irei me aprofundar, pois corro o risco de deixar spoiler.

Sobre essa questão do que é ser feminista, indico a você a leitura do livro "Sejamos todos feministas", da Nigeriana Chimamanda. 
"Alguns homens têm muito medo de mulheres, minha criança. Esses homens são os que mais nos desejam, e são os mais perigosos quando não conseguem o que almejam."
De modo geral eu posso dizer que gosto e indico o livro porque apesar dos deslizes e fragilidades envolvendo a narrativa, que também carece de mais ação em alguns momento, eu percebo que existe uma denúncia clara sobre como devemos apoiar as mulheres nessa luta e também lutar junto contra o machismo que maltrata, enfraquece e muitas vezes, mata. 

Beijos, até a próxima!  ♥️

17 de junho de 2019

[Mangá] A menina do Outro Lado, primeiro Mangá lançado pela Darkside


Olá!

Sim, estou de volta! E estou me sentindo um fantasminha camarada. Aquele da turma que aparece vez em quando, mas quando chega é com novidade. Peço desculpas, mas estava finalizando a faculdade e hoje posso dizer com todas as LETRAS que finalmente concluí minha graduação e que sou graduando em Letras. 

Estou de volta para ficar! E enquanto sigo por alguns caminhos desconhecidos, procurando ideias para a nova fase da minha vida sigo falando das leituras que fiz nesse tempo ausente e das coisas que ainda não contei sobre eles. Vamos começar pela grande novidade: LI MEU PRIMEIRO MANGÁ. Isso mesmo!

E se não fosse pela Darkside talvez isso não houvesse acontecido. Obrigado aí, Caveirinha do AMÔ! I Love You muito! ♥️


A menina do outro lado é o primeiro mangá lançado pela editora Darkside e marca a primeira leitura que fiz da história em quadrinhos da cultura Japonesa, lida de trás para frente, um modo peculiar para mim, que "entrei de gaiato no navio". 

Há algum tempo me propus o desafio de ler um pouco de cada coisa, me enveredar por coisas que ainda não li ou que provavelmente não me permitiria por puro conforto.  Isso tem sido muito positivo. A leitura de "A menina do outro lado" foi muito prazerosa mesmo com todas as estranhezas que tive com o modo contrário da narrativa, que foge do habitual. A história traz à tona a dualidade BEM e MAL, representados prelo MUNDO DE FORA e  pelo MUNDO DE DENTRO.

Durante muito tempo o Deus da luz espalhou felicidade a todos, no entanto, o deus das trevas transformava essa felicidade em pura maldade. Certo dia, enfurecido, o Deus da Luz decidiu castigar o deus das trevas tomando tudo dele e transformando-o numa figura de aparência horrenda. Tomado pelo ódio, o deus sombrio espalhou uma maldição pelo reino e isso deixou o Deus da Luz ainda mais enfurecido. Ele decidiu, então, expulsar o deus sombrio do seu reino e criar uma barreira para que ele não mais pudesse habitá-lo e para quem que não atingisse os demais moradores com a maldição. Com o tempo, o deus das trevas começou a ser chamado de forasteiro e o Deus da Luz passou a ser chamado de morador de dentro. Esse acontecimento foi o que deu origem aos dois reinos. 

Atualmente, a pequena Shiva vive com o Sensei, um homem que sofreu a maldição do deus das trevas e assim como ele, adquiriu uma aparência assustadora. Shiva foi abandonada naquele mundo e não sabemos a razão. Mas Sensei protege a garota para que ela não sofra com a sua realidade e para que não corra riscos de se transformar num ser de aparência estranha. Nesse cenário de escuridão em que a claridade da vida não desiste de querer iluminar a vida do sensei - que agora está em perigo -, vamos conhecer uma linda amizade e reafirmar o ditado que nos diz que "as aparências enganam". 
"- Entendeu?
Caso se depare com alguém de fora, sob nenhuma circunstância encoste nele. Fuja imediatamente.
- Por quê?
- Bem... Porque...
Porque, se tocá-lo, será amaldiçoada."
A doçura dessa história me conquistou de cara e mesmo com o clichê de tratar da dualidade do bem e do mal, do claro e do escuro, o mangá nos traz um jeito diferente de abordar esse assunto e nos faz repensar nossos julgamentos em relação ao outro. No infinito cuidado para se proteger o tempo inteiro das mazelas sociais, o ser humano acaba abraçando um molde, que reúne rótulos. Esses rótulos fazem com que ditemos regras sobre as pessoas e transformemos todas elas numa coisa só. Posso trazer um diálogo do pequeno príncipe para exemplificar o que de alguma forma a história pode nos dizer. "É loucura odiar todas as rosas porque uma te espetou". A má aparência de uma pessoa, a sua cor, as tatuagens que ela usa, etc. jamais definirá quem ela é.

Será que sensei é um homem ruim e maldoso por conta de sua aparência?  Ao ler a história, o indigno e maldoso homem que representa o perigo para o sensei tem uma aparência aceitável, desejável, no entanto, tem atitudes e vaidades que fazem dele um ser tão imperfeito como qualquer outro. A doçura do sensei em contraste com a sua imagem pesada é uma grande ironia para quem diz entender  a fundo os mistérios que rondam o entendimento do bem e do mal.


Numa edição bem ao estilo Darkside com toda a qualidade dada por direito, "A menina do outro lado" é uma bela história sobre amizade e sobre como muitas vezes estamos nos enganando com as aparências e julgando sem conhecer o outro. É proposta ao leitor a ser melhor, um questionamento ao sentido do bem e do mal.

Leia, por favor! 
PS: estou terminando a leitura do volume dois. Em breve, uma resenha sobre o segundo livro aqui no blog.

Bjão,
até mais! ♥️

9 de maio de 2019

12 anos de Vida & Letras: um dia para abrir meu coração


.♥️.
Devia ser 13h quando sentei na frente do computador que havia acabado de ganhar para acessar a internet. Eu estava triste naquele dia. Aliás, eu estava triste naquele período. Era bom estar com minha mãe, foi bom ter ganhado o computador. Mas ainda faltava algo. Algo mais importante que bem material, eu estava precisando falar de mim, ser fiel a mim, gostar de mim. Eu estava preso dentro de uma pessoa que não era e isso estava sendo angustiante. Então, quando minha foto apareceu na tela do computador eu decidi abrir meu coração e criei um diário virtual. O que hoje você conhece como Vida & Letras.


Doze anos depois ele ainda está aqui comigo, vivo. Passou por tantas mudanças, eu mudei. E como todo ser humano permaneço em constante mudança. Eu tinha 17 anos de idade quando comecei a escrever nesse mesmo lugar e hoje aos 29 anos de idade posso ver também através do que leio aqui o quanto evoluí como pessoa e o quanto me orgulho disso. Então, não! Esse lugar aqui nunca foi uma obrigação, sempre foi amor. E quando começou a ser obrigação, tratei de cuidar melhor para que continuasse a ser AMOR. Afinal, cuidemos bem de nossos filhos. E é isso que o Vida & Letras representa para mim. Um filho. Algo que coloquei no mundo e de alguma forma me salvou de minhas angústias. Me permitiu a conexão com pessoas e sentimentos parecidos, e a essas pessoas eu dei as mãos. Umas já nem sei por onde andam; outras permanecem comigo. Pessoas novas chegaram e são importantes na minha vida - e talvez nem imaginem o quanto. Então, além de ser amor, o Vida & Letras é também amizade. Sempre foi.

Mas assim como eu cresci, amadureci, me sinto e me vejo muito diferente daquele garoto inseguro e cheio de medos, sinto também que o Vida & Letras chegou num ponto em que se sente exatamente como eu me sentia naquele período em que o transformei no MEU CANTINHO. E entendo que eu e ele já fizemos tudo o que poderíamos fazer juntos. E foi especial. Com ele pude conquistar tantas coisas, tantas experiências sem igual. Amo tanto esse lugar e só tenho a agradecer por tudo! Por isso, decidi deixar que ele viva sua liberdade para ser e não ser. Para ser o que foi e para ficar na memória como o lugar onde pude me ver crescer. Ele está livre para não ser mais também. As lembranças que quero levar daqui são as melhores: aquelas em que eu contruí com amor. Eu não quero sair daqui olhando para o VIDA & LETRAS como uma obrigação, um fazer por necessidade.

É por isso que hoje, completos 12 anos de existência, eu começo a me despedir, não do Blog, mas do Vida & Letras. Chegou o momento de transformar, de me permitir, de ousar. O blog não vai sair do ar, mas será modificado. Pretendo mudar de nome, mudar o formato. Trarei os lugares por onde andei e as coisas que vi por lá; trarei minhas emoções em forma de palavras, meus olhar amoroso em forma de fotografia. Trarei também os livros que li e os livros que irei ler porque jamais os abandonarei. Mas não quero mais contar a vocês como a história se configura. Eu quero contar a sensação e os sentimentos que a história me causou. Tenho tanto pra dizer e mostrar, meu corpo e meu momento pedem isso.

A partir de hoje começo a pensar nomes, ideias para o layout, formato de postagens. O instagram também vai continuar, mas vai ter suas modificações. Até lá, estarei por aqui cumprindo meu dever de postar todas as resenhas de parcerias, entre outras coisas. Até o dia em que finalmente vamos estar prontos para nos revelar para você outra vez. Renovado. Reconstruído. Vivendo meu devir.

Até mais,
♥️ 

11 de fevereiro de 2019

ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA, DE JOSÉ SARAMAGO


Olá! ♥️
Como vai?

Se você ainda não leu com certeza já ouviu falar no livro de José Saramago, Ensaio Sobre a Cegueira, uma das obras portuguesas mais comentadas e aclamadas também no nosso país. Publicado pela primeira vez em 1995 o livro de Saramago é referência para autores mais velhos e os mais jovens também, apesar de narrativa incomum.


Tudo pode acontecer na vida, mas será que você já parou para imaginar como seria se em algum momento, numa atividade comum do seu dia-a-dia, você ficasse cego? Foi o que aconteceu com o rapaz no meio de um trânsito agitado, logo após a luz verde do semáforo liberar a passagem dos automóveis. E além dele, mais tarde, no dia seguinte... outras pessoas terão suas visões esbranquiçadas e nada mais será visto. Ninguém sabe o que está acontecendo, cogitam a hipótese de uma epidemia, mas não há problema algum que possa denunciar a cegueira dessas pessoas. E é no meio dessa agonia que a narrativa se desenrola.
"Num movimento rápido, o que estava à vista desapareceu atrás dos punhos fechados do homem como se ele ainda quisesse reter no interior do cérebro a última imagem recolhida, uma luz vermelha, redonda, num semáforo."
Abrindo mão do formato comum de narrativas, Saramago apresentou uma narrativa atípica, cujos discursos não se distinguem pelo uso de travessão, como de costume. O discurso direto e o indireto se misturam e se juntam ao caos que se faz a vida dos personagens da história tornando um texto muitas vezes confuso e acelerado. Isso devido também ao uso de letras maiúsculas para indicar que alguém está falando na primeira pessoa. Talvez a escolha da narrativa acelerada seja proposital e dialogue perfeitamente com os sentimentos que o leitor tem enquanto ler.

E é quase impossível não sentir-se abafado numa agonia incessante enquanto lê. As descrições e imagens criadas tem um poder catártico e nos insere naquela realidade facilmente, o que permite que o leitor se coloque no lugar do personagem e imagine como seria não ver nada de repente - a sensação não poderia ser mais desesperadora e agoniante. Se essa foi a intenção do autor ele chegou com louvor onde queria. 
"Conta-me como foi, o que sentiste, quando, onde, não, ainda não, espera, a primeira coisa que temos de fazer é falar com um médico dos olhos, conheces algum, Não conheço, nem tu nem eu usamos óculos, E se te levasse ao hospital, Para olhos que não veem, não deve haver serviços de urgência, tens razão, o melhor é irmos directamente a um médico, vou procurar na lista dos telefones, um que tenha consultório perto daqui."
Mas a cegueira da história passa longe de uma cegueira causada por alguma doença. À medida em que você lê percebe uma crítica certeira ao ser humano e seus valores perante a sociedade e ao próxima. É cegueira sobre enxergar e não querer ver, tapar os olhos para as mazelas e para a dura realidade de que o ser humano não é bom o tempo todo e que ele comete erros dos mais leves aos mais graves. A cegueira é completa, no que diz respeito ao outro e às questões políticas. Inclusive, talvez estejamos vivendo essa cegueira - o enxergar apenas o que lhe é conveniente ou enxergar até onde queremos. Cabe aqui um ditado utilizado no texto, é uma grande verdade a que diz que o pior cego foi aquele que não quis ver.
"A mulher do médico compreendeu que não tinha qualquer sentido, se o havia tido alguma vez, continuar com o fingimento de ser cego, está visto que aqui já ninguém se pode salvar, a cegueira também é isso, viver num mundo onde se tenha acabado a esperança."
Linguagem não tão fácil de ser lida, um texto necessário e extremamente atual. "Ensaio sobre a cegueira" traz à tona a realidade do ser - imperfeito - humano e muito dos valores que nos são perdidos durante a caminhada pela vida. Uma metáfora que belisca e nos faz sentir a agonia a qual nos permitimos viver de alguma forma.

Bjão,
até mais! ♥️
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