Olá! ♥️
Hoje é dia de contar minha experiência com "A revolução dos bichos", de George Orwell.
Conheci o autor através de uma professora da faculdade no início da graduação. Não havia nem sequer ouvido falar nele, mas indicações não faltaram. Curiosidade também não. E ainda assim não li o livro completo. No entanto, o "Quadrinhos da Cia" nos deu um presente ao lançar esse livro ilustrado pelo artista gaúcho Odyr num período político conturbado e pela leitura rápida que me proporcionaria naquele momento decidi ler. E que livro incrível!
A fábula contida em A revolução dos bichos traz à tona toda uma questão política que dialoga muito bem com a realidade, principalmente da Revolução Russa. Publicado pela primeira vez em 1984, na Inglaterra, Animal Farm (título original) marcou história e é referência para os leitores até hoje. Na história um grupo de animais criam uma revolução para tirar a fazenda onde vivem do poder dos humanos e traçam estratégias eficazes a fim de instaurar um regime totalitário na fazenda. No entanto, uma dupla de porcos ameaça toda a organização e grandes problemas acontecem a partir dese momento.
A Revolução dos Bichos faz uma ácida crítica ao momento político daquela época e reafirma na história o quanto a revolução foi baseada em interesses mais do que em ideais e em vários momentos da narrativa é perceptível o quanto os porcos criam estratégias de organização de um modo que possa beneficiá-los. Isso não é tão diferente do que acontece no cenário político atual do nosso país. Não vou entrar em maiores detalhes sobre a política, mas é impossível não reconhecer o quanto a história em si se parece com o que vivemos hoje no Brasil.
Na orelha do livro tem um pequeno texto que resume muito bem a ideia que tive ao fazer a leitura. O comentário de Christopher Hitchens (jornalista, escritor e crítico literário britânico e americano) comenta que o livro (Animal Farm) nos diz que aqueles que renunciam à liberdade em troca de promessas de segurança acabarão sem uma nem outra.. E no final da leitura, o cenário da fazenda deixa isso muito claro. Outra crítica é sobre a alienação das pessoas que talvez por conforto ou por questões de interesses também acabam vendando os olhos para a realidade que os cerca.
"Porém os brutos, estúpidos, ignorantes demais para entender o que acontecia, limitaram-se a murchar as orelhas e apertar o passo. Logo o carroção atravessava a porteira e desapareceria na estrada. A explicação dada era muito simples. A carroça pertencera, antes, ao matadouro, depois fora comprada pelo cirurgião veterinário, que ainda não apagara o letreiro. Sansão nunca mais foi visto."
A riqueza da história é incontestável e a prova disso é o sucesso que o livro faz até hoje com ótima vendagem. A companhia das letras já publicou outros livros do autor, como 1984, O que é fascismo, entre outros, mas o grande diferencial dessa edição de "A revolução dos Bichos" publicada em outubro são as ilustrações de Odyr. O artista nascido em Pelotas e autor de dois livros como desenhista enriqueceu ainda mais a fábula de Orwell trazendo imagens com pinturas cheias de detalhes e cores que expressam muito bem o ambiente revolucionário. O livro que teve tradução de Heitor Aquino Ferreira será lançado fora do país também, em países como Inglaterra, Espanha, Estados Unidos e Itália.
A revolução dos bichos que traz à tona as consequências de um regime totalitário, que dita e age a favor dos próprios interesses, como diria "O Estadão", para quem ainda não entendeu, agora está desenhado.
Se quiser saber mais sobre o livro indico o texto maravilhoso do site da Revista Galileu, 5 Lições que 'A Revolução dos Bichos' nos ensinou , de onde tirei algumas referências para a escrita dessa postagem.Bjux,
até a próxima! ♥️