Eu sonhei com um grande amor, um amor eterno
que me tiraria do chão. Não queria que viesse voando, não planejei ou desenhei
isso, só desejei que viesse. Que me trouxesse um mundo diferente daquele que
estava acostumado a viver.
Desde que li nos livros eu decidi: é isso que eu quero para mim; um alguém para
toda vida. Assim como vi nas novelas, nos livros, nos contos de amor, na
união bela, de tantos e tantos anos, entre o meu avô e a minha avó. Não
precisaria, de fato, cair do céu ou, como de costume, vir a cavalo; mas deveria
me trazer um belo poema apaixonado.
Imaginei aqueles jantares à luz de velas em
algum restaurante da cidade, a ligação intencional a fim de desejar uma “boa
noite” no final do dia, no dia dos namorados; fantasiei o acordar com um belo
café da manhã na cama, acompanhado por um romântico “eu te amo”, numa manhã de
sol. Também esperei assistir o cair da neve junto a ele, como eternos amantes,
em frente a uma lareira para nos proteger do frio, e esperei por uma bela flor,
com o melhor dos aromas e de brinde um olhar cheio, transbordando de ternura.
Sonhei escrever minha história; a nossa
história. Poder receber canções de amor dedicadas na emissora de rádio da
cidade e com as luzes brilhantes do natal. Que maravilhoso seria sentar na
cadeira, em minha mesa de estudo, para escrever poesia e então escutar uma voz
recitando Shakespeare, aquela voz soando por debaixo da minha janela.
De verdade, desejei fortemente ser TUDO para
alguém e que esse alguém lutasse por mim quando, por algum motivo injusto, eu
precisasse ir embora com medo e com saudade. Lembrei imediatamente do amor de
Romeo e Julieta e de todos os outros amores perfeitos lidos por aí. E como eu desejei poder ficar ao lado dele para sempre!
Agora tudo o que eu desejo é acordar do
sonho, sem perder a paz, a doçura de ser sonhador. Eu quero simplesmente e
apaixonadamente viver uma história que ninguém contou.
© Diego França 2013*