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“Amor
recortado entre aberturas e fechamentos de capítulos”. E em cada página um
número significativo de palavras que formam frases; palavras que se desenvolvem
em parágrafos e se transformam em emoções que acompanham você até o último
momento. Essa é a sensação do leitor enquanto lê A máquina de contar histórias, do autor Maurício Gomyde.
No
dia do lançamento de seu novo e tão esperado livro, o autor best-seller
Vinícius Becker perde sua esposa, que morre na cama de um hospital, na cidade
de São Paulo. A ausência do autor na vida da família V durante tanto tempo e no
dia da morte de Viviana, sua companheira, provocou um sentimento de
insatisfação e ódio em casa. Sem amigos, sem a esposa e sem o carinho da filha
dentro do próprio lar, o escritor agora tem um grande desafio pela frente:
reconquistar o espaço no coração dos familiares e o amor das filhas.
Com
personagens e suas características bem traçadas, a história se faz um drama
familiar, envolvido com o amor pela literatura. Alguns pontos da história nos
levam a comparar o livro com o filme baseado na obra do autor Nichollas Sparks,
Um amor para recordar, em que a
personagem principal sofre de uma doença fatal, - “a doença estúpida que tira
do mundo as melhores pessoas”, a leucemia - e nos últimos momentos tem seus
desejos realizados pelo homem por quem se apaixona. Além disso, na história de
Sparks, há também o conflito de um personagem com o pai, por conta da ausência
dele.
Narrado em terceira pessoa, a metalinguagem
utilizada por Gomyde carrega o leitor e o coloca num lugar confortável
dentro da leitura. É uma narrativa com linguagem simples, de fácil
entendimento. As personagens são trabalhadas de maneira cuidadosa, de modo que até o nome delas ajuda a compôr o sentimentalismo das situações, permitindo ao leitor
adicionar mais uma leitura além do que está escrito naquela obra. Por exemplo, a filha mais velha, Valentina, é uma garota de personalidade forte, geniosa e“valente”, que sofre com a perda da mãe e com o rancor que alimenta pelo pai tão
ausente desde a sua infância. Vida, a fadinha, é a doçura e preenchimento do
vácuo deixado por uma vida que já se foi.
Num
dado momento a história se torna superficial. A dose exagerada de drama faz com
que a narrativa fique rasa e o personagem principal muito forçado. Vinícius se
coloca num lugar abaixo da filha e, por vezes, me perguntei se a palavra em
meio aos problemas era mesmo ‘culpa’. Será que não bastava apenas se posicionar
como um pai e deixar de se sentir o vilão da história, a destruição da família?
A tentativa de misturar música e história dessa vez não me convenceu nem me tocou, como nos trabalhos anteriores. Ao meu ver essa canção ficou um tanto perdida na história já que foi citada e tão pouco explorada no enredo. Porém, como todo bom autor que se presa, depois de passarmos por uma fase do livro que se torna ‘enjoativa’ - pelos detalhes que citei acima -, o autor nos presenteia com uma surpresa e nos devolve, de maneira sublime, uma generosa pitada de empolgação.
A tentativa de misturar música e história dessa vez não me convenceu nem me tocou, como nos trabalhos anteriores. Ao meu ver essa canção ficou um tanto perdida na história já que foi citada e tão pouco explorada no enredo. Porém, como todo bom autor que se presa, depois de passarmos por uma fase do livro que se torna ‘enjoativa’ - pelos detalhes que citei acima -, o autor nos presenteia com uma surpresa e nos devolve, de maneira sublime, uma generosa pitada de empolgação.
Gomyde
nos envolve numa história em que provocar as emoções e a sensibilidade do
leitor – mais do que nunca! - é a chave principal para entender, através da literatura,
que a base familiar é o alicerce para o crescimento pessoal e profissional de
cada um; que o amor verdadeiro nunca morre e que nunca é tarde para recomeçar e
reinventar-se diante de uma nova vida.
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Recomendo que façam essa ótima leitura e preparem os lenços. Se tratando do assunto amor e família, palavras e Maurício Gomyde, a emoção é garantida.
2014 © Diego França
Às vezes esse drama exagerado acaba tirando a essência da história, e ao invés de pena e de sofrer juntos ao personagem, dá vontade de dar uns tapas nele kkk mas ouvi falarem que o Maurício evoluiu bastante na escrita, então ainda mais com sua resenha, fiquei bem curiosa pra ler esse livro!
ResponderExcluirxx Carol
http://caverna-literaria.blogspot.com.br/
Tem resenha nova de "O Começo de Tudo" no blog, vem conferir!
Oláaa Diego tudo bem?
ResponderExcluirAcho que nunca vi uma resenha negativa desse livro. Estou louca para comprar, vou esperar a feira do livro da minha cidade.... E você escreve tão bem que fiquei com muita vontade de ler para ver se terei a mesma opinião que a sua.... Gostei dos teus questionamentos- espero não achar enjoativo hehehhe!
Bjsss
http://estoulendoo.blogspot.com.br/
Ontem eu falei com o Gomyde que os livros dele vêm com uma cebola dentro. Você abre e começa a chorar. Não dá para ler em público pq é certeza de que algumas lágrimas irão cair.
ResponderExcluirAmo todos os livros dele.
Bjuxxxxx
Eu já li e gostei muito do livro! Confesso que achei um pouco de mais o drama todo, mas acredito que eu também agiria assim se por acaso acontecesse comigo tudo o que aconteceu com os personagens. O Gomyde escreve super bem e não dei menos do que cinco estrelas para o livro no Skoob! Beijos e tenha um ótimo domingo!! :D
ResponderExcluirmaluquice de garota
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Nossa que resenha linda!!! Considerando a sua opinião em relação ao livro, acho que vou gostar bastante! A Maquina De Contar Histórias.. já está na minha lista!!!
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