10 de novembro de 2011

Drama Estático 'O Marinheiro', de Fernando Pessoa



Se me perguntam qual o meu escritor e poeta preferido, eu não penso duas vezes em responder: - Fernando Pessoa. Um dos mais importantes escritores Portugueses da literatura, autor de poemas maravilhosos, melancólicos e complexos. Criador de heterônimos diversos, Pessoa encantou a sociedade de Portugal e encanta até hoje, não somente a Europa, mas a todo o mundo com suas ricas obras.
Ao falar no poeta estamos, convencionalmente, fadados a lembrar suas poesias e seus companheiros Alberto Caeiro, Álvares de Campos, Ricardo Reis (esses são os mais conhecidos heterônimos deixados pelo escritor) e classificá-lo apenas como poeta. De fato! Fernando Pessoa sempre deixou bem claro o amor pela poesia, tanto que o seu primeiro livro, intitulado “mensagem” trazia em si um conteúdo histórico (conta a história de Portugal), em forma de poesias. No entanto, vou falar um pouco mais sobre o seu “drama estático”.
O marinheiro é um dos projetos encontrados no “espólio” do artista depois de sua morte. Sendo uma das obras mais importantes, foi publicada pela primeira vez em Março de 1915, na revista Orpheu, e carrega uma grande influência dramática de Shakespeare. A peça faz parte do projeto denominado “Theatro Estático” que é composto pelo “marinheiro” e por outras peças teatrais.
A obra dramática conta com cinco personagens: uma donzela morta no caixão, três irmãs veladoras e um marinheiro que se revela uma “possível” criação de uma delas. Em meio a diálogos as três irmãs contam histórias do passado, falam de sonhos e tristezas, o que revela no texto uma “relação entre linguagem e morte”, pois, como explica SOUZA, p.19:

é devido à morte de uma donzela e na presença do seu corpo, num castelo com vista para o mar, que as veladoras dialogam para fazer o tempo passar.

Outra suposição, possível de ser citada, é a da dúvida sobre sonho e realidade na vida. O que é o sonho, o que é a realidade dentro da nossa existência?
A obra foi traduzida para o francês e havia a intensão de ser traduzida, também para o inglês, por Fernando Pessoa. Começou a ser escrita em 1913 e seguiu até os anos 30. Durante esse tempo foram encontradas várias correções, cartas que Pessoa escrevia a colegas pedindo opiniões sobre o texto e dando a eles o poder de editá-los, caso achasse propício. São informações sutis, mas que apresentam o por quê do grande valor depositado ao drama.

“[...] A obra pessoana é um universo, um vasto universo em que cada estrela faz parte de uma constelação e muitas vezes de várias.” (SOUZA, F. Claudia)
Ler “O Marinheiro” não é apenas uma viagem gostosa, mas também um aprendizado muito grande que carregamos conosco. Esse é um dos melhores livros que li esse ano e me emocionei. Embora seja em forma de prosa, a poesia está presente o tempo inteiro nos diálogos. Vale muito a pena conhecer esse incrível trabalho tão rico que o poeta deixou como um presente.

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Referência:
SOUZA, F. Claudia . Fernando Pessoa O Marinheiro. Lisboa: Ática, 2010


8 de novembro de 2011

Bienal do livro em Salvador: Eu fui!



Olá visitantes, amigos, amigas, seguidores... Estou de volta com mais uma postagem. Peço perdão pela ausência. Além de estar chegando o final de semestre na faculdade e, com isso, muita coisa para fazer e ler, eu estava sem conexão com a internet. Isso contribuiu muito com a demora, mas... Vamos ao que interessa.

Como vocês já sabem, do dia 28 de outubro ao dia 6 de novembro, aconteceu, em Salvador, a Bienal do Livro em sua 10ª edição. Eu não poderia deixar de comparecer ao evento e marquei presença nos dois primeiros dias e no último. Foi maravilhoso! Muita gente, muita leitura literária, poesia e, o principal, livros.

Com Luciane Rangel, 
autora de Guardians.
 .

Tive o prazer de conhecer a querida Luciane Rangel, autora da trilogia “Guardians” e parceira de Blog. Super  simpática e atenciosa, autografou o vol. 1 da série que está me deixando encantado (breve resenha no blog). Estou super animado com a leitura. Quem esteve por lá, também, foi o autor do livro “O arquiteto do esquecimento”, Marcos Bulzara e Ana Paula Bergamasco que assina “A Pátrida”. Ambos fizeram parceria e escreveram o romance “João e Maria”, que teve seu lançamento na feira. Eu, é claro, garanti o meu exemplar também, tirei fotos e ganhei mais autógrafos dos dois que também são super simpáticos e atenciosos. Pude ter a chance de assistir ao café literário do último dia que teve como tema “A força do conto”, com os professores e escritores Rinaldo de Fernandes e Ornep Serra medidos por Silvino Bastos. Muito bom compartilhar idéias e conhecer histórias maravilhosas no espaço. Valeu a pena!
A Bienal reunião 270 mil visitantes e 56 mil alunos na visitação escolar. Mais um ano de sucesso na feira e mais pessoas prestigiando a cultura literária de perto. Crianças, adolescentes e adultos de todas as idades compareceram ao local. Parabéns a toda a equipe pelo belo trabalho.




Agora vejam só o que eu extrai dessa feira nos três dias! A fila de livros está grande, minha gente!

É isso minha gente! Mais coisas vem por aí e eu prometo não demorar de postar outra vez!
Bjux/Abraços
Diih’
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