23 de abril de 2016

[Autoral] ‘Fotografia’


Oi, 
gente querida!

Que tal uma crônica para hoje? Mais um texto autoral, que eu espero que vocês recebam com carinho.

Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM)
***
Não importa para onde você olhe, é preciso olhar com vontade, vislumbrar o horizonte, analisar os pássaros, perceber detalhes. E qual o problema se os detalhes forem sórdidos, como uma folha caindo do galhinho de uma árvore enquanto você olha para o lado de relance em algum outono de sua vida?

Por muito tempo escutei pessoas dizendo que não se deve contentar com pouco e que não importa se um pássaro acabou de pousar em algum lugar, ou um pingo caiu lentamente na poça de água, porque na hora da pressa coisas como essa não vão pagar meu salário. Mas você já parou para pensar que talvez o encontro das águas e o pássaro estático em algum lugar possa se transformar numa imagem perfeita e inspiradora em algum desses dias loucos do nosso cotidiano? Talvez não, não é mesmo? Afinal, você está ocupado demais lendo alguma apostila da faculdade, acompanhando alguma conversa em tempo real, em alguma rede social, sem perceber a cena que ocorreu há poucos segundos ao seu lado. Um rapaz acabou de entregar uma flor à sua companheira e eles nem precisaram encostar seus lábios para selar o momento. Olha só, eles apenas se olharam de uma forma tão especial, mas tão especial, que o silêncio, misturado a um olhar que brilhava como uma constelação, falou mais do que mil palavras. Talvez o beijo venha depois, mas você não viu, talvez até pudesse ter tido alguma opinião sobre isso ou talvez, quem sabe, seria motivo para algum texto bonito, ou alguma história carinhosa para contar a alguém. E olha, histórias como essa costumam ser tão raras ultimamente!

Aliás, há tantas coisas que não se vê com muita frequência, que eu acho que seria interessante se a gente pudesse observar mais o que acontece ao nosso redor. É tanta coisa, que a gente até se perde. Por exemplo, outro dia vi um senhor caminhando e lendo um livro, no meio da cidade. O trânsito estava caótico, as buzinas dos carros faziam um barulho daqueles, as pessoas corriam como se estivessem prestes a entrar no mundo de Nárnia, e só tivessem aquela chance – e claro que eles deveriam correr, afinal, restava apenas um minuto para o portal se fechar –, mas o senhor não. Ele estava caminhando tranquilamente, lendo seu livro, sorrindo de canto de boca, com uma expressão serena, e eu, curioso como sou, queria a todo custo saber qual o título da obra, enquanto as pessoas caminhavam praguejando – afinal, elas só contavam com um minuto, e alguém resolveu caminhar tranquilamente na avenida principal, justamente naquela hora, atrapalhando a corrida delas. Que má sorte, não?! Não sei nem se elas repararam no que o senhor estava fazendo, além de andar devagar, desatento. Suspeito de que muita gente o chamou de louco naquela hora.

Será que alguém reparou na maneira como ele passava as páginas do livro? Na maneira como ele o segurava? Será que perceberam como ele mudava a expressão do rosto a cada frase tocante ou engraçada? Será que alguém reparou que mesmo de cabeça baixa ele soube quando parar ou seguir na hora de atravessar a rua? Eu estou me perguntando até agora se todas as pessoas conseguiram alcançar o portal e penetrar o mundo de Nárnia também, sabia? Eu, se fosse um deles, me jogaria na toca de um coelho, mas escolhi esperar mesmo.

Há muita coisa para capturar e muita fotografia para ver ainda por aqui. Dia desses, recebi um e-mail de uma pessoa elogiando o que faço. O e-mail dizia o seguinte: “Eu adorei seu trabalho. Suas fotografias são tão cheias de luz, de amor. Eu amo fotografar, mas as minhas fotografias nem se comparam às suas. Parabéns!”.

Quando terminei de ler dei um sorriso feliz, os olhinhos piscando de satisfação. Afinal, quem não gosta de um elogio, não é mesmo? Mas, sabe o que penso sobre isso? Vou contar para você: o que eu penso é que as minhas fotografias não são melhores ou mais belas que as de ninguém. Na verdade, a única diferença que há entre uma fotografia e outra é simplesmente o olhar para onde a lente da câmera aponta. É a sensibilidade que você tem na maneira de ver o mundo ao seu redor, que faz com que uma simples gota caindo do céu se transforme na mais bela fotografia.


© Diego França 2016

20 de abril de 2016

‘Tudo e Todas as Coisas’, Nicola Yoon



Olá!
Espero que meu Oi chegue tão coloridinho quanto Tudo e Todas as Coisas, livro da Nicola Yoon, lançamento de abril da Editora Novo Conceito.

 Drama, Amor - num romance lindo - e o histórico de uma doença rara é parte do enredo desse livro.


***
O livro Tudo e Todas as Coisas conta a história de Madeline Whittier, uma garota que não pode sair de casa porque tem um tipo de imunodeficiência combinada rara (IDCG) - conhecida também como a doença da bolha – o que pode desencadear uma série de alergias caso tenha algum contato com o “mundo”. O perfume de alguém, um produto de limpeza, o toque de uma pessoa, qualquer coisa pode desencadear um problema sério à garota, que não conhece o que está além das paredes da própria casa. Agora Maddy – como é carinhosamente chamada pela mãe e pela enfermeira – acaba de completar 18 anos e novos moradores estão chegando para ocupar a casa ao lado. Olly é o novo morador da vizinhança, um garoto cheio de vida, inteligente, com problemas sérios na família. Olly também vai ser responsável por mostrar o mundo a Maddy. Eles vão se apaixonar. Mas como viver um romance sem poder tocar um ao outro? Será que o amor poderá sobreviver aos limites das paredes de casa e à distância de dois corpos que precisam se tocar?

E me diga mais: você acha que o amor supera tudo? Você arriscaria tudo para viver um grande amor?


Nicole Yoon escreveu uma história doce, colorida – apesar das paredes brancas da casa da personagem – e cativante. É “doce” porque possui uma beleza infinita nas palavras e situações, que faz nossos olhinhos brilhar e o coração vibrar feliz cheio de paixão, o que faz dele “colorido” também – afinal, quando a gente se apaixona o mundo se enche de cor. E é cativante porque os personagens principais são puramente amor, porque o cenário que foi criado é encantador também – quando você ler a descrição da casa aonde a personagem mora vai me entender.

Com uma narrativa fácil, em primeira pessoa, que não se limita ao texto verbal – o livro conta com imagens também -, a personagem nos apresenta o “mundo” onde vive, onde tudo acontece num só espaço, e releva ao leitor a imensa vontade de conhecer o mundo através dos vidros da janela de casa. Referências aos clássicos como “Alice no País das Maravilhas” - que está relacionado aos sonhos de conhecer novos ambientes que passariam a ser maravilhosos à medida que fossem desbravados - e “O Pequeno Príncipe” - que traz toda a questão da amizade e do amor, de ser cativado por alguém especial e se arriscar por ele - entre outras, estão espalhadas pela história.


Como já disse, o casal protagonista é puramente amor. Olly e Maddy formam aquele tipo de casal que a gente “shippa” desde o primeiro momento. O romantismo na medida, misturado à ousadia dos dois nos aproxima dos casais reais, sem aquela ideia de perfeição. E quer mais? A personagem principal foge do estereótipo que temos de narrativas como essa: ela não é branca de olhos clarinhos e cabelos lisinhos. 

Ainda sobre personagens não poderia deixar de mencionar Carla, que trabalha na casa de Maddy desde quando a garota era criança. A enfermeira é como uma segunda mãe para ela, e é quase da família. É uma mulher sábia, compreensiva, sensata. Impossível não se apegar a ela, ao contrário da mãe da personagem que irrita com a mania de superproteção e um egoísmo que mais tarde de revela com uma surpresa.

Problemas familiares, envolvendo agressões à mulher e a violência no lar faz parte do enredo, apesar de as situações serem apresentadas de maneira rápida. Além disso, o leitor também é apresentado a outro problema: a doença de Maddy, a IDCG. E é aqui nesse ponto que eu preciso apontar o que encontrei de negativo na história.

Sou uma pessoa curiosa e quando li sobre a doença da personagem fui pesquisar um pouco mais sobre ela já que ainda não conhecia. Pesquisando e conversando com uma amiga – que inclusive é médica – sobre isso, descobri que a doença foi apresentada de maneira equivocada na história. Eu não vou me aprofundar a explicar as razões porque não sou da área de medicina, mas basicamente o indivíduo que tem essa condição clínica tem um risco maior de adquirir infecções, com maior frequência e gravidade, diferente do que foi colocado pela autora. A doença não “desencadeia” nada.

Mas Di, isso é literatura! Há uma permissão para que o autor possa beber da água do devaneio e se afundar nisso. Além disso, será que ela não justifica isso durante a história?

Ok! Concordo que a literatura é permissão, é fugir do mundo real e se lançar num mar de devaneios. E também acredito que há uma explicação para isso – que pode ser válida para você ou não na história. Mas acontece que quando se trata de um assunto sério, a informação precisa ser séria também, afinal o livro é um meio de se obter informação e me coloco como exemplo disso. Soube sobre a doença por essa leitura e decidi me aprofundar mais e saber do que se trata. E se isso não acontecesse? Eu teria uma informação equivocada sobre a IDCG?

 Acredito que a autora pecou na maneira como apresentou a doença, e se isso foi justificado adiante – e pra mim foi – acredito que deveria haver uma explicação correta sobre o que foi dito inicialmente e isso não aconteceu, ficou apenas implícito.


De modo geral Tudo e Todas as Coisas é um livro que oferece uma leitura tranquila, que tem um enredo tocante, apesar dos equívocos, e nos apresenta o mundo com um sentimentalismo, uma delicadeza e uma graça admirável. E não seria justo não comentar sobre a edição do livro, não é? A capa é linda, a diagramação também, os desenhos e a impressão: tudo muito bom. A Editora está de Parabéns.

Uma história que nos mostra o amor entre mentiras e que nos salva com a verdade num desfecho inesperado. Um livro que merece ser lido.

Sobre a Autora: Yoon nasceu na Jamaica e Cresceu no Brooklin. Atualmente Mora em Los Angeles. Esse é seu primeiro romance. A Autora é extremamente romântica e acredita no amor verdadeiro.


♥ Bjux 1.000

E até logo, pessoal.

18 de abril de 2016

Aos Cinéfilos, ‘Livro de Marcar Filmes’, da Verus Editora



Ei, pessoal!

Feliz Segunda-feira! Feliz Semana para vocês e pra mim.

Como passaram esses dias de folga? Saíram muito, leram muito, assistiram a muitos filmes? Eu apenas saí no domingo e li muito, mas não assisti a filme algum. No entanto, já estou me programando com esse Livro de Marcar Filmes, da Verus Editora. Porque assistir filme é bom e conhecer coisas novas também, não é?


“Bem-Vindo cinéfilo!
Se você curte cinema, este livro é a sua cara!”

Há alguns anos vivemos uma explosão de novidades relacionadas aos livros. Uma delas são os livros interativos, os que nos convidam a praticar o desapego, os que nos convidam a utilizar o poder das cores a nosso favor, os que servem como diário, e ainda aqueles que nos ajudam a controlar o estresse do dia-a-dia, além dos que nos desafiam a ver o novo dentro do que já amamos fazer. E é nessa última opção que se encaixa o Livro de Marcar Filmes.

Eu já fiz uma postagem especial sobre o “Livro de Marcar Livros” |VEJA AQUI| e achei que seria justo apresentar a vocês essa “sequência”.

O Livro de Marcar Filmes foi lançamento de março da Verus Editora, e traz em si a mesma proposta do livro anterior. Neste caso a proposta é desafiar os cinéfilos, as pessoas que gostam de filmes, que pagam pra ir ao cinema vibrar com as estreias, mas também indicar filmes que já foram sucesso nas salas de cinemas há muitos anos e ganharam prêmios importantes. A palavra de ordem aqui é DESAFIO, conhecer o novo e se permitir mergulhar fundo no mundo da sétima arte.


No seu diário de viagens na telona você vai encontrar curiosidades sobre os principais prêmios relacionados ao mundo do cinema, como o Oscar, o Palma de Ouro (prêmio de maior prestígio do cinema francês), e até sobre o Festival de Gramado, que é aquela premiação que acontece todo ano no Rio Grande Sul, entre outras. E o melhor é que para cada informação e curiosidade sobre as festas de premiação, temos uma lista generosa de filmes que já foram indicados e premiados.

Além das curiosidades sobre os prêmios e as dicas de filmes, temos nosso espaço para "dar a voz". Você pode listar os filmes que amou, bem como aqueles que mais odiou na vida. Pode listar os melhores diretores, as melhores atrizes, os filmes independentes, os melhores heróis... Há espaço para tudo! Até para os MUSICAIS, DRAMAS e TERROR (I Love ).

Nesta foto foto também encontra um spoiler de qual é o meu filme favorito da vida. 

As páginas são decoradas de acordo com a proposta do livro, a impressão está ótima, a cor também. O que difere o "Livro de Marcar livros" do "Livro de Marcar Filmes, além da temática e da cor, claro, é a capa. O segundo, apesar de ter uma edição resistente e a mesma textura do primeiro, não tem capa dura. Ainda que eu tenha um amor enorme por livros com capa assim - são tão luxuosos! – e de ter estranhado essa capa inicialmente, cheguei à conclusão de que o material está melhor, mais flexível, o que facilita a abertura e o manejo dele. Diria que o espaço pequeno para escrever é a única coisa que incomoda e poderia ser melhorado.

  
É um livro que vale a pena, gente! Para os amantes da sétima arte e para aqueles que estão começando a ver filmes com maior frequência agora. É para qualquer idade. Basta gostar de assistir a um longa metragem, não importa se em casa ou na sala de um cinema.

“Compre um balde de pipoca tamanho GG, pegue o cartão VIP do seu cinema preferido e escolha um lugar confortável. A sessão já vai começar.”

B-jus 1.000,

até mais, pípol!
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