8 de dezembro de 2016

'Bridget Jones - No Limite da Razão', da autora Helen Fielding


 
Olá!

Tudo bem com você? Por aqui está tudo ótimo. Principalmente porque hoje, enfim, poderei contar para o que achei do segundo volume da série de livros que nos mostra o diário da tão querida Bridget Jones. Lembro que contei a vocês que no primeiro liro ela me irritou um pouco, mas aos poucos fui entendendo melhor quem ela é, o universo ao redor seu redor, sua família e tudo mais, e tenho que dizer: em "No limite da razão" Bridget me conquistou por completo. O livro está mais engraçado e a personagem ainda mais cativante. Também vou contar um pouco sobre o que achei do filme - sim, eu assisti logo depois de ler o livro. 


Em O Diário de Bridget Jones, o primeiro livro sobre essa personagem tão icônica e querida, desde 1996, podemos conhecer a família da personagem, seus problemas em casa, com seu corpo e sua baixa auto-estima, de alguma forma alimentada pelas grandes e absurdas exigências sociais. Também podemos conhecer mais do romantismo da personagem com seu par.

|Atenção! Por ser um livro continuação de uma história, a resenha será escrita de maneira mais crítica e abordando os pontos problemáticos do enredo. Os comentários acerca dos personagens serão leves, seus respectivos pares e com quem eles terminam - ou não - serão informações evitados - tentei deixar isso bem implícito, para que não aja nenhum tipo de spoiler. Sei que muita gente já leu ou viu o filme, mas tenho certeza que algumas pessoas ainda não leram, por isso não gostaria de estragar os grandes pontos da história.

Em "Bridget Jones - No limites da razão" continuamos acompanhando o diário da trintona mais carismática e atrapalhada que você respeita. Ela ainda continua a escrever no seu diário e de maneira só um pouquinho mais leve ainda nos mostra o quanto se preocupa em manter o peso ideal, para caber na roupa ideal e em ser bem vista pelo seu "rapaz ideal" (?), cujo personagem é uma grande referência a uma história clássica. Nesse segundo livro Bridget está ainda mais cativante e carismática, vivendo situações mais engraçadas e nos levando a observar a problemática sobre como a mulher é vista pela sociedade e os rótulos que elas têm através de situações engraçadas, narradas por ela mesma, mas sempre mantendo a ideia de que "a mulher pode ser independente sim" - livre dos rótulos, do modelo que lhe impuseram desde o início da sociedade, que lhe diz que ela precisa necessariamente casar. Talvez casar seja uma escolha, não por ser dependente, mas porque se apaixonou por uma pessoa digna, que lhe dá toda a liberdade de ser quem é. 

No Limite da Razão trará aqueles personagens irritantes, mas que não ousaria chamar de vilão. Sabe aquela pessoa que chega para atrapalhar a vida do casal apaixonado? É exatamente ela que que vai aparecer no livro e no filme, que aborda também a questão da sexualidade (haverá algumas diferenças gritantes em relação ao livro). Os amigos da personagem principal também aparecem aqui com suas características e personalidades fiéis ao primeiro livro: o amigo gay, a amiga extremamente romântica e submissa, e aquela feminista, emancipada, mas que também sente a necessidade de encontrar alguém com quem possa ter uma relação (o foco nos amigos é menor no filme). Daniel, a ex-paixão e ex-chefe de Bridget volta para mais uma tentativa de conquistar a mulher e levá-la para a cama, porém é aqui que a gente percebe um sutil amadurecimento da Bridget (no filme esse amadurecimento não acontece no momento em que Daniel aparece). 

Quem também não poderia deixar de marcar presença é Marc Darcy, um advogado extremamente tímido e rígido, com quem Bridget terá seus encontros e desencontros e que reforça a grande referência da história com o Mr Darcy, de Orgulho e preconceito. Um dos pontos mais engraçados da história inclusive, é quando Bridget é escalada para entrevistar o ator que interpretou o personagem da adaptação cinematográfica do clássico de Jane Austen.

Um dos maiores focos do livro está na questão dos relacionamentos modernos, e apesar de o livro ter sido lançado no ano de 1999 ainda continuamos a ler e vivenciar essas problemáticas dos relacionamentos. O que sobra e o que falta nas relações entre as pessoas? Ligo para ele ou para ela e tento uma conversa ou deixo de ligar e espero o retorno?

Talvez eu só tenha imaginado que ele estava terminando comigo e não fosse essa a intenção dele. Talvez no carro ele só estivesse transtornado por toda a história da agarração e esperasse que eu dissesse alguma coisa , mas agora acha que estou fugindo! Vou ligar. Esse é o problema dos relacionamentos (ou ex relacionamentos ) modernos, simplesmente não há comunicação. (Pág.: 111)

A narrativa continua excelente, a tradução da Editora Paralela também é impecável e não tira da gente a graça e as piadas do livro que funcionam muito bem. Quanto à construção da narrativa, Fielding nos envolve nas situações e junto aos personagens, principalmente a Bridget, nos conduz a refletir sobre acontecimentos, ações e atitudes, ofertando ao leitor uma tomada de consciência para um olhar mais crítico sobre a vida real da mulher na sociedade e dos relacionamentos que podem ser curéis, algo que também acontece no primeiro livro e que continua firme aqui. Com um bom humor, as situações são como uma grande ironia para o leitor que traz à realidade suas experiências e as compara com o universo de Bridget, que é um pouco de cada um de nós: um poço de insegurança, de drama, de melancolia, de atitudes erradas, etc. Não que os demais personagens também não representem ninguém, no entanto existe uma tensão maior sobre a protagonista.

"Estou muito melhor agora. Compreendi que a resposta não é ficar obcecado por nossos próprios problemas, mas ajudar os outros. Passei uma hora e quinze minutos ao telefone animando Simon, que, claro, não estava na cama com Sharon. Acabei sabendo que ele ia se encontrar à noite com uma garota chada Georgia, com quem estava transando nas noites de sábado , mas agora Georgia tinha lhe dito que não achava que a noite de sábado era uma boa ideia, porque fazia parecer que eles eram um casal." (Pág.177) 

E não posso deixar de citar também uma problemática muito importante e que é atrelada à questão feminista que envolve o enredo do livro. o machismo. Que existe desde que a sociedade passou a existir, certo que antigamente mais explicita, porém atualmente disfarçada, mas firme e forte em sua existência. Isso está no pensamento de pessoas mais velhas de algumas mulheres, mas ainda e principalmente no discurso e na fala dos homens aqui representado por Daniel. O leitor irá notar isso facilmente, mas num dado momento do pensamento da própria Bridget Jones: 
"Daniel é o arquétipo absoluto do homem de fim de milênio. Está ficando claro para que as mulheres são a classe superior . E ele está compreendendo que não tem mais papel nem função alguma, portanto, o que é que faz? Parte para a violência." (Pág.: 262) 

 Ainda atual e refletindo a mulher e o que ela sofre com as imposições da sociedade carregada de machismo, Bridget Jones continua sendo um retrato das consequências de ser "escrava" das imposições sociais e dos tipos de relacionamentos impostos pela sociedade. Com um humor natural - embora alguns momentos desenhando uma mulher exageradamente ingênua - e linguagem nada rebuscada, No Limite da Razão é um livro ideal para rir e para ser problematizado na roda de amigos e até mesmo na família. 

XOXO,
Diih.

18 comentários:

  1. Olá, tudo bem ?
    Sou louca para ler o primeiro livro, e acredita que eu não sabia da existência de um segundo livro ?
    É bom saber que o segundo não caiu na maldição do segundo livro !!
    Beijos,
    https://teattimee.blogspot.com.br/

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  2. Olá.
    Eu tenho muita vontade de ler esses livros.
    A cada resenha eu fico maravilhada. E está na minha lista de leitura.
    Só preciso me organizar melhor para terminar os livros que tenho em casa e ainda não li.
    Beijos.

    meumundosecreto

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  3. Oi Diih
    Acho que já falei aqui que tenho o primeiro livro com a capa antiga e sou doida para ler os outros e compra a nova versão. Eu amo os filmes, sou fã mesmo!! Adorei saber sua opinião.

    Beijinhos
    Diário de Incentivo a Leitura

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  4. Dih, as suas resenhas são sempre as melhores.

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  5. Oi Diih, tudo bem?

    Eu só li o primeiro e amei, Bridget é uma personagem incrível mesmo e gosto das questões abordadas pela autora. No limite da razão eu só vi o filme, mas quero muito, muito ler o livro!

    Bjs, Mi

    O que tem na nossa estante

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  6. Oi Diih =)

    Só assisti os filmes da Briget Jones e amei os dois *-* Tenho até curiosidade de ler os livros, mas são tantos livros na lista que os mais antigos sempre acabam sendo deixados para o famoso "depois".

    Ótima resenha!

    Beijos;***

    Ane Reis.
    mydearlibrary | Livros, divagações e outras histórias...
    @mydearlibrary

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  7. Já ouvi falarem muito desse livro, mas confesso que nunca tive curiosidade de conferir a obra. No entanto, sua resenha me fez ter uma visão totalmente diferente da história. Ela é divertida, e ainda traz pontos muito importantes da realidade em que vivemos. E olha que, como você mesmo disse, o livro é antigo! E nada mudou muito, infelizmente. Ótima resenha!!

    xx Carol
    http://caverna-literaria.blogspot.com.br/

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  8. Oiii Di

    Ainda não li nada da série da Bridget Jones, aiii são tantas séries legais que a gente até se perde e nem sabe qual ler primeiro...rsrs. Já assisti aos filmes, são divertidos e perfeitos pra relaxar e desconectar um pouco a mente.

    Beijos

    Resenha Atual

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  9. Eu ainda vou querer ver o filme antes de ler os livros. Não sei se gosto da personagem, as vezes ela me irrita, então ainda estou decidindo se leio os livros hehehe :P

    www.vivendosentimentos.com.br

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  10. Olá, Diego.
    Tenho que te parabenizar pela resenha. A forma como você escreveu me fez desejar ler o livro agora. É engraçado porque parece que o livro está mais atual agora do que quando foi escrito hehe. Não li o primeiro livro ainda, mas é uma série que me interessa bastante. Quanto a questão do filme, sempre diverge mesmo dos livros. Como nunca assisti quando ler eu assisto.

    Blog Prefácio

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  11. Oi Diego!
    Eu nunca li os livros, mas adoro os dois primeiros filmes da Bridget (ainda não vi o último). Esse livro parece ser ótimo, adorei sua resenha, principalmente o que você comentou sobre machismo.

    Beijos,
    Sora - Meu Jardim de Livros

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  12. Oi
    nunca li nada referente a essas história, só assisti o primeiro filme, mas parece ser uma boa leitura e também atual, por conta dos assuntos tratados, gostei da resenha.

    momentocrivelli.blogspot.com

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  13. Olá!
    tenho muita curiosidade em saber se esses livro da bridget jones são realmente bons. Nunca parei pra ler algum porém pretendo,
    abraço!
    Squad Of Readers

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  14. Oi, Daniel!
    Eu sou louco para ler a série. Vi apenas o primeiro, e há um bom tempo, e sim, adorei.
    Como sempre, os livros sempre trazem detalhes pertinentes, mas que as adaptações não conseguem passar com exatidão e em essência. Creio que irei amar cada livro e mais ainda a protagonista.
    Espero adquirir essas novas edições o quanto antes e me apaixonar pelas histórias (isso, muito provavelmente, acontecerá).
    Abraço!

    "Palavras ao Vento..."
    www.leandro-de-lira.blogspot.com

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  15. Oi Diego!
    É a primeira vez que visito o seu blog e que lindeza esse lugar. s2
    Ok, não brigue comigo ok, mas eu nunca li e nem assisti algo da Bridget Jones!
    Sério, não sei porque nunca me atraiu..mesmo todo mundo falando bem e tals.
    :(
    Vou tentar ler os livros e ver os filmes ano que vem (será que tem no Netflix?)

    Beijinhos!
    wwww.auniversitaria.com

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  16. Olá Diego, tudo bem?
    Primeiro quero dizer que amei o layout do blog, super clean me identifiquei ♥
    Nunca li os livros e também nunca assisti os filmes confesso que chick-lit não é minha praia...sei que preciso tentar ler mais livros do gênero..vamos ver o ano que vem!
    Beijos

    Divagando Palavras
    www.divagandopalavras.com

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  17. Caraca, o livro vai fazer vinte anos, pela misericórdia! Hahahahaha
    Mas a história da Bridget nunca fica velha!
    E se eu te falar que nunca peguei essa referência do Mr. Darcy? Me senti bem burra agora! Hahahaha

    Beijo
    - Tami
    http://www.meuepilogo.com

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