Olá, Olá, ♥
Vamos
brincar de ler resenha e de falar de livros? Vamos, sim! Porque hoje trago
David Levithan, esse lindo, em dose dupla. Quer motivo melhor para ler isso
aqui até o final?
A
primeira vez que escutei alguém falar em Levithan foi na Bienal do Livro de
Salvador, em 2013, quando uma garota conversava com a amiga sobre o prazer que
sentiu ao ler “um livro maravilhoso de um autor chamado David Levithan”. E esse
livro foi “Todo Dia”, lançado naquele mesmo ano aqui no Brasil. Hoje,
depois de ter lido essa história brilhante, entendi que ele realmente fez um
ótimo trabalho, diria memorável. E para não deixar dúvidas ou perguntas sem
respostas, escreveu o segundo livro, intitulado “Outro dia”.
Dispa-se
de todo e qualquer conceito ou ideal estabelecido pela sociedade durante a
leitura desse livro, que traz um personagem “incomum” e uma premissa inovadora.
Em Todo Dia o
protagonista não tem nome, ele apenas é conhecido como A (é uma referência, digamos, como fazemos para identificar os
genes na biologia) e acorda todos os dias em um corpo diferente, num
lugar diferente, com uma família diferente. Em apenas 24 horas, A consegue conhecer a realidade da vida
do corpo que está habitando, mas sem interferir em nada. Essa é uma das regras
que ele estabeleceu desde quando aceitou sua condição de vida. A outra regra é não se
apegar a ninguém. No entanto, quando acorda no corpo de Justin, um garoto mal
humorado, rebelde e um tanto egoísta e misterioso, as coisas começam a mudar. E
como dizem que regras são para serem quebradas, bastou conhecer a namorada de
Justin para que A se apaixonasse por
ela e todas as regras estabelecidas deixassem de fazer sentido. Ele agora quer
ficar e não pode; quer estar a todo o momento ao lado de Rhiannon, quer acordar
no dia seguinte e saber que ainda está no mesmo lugar. Mas como explicar à
garota que todo dia ele adquire uma forma diferente e se apaixonou por ela?
Será que ela conseguirá ficar com alguém que muda de corpo todos os dias? Será
que o amor realmente é capaz de vencer tudo?
“Todo
Dia” é um livro que está longe de ter uma narrativa comum, em que o autor
viajou nos acontecimentos. Pelo contrário! Eu diria que o autor ousou e inovou.
Com uma escrita fácil, metafórica e dramática, Levithan escreveu uma história
que aponta de maneira competente as convenções sociais, as imposições acerca do
que é certo, do que é errado, e o reflexo que isso causa nas pessoas e na sociedade. Questionamentos
sobre o “ser e existir”, o preconceito com a sexualidade, a questão da beleza e
de como somos vistos aos olhos dos outros também são pontos importantes,
tratados no livro.
Enquanto
A aparece a cada dia ocupando um corpo diferente, Rhiannon vive sua relação
estranha e conturbada com Justin. A garota se mostra uma pessoa submissa demais
e com uma estima baixíssima, ao passo que Justin é egoísta e indiferente. Mas
há algo que “prende” a garota ao rapaz, embora lhe falte carinho e ternura. E
aqui temos mais uma problemática sendo apontada: será que as pessoas não estão
se acomodando demais e vivendo uma vida mentirosa? Será que essa ligação de
Rhiannon a Justin não é apenas apego e sentimento de incapacidade de encontrar
alguém melhor?
Homossexualidade,
obesidade, problemas na família, suicídio e religião são também assuntos
discutidos. Através de A, vamos conhecer vários tipos de família e de pessoa,
desde aquela pessoa arrogante que se acha o centro das atenções, àquela mais
doce e carente; aquela que vive uma vida regrada, sendo dominada pelos pais,
que fecham os olhos e dizem amém para tudo o que é pregado nas religiões, entre
outras. Vamos da família feliz e bem estruturada àquela que sem união, que
carece de amor. Veremos o pobre, o muito pobre e o rico.
Todo
Dia foi lançado em 2013 aqui no Brasil pela Editora Record e a narrativa em
primeira pessoa nos limita a conhecer apenas os pensamentos do personagem principal e
tudo o que acontece acerca da vida dele, deixando uma certa curiosidade, até mesmo perguntas sem respostas em relação aos outros personagens da história. E esse
seria meu ponto negativo se o autor não escrevesse o segundo livro, que a Galera Record lançou este ano, intitulado “Outro Dia”, e me não me mostrasse as respostas que eu busquei quando
acabei a leitura do primeiro livro.
Não se
engane! Outro dia não é um livro continuação, a história de A e Rhiannon não
continua de onde parou. Ler Outro dia é como estar do outro lado do espelho agora, assistindo à mesma cena
de outro ângulo.
Eu
prefiro não escrever uma sinopse de "Outro Dia" porque de alguma forma darei
spoiler do primeiro livro. Mas posso adiantar que esse não é um livro ruim. Na
verdade não há possibilidade de ser um livro ruim, porque conta a mesma
história, mas agora a partir das perspectivas da Rhiannon. Muitas coisas das quais eu
gostaria de saber no primeiro livro, como quando a garota tomou tais decisões,
como ela se acertou ou não com Justin, está aqui. Aqui Justin está mais presente e de alguma maneira tem voz.
Eu li “Outro
Dia” logo que terminei o primeiro livro e creio que me senti um tanto apático
em relação a ele por conta dessa leitura simultânea. Para mim a história se
tornou repetitiva e consequentemente cansativa demais. E o fato de eu não
simpatizar com a Rhiannon desde o primeiro momento também ajudou. Caso você tenha
acabado de ler “Todo dia” recentemente, espere um pouco mais para ler Outro Dia
porque com certeza vai valer a pena.
De modo
geral continuo achando essas histórias uma escrita ousada e inovadora. O autor
soube pontuar bem as questões, e apresenta as duas perspectivas (de Rhiannon e
de A) de forma brilhante.
São
duas histórias que se fundem em uma, que nos mostra o quanto é importante de
questionar informações que nos são dadas nessa sociedade da desigualdade, onde
somos taxados e de alguma maneira moldados a todo o momento. Somos seres
humanos antes de termos um nome e um sexo. “Eu” não sou homossexual, eu não sou
o obeso, o suicida, eu o SER que habita um lugar que é meu por direito nesse
mundo.
Quem
ainda não leu os livros tenho certeza que vai se surpreender questionar também.
Um B-jão, pessoal.
oi mininoooooo amei seu espaço,e os livros tb!
ResponderExcluirpassando pa deixar bjinhos!
oi, oi.
ResponderExcluireu ainda não tive a oportunidade de ler nada do David, mas to super ansioso. todos dizem que ele escreve bem e a leitura é super leve. <3 a tua resenha veio só pra me deixar ainda mais ansioso. colocando os dois livros na listinha agora!
abç!
Não me venha com desculpas
Meu deus Diego, que resenha dupla mais maravilhosa foi essa? Ainda não li nada do David Levithan, mas quero muito. Principalmente agora, nossa fiquei bem surpresa porque não conhecia a história de Todo Dia!
ResponderExcluirBeeijos, Paola
uma-leitora.blogspot.com.br
Eu acho o fato do personagem não ter nome bem viajante, não sei como me adaptaria a uma história assim, mas é no mínimo curioso. Esse negócio de mudar de corpo, de família...é tudo bem interessante.
ResponderExcluirConfesso que até semana passada eu não sabia absolutamente nada sobre o livro, juro! Mas li uma resenha e fiquei com a pulga atrás da orelha pra saber como tudo isso funciona. Entretanto, não é uma leitura que eu quero fazer pra já, sabe?
E que pena que vc se sentiu assim em relação a continuação, meu rei. Mas acho que eu também me sentiria.
Vamos ver se eu leio um dia...outro dia...todo dia... hahahahahha!
Beijo
- Tamires
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Nossa parece muito interessante e intrigante esse primeiro livro, o segundo já conhecia é muito bom, autor maravilhoso..Gostei muito do seu blog e conteúdo, vou deixar aqui uma dica/convite, é sobre uma plataforma de divulgação para bloggers no Brasil muito interessante, ela é espanhola e esta no Brasil apenas dois meses e já tem muitos blogs cadastrados.. ..Dá uma olhada vale muito a pena..Bjuss
ResponderExcluirhttp://www.feedhi.com
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